Documentário traz depoimentos de pessoas que convivem com HIV

Ganhador dos prêmios de Melhor Filme pelo Júri Oficial e Júri Popular no Queer Porto, o documentário “Deus Tem AIDS”, dirigido por Fábio Leal e Gustavo Vinagre, chega aos cinemas em 1º de dezembro, Dia Internacional de Luta Contra a AIDS. Produzido pela Pontes Produtoras, o longa será lançado nos cinemas pela Vitrine Filmes com codistribuição da Spcine.

De maneira franca, o documentário conversa com sete artistas e um médico ativista, todos soropositivos, resgatando a história desta pandemia no país e o andamento dela nos dias de hoje, pois o HIV não está nem perto de ser erradicado. O longa também aborda a sorofobia, preconceito sofrido pelas pessoas que vivem com HIV.

“Deus Tem AIDS” marca a combinação dos talentos de Vinagre e Leal. O primeiro um diretor experiente em ficção (“Nova Dubai”), documentários (“Lembro Mais dos Corvos”) e filmes nos quais essas fronteiras estão borradas (“Desaprender a Dormir”); o outro, um curta-metragista que há pouco dirigiu um longa (“Seguindo Todos os Protocolos”), cujas obras ficcionais são tingidas fortemente pelo real. Da parceria surge um filme único e necessário para o nosso tempo, desistigmatizando questões que a sociedade se recusa a encarar, como a soropositivade.

O longa começa com reportagens de televisão antigas dizendo “AIDS, um fantasma para o homem moderno, uma doença que mata”, “o inimigo avança, não poupa mulheres, nem crianças”, “o vírus da AIDS nasceu na promiscuidade sexual”. São falas que marcam um momento, dos anos de 1980, mas, nesses 40 anos, o que mudou? Se é que mudou?

Por meio de entrevistas, os diretores procuram investigar “por que as imagens que vemos hoje são as mesmas de 40 anos atrás”. O documentário busca desconstruir as narrativas oficiais sobre a soropositividade e trazer uma ideia positiva sobre a questão e pessoas que convivem com o HIV. Para isso, combina entrevistas e manifestações artísticas mais variadas – do teatro à poesia, passando por intervenções públicas. Tudo isso descortina uma questão central do nosso tempo.

Em 2021, o longa foi exibido no Olhar de Cinema, no 29º Mix Brasil e no IDFA – International Documentary Filmfestival Amsterdam.

A equipe artística de “Deus Tem AIDS” inclui também Tainá Muhringer (“O Caso Evandro”), que assina o roteiro com os dois diretores; Tiago Calazans (“O Porteiro do Dia”), a fotografia; Caio Domingues e Gustavo Domingues (“Fim de Festa”) são responsáveis pela trilha sonora; e a montagem é de Quentin Delaroche (“Carro Rei”) e Beatriz Pomar (“Regra 34”). A produção é de Thaís Vidal (“Rio Doce”), e a produção executiva de Dora Amorim (“Bacurau”) e Julia Machado.

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