Mostra Internacional de Cinema Virtual chega a terceira edição com filmes inéditos no Brasil
Foto: “O que Arde”, de Oliver Laxe
A terceira Mostra Internacional de Cinema Virtual, realização das secretarias estaduais de Cultura e Economia Criativa e de Relações Internacionais em parceria com consulados de 13 países, será exibida entre os dias 1 e 15 de dezembro. Como nas duas primeiras edições, todos os filmes estarão disponíveis aos espectadores na plataforma de streaming e vídeo por demanda #CulturaEmCasa, gerida pela Amigos da Arte.
Entre longas-metragens, curtas e documentários, 21 títulos farão parte da mostra que contou com a curadoria dos representantes consulares. Embora sem temática definida, a seleção dos títulos levou em conta, principalmente, o ineditismo da obra no Brasil.
Cuba, Índia, Cabo Verde e a província de Québec apresentam nesta edição o maior número de filmes, com três obras cada. Na sequência, aparecem Israel, Itália, Bélgica, França, Chile, Holanda, Espanha e Moldávia, que serão representados na mostra por uma produção.
A maioria dos filmes têm classificação indicativa livre, e apenas três são recomendados para maiores de 16 anos, como “O que Arde” (Espanha) e os longas-metragens da Índia “Baahubali: o Início” e “Baahubali: a Conclusão”.
Nesta edição, Cuba traz três documentários, “Professora (Maestra)”, “Silvio Rodriguez – Mi Primera Tarea” e “A Gota d’Água”, que abordam o processo de alfabetização cubano nos anos 1960; a trajetória do cantor Silvio Rodriguez; e as dificuldades enfrentadas pela ilha em função do embargo dos EUA, respectivamente.
O consulado da Índia, por sua vez, escolheu três longas: “Neerja” (O Poder da Coragem), além de “Baahubali: o Início” e “Baahubali: a Conclusão”. “Neerja” é baseado na história real do sequestro de um avião pela organização terrorista Abu Nidal em 1986. Em “Baahubali: o Início”, o menino Shivudu escapa da morte após o assassinato de seu pai, o rei Amarendra Baahubali. Essa foi considerada a obra mais cara da Índia, a um custo de US$ 40 milhões e o longa indiano de maior sucesso nos Estados Unidos.
Cabo Verde será representado na mostra por dois documentários (“MAMA” e “Os 47’s, Depoimentos que Ficaram”) e um curta-metragem (“Mansu, Mansu”). Os dois documentários estrearam este ano em Cabo Verde. “MAMA” aborda a experiência de uma filha que registra a perda de memória da mãe e “Os 47,s, Depoimentos que Ficaram” retrata a fome que viveu o povo cabo-verdiano ao longo dos anos 40.
A província do Québec selecionou dois filmes experimentais: “Kuujjuaq” (Confiança), de Sammy Gadbois, que traz o olhar de um adolescente sobre sua vila natal, e o documentário “Ute Kanata” (Aqui no Canadá), de Virginie Michel, que enfoca a importância dos povos aborígenes na formação do Canadá.
“Sublet” é um filme israelense de 2020. A obra, um drama LGBTQIAP+, é dirigida por Eytan Fox e estreou em abril de 2020 no Festival de Cinema de Tribeca (NY). No ano seguinte, entrou em cartaz na Europa.
O Consulado Italiano trouxe para a mostra “Il Giovane Corsaro”, filme-documentário lançado este ano e que investiga a vida e obra de Pier Paolo Pasolini, um dos principais nomes do cinema da Itália.
“SpaceBoy”, da Bélgica, estreou no ano passado no Brasil e conta a história de um menino que constrói secretamente um balão de ar para provar para o pai que tudo é possível.
A França preferiu um filme de amor. “L’Autre Continent” conta a história de Maria e Olivier, ambos com 30 anos, a única característica comum ao casal. De repente, os dois se encontram em Taiwan e, a partir daí, uma incrível história da força do amor acontece.
“C.R.A.Z.Y”, filme do Canadá, foi um sucesso de bilheteria e aborda os desafios de um filho homossexual, criado por um pai conservador.
O chileno “Cachimba”, de 2014, é uma comédia, protagonizada por um casal que encontra uma coleção de quadros no interior de uma casa antiga.
O suspense “O Número 10” foi lançado em mais de cem cinemas na Holanda em setembro do ano passado. O filme, o décimo do cineasta Alex van Warmerdam, traz a história de Günter, encontrado em uma floresta alemã aos quatro anos e que cresce em uma família adotiva.
Vencedor do Prêmio do Júri da mostra Um Certo Olhar no Festival de Cannes, “O que Arde” é o filme espanhol desta edição da Mostra Virtual. O longa fala de Amador Coro, condenado à prisão por ter provocado um incêndio. Com direção de Oliver Laxe, “O que Arde” é o filme galego mais visto na Espanha e o primeiro a chegar a Cannes.
Por fim, a Moldávia, pequeno país do Leste Europeu, prova mais uma vez que é gigante em sua produção cinematográfica. Nesta mostra, participa com o documentário “O Pequeno País com um Grande Coração”. Lançado este ano, o filme explora o verdadeiro significado da hospitalidade por meio de uma história pouco conhecida. Neste ano, a Moldávia, um país com menos de 3 milhões de habitantes, recebeu mais de 450 mil refugiados ucranianos, que localmente eram conhecidos como ‘convidados’. A obra mostra como o país foi solidário à causa dos refugiados.