Cinemas do IMS Paulista e IMS Rio apresentam programação especial para o mês da Consciência Negra
Em novembro, mês da Consciência Negra, os cinemas do IMS Rio e IMS Paulista enfatizam a agência de pessoas negras acerca de seus corpos, afetos, amores e sonhos. A programação traz, pela primeira vez no Brasil, os filmes “Alma e Rainbow” (1993, foto) e “Sylvilla: Eles Dançam seus Batuques” (1979), da diretora americana Ayoka Chenzira, em cópias restauradas. Os filmes de Chenzira serão apresentados no IMS Paulista, nos dias 20 e 26 de novembro, e no IMS Rio, no dia 26 de novembro.
Ao longo deste mês, os dois centros culturais exibem também documentários consagrados que, a partir de olhares originais, narram a trajetória de grandes nomes da música negra: “Calypso Rose” (2011), sobre a embaixatriz da música caribenha, “Meu Amigo Fela” (2019), a respeito do pioneiro do afrobeat Fela Kuti, e “Miles Davis”, inventor do cool (2019), uma homenagem ao artista que mudou os rumos do jazz. A seleção dos filmes do Novembro Negro é assinada por Márcia Vaz, programadora de cinema do IMS.
Filmes de Ayoka Chenzira
Premiada e aclamada internacionalmente, Chenzira foi uma das primeiras mulheres afro-americanas a lecionar produção cinematográfica no ensino superior, além de ser apontada como a primeira artista da animação afro-americana.
Escrito e dirigido pela cineasta, o longa “Alma e Rainbow” gira em torno de três mulheres negras da mesma família que vivem no Brooklyn: a jovem Rainbow Gold, que frequenta uma escola paroquial rigorosa, estuda dança e está começando a se envolver amorosamente, sua mãe, Alma Gold, que administra um salão de beleza dentro de casa, e sua tia Ruby, que retorna de Paris após uma ausência de dez anos. Um misto entre comédia e drama, o longa-metragem é exibido em versão restaurada em 4K, lançada neste ano pelas distribuidoras Milestone Films e Kino Lorber.
Filmado em 16mm e apresentado em 4K, o curta “Sylvilla: Eles Dançam seus Batuques” narra a vida e obra da coreógrafa Sylvilla Fort, pioneira que influenciou uma geração de dançarinas.
Atualmente, Chenzira trabalha em uma adaptação audiovisual do romance “Kindred – Laços de Sangue”, de Octavia E. Butler.
Documentários sobre ícones da música
Embaixatriz da música caribenha, Calypso Rose é uma lenda viva. Para narrar sua trajetória, a cineasta franco-camaronesa Pascale Obolo passou quatro anos convivendo com a artista. O resultado é apresentado no documentário “Calypso Rose” (2011), exibido no IMS Rio no dia 12 de novembro e no IMS Paulista, nos dias 12 e 20 de novembro. O documentário aborda não só a memória, mas também a jornada de uma mulher militante e feminista, consciente de sua origem.
Já em “Meu Amigo Fela” (2019), o cineasta brasileiro Joel Zito Araújo apresenta a vida e obra de Olufela Olusegun Oludotun Ransome-Kuti, mais conhecido como Fela Kuti. O multi-instrumentista nigeriano foi um dos pioneiros do gênero afrobeat, além de ter sido ativista político e defensor dos direitos humanos. O diretor entrevista pessoas próximas de Kuti, em busca de entender o homem que viveu por trás do mito. As sessões do documentário acontecem no IMS Paulista, nos dias 19 e 20 de novembro.
Dirigido pelo cineasta Stanley Nelson, “Miles Davis”, inventor do cool (2019) mergulha em seis décadas de carreira do artista, de seus dias como estudante ao desenvolvimento de seu som característico em gravações com seu famoso quinteto, de suas colaborações com Gil Evans às suas mudanças para novos paradigmas musicais nos anos 1970 e 1980. Em 2021, o filme ganhou dois prêmios Emmy por Melhor Documentário de Arte e Cultura e Melhor Som. O documentário pode ser assistido no dia 20 de novembro, no IMS Rio e no IMS Paulista.
O valor dos ingressos para as sessões dos filmes do Novembro Negro é de R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Os dias e horários de cada sessão podem ser conferidos no site do IMS.