Mostra apresenta apanhado histórico de road movies, com obras realizadas no sul do continente americano, de 1960 até os dias atuais

Foto: “Noites Paraguayas”, de Aloysio Raulino

O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo apresenta a mostra inédita “El Camino – Cinema de Viagem da América do Sul”, de 12 de julho a 7 de agosto, com um apanhado histórico de road movies, realizados na região sul do continente americano desde a década de 1960 até os dias atuais. Toda programação é gratuita e inclui uma oficina presencial, além de um catálogo online.

Com a curadoria de Carla Italiano e Leonardo Amaral, e produção da Anacoluto Produções, a programação reúne 19 títulos, sendo 15 longas e 4 curtas, realizados em nove países: Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Peru, Bolívia, Chile, Colômbia e Venezuela, pensada a partir de 5 linhas de força que permitem criar agrupamentos entre os filmes exibidos. A primeira linha reúne obras realizadas a partir da década de 1960 que lidam de forma fílmica com as contraditórias ideias de povo e nação como “Vidas Secas”, “Iracema – Uma Transa Amazônica” (Brasil), “Os Inundados” (Argentina), “Os Vampiros da Miséria” (Colômbia) e “A Dupla Jornada” (Brasil).

A segunda traz o drama de indivíduos em relação a representações de coletivo em suas diversas raízes étnicas e políticas, como em “Noites Paraguayas” (Brasil/Paraguai), “A Nação Clandestina” (Bolívia), “A Terra Prometida” (Chile), “Pachamama” (Brasil/Bolívia/Peru) e “Carlos: Cine-Retrato de um Sndarilho em Montevidéu” (Uruguai). O terceiro grupo recorre aos recursos do cinema fantástico e jornadas psicológicas, reconfigurando não só as cartografias de territórios, como a própria noção de identidade: “Brasil Ano 2000, Sonhos de Gelo” (Chile), “A Viagem” (Argentina) e “As Filhas do Fogo” (Argentina).

O quarto grupo pensa trajetórias transnacionais de povos originários por meio de recriações de territórios indígenas perdidos, algo evidente em “Serras da Desordem”, “Tava – A Casa de Pedra” (Brasil) e “Zama” (Argentina). Por fim, a quinta linha traz questões fruto dos processos coloniais da diáspora africana e agrupa curtas de teor auto representativo que fazem viagens rumo ao continente africano, é o caso de “NoirBlue e (Outros) Fundamentos” (Brasil).

Além das sessões, El Camino – Cinema de Viagem da América do Sul conta com algumas atividades paralelas: a apresentação da mostra pelos curadores Carla Italiano e Leonardo Amaral, seguida do filme de abertura “Noites Paraguayas” (1982), no dia 12 de julho, às 17h; a apresentação de “A Nação Clandestina”, pela montadora e cineasta Cristina Amaral, em 15 de julho, às 15h; sessão comentada do filme “A Viagem” (1992), no dia 28 de julho, às 16h, seguida de debate com o crítico e pesquisador João Toledo; e a oficina “Outras viagens ao país do povo: deslocamentos estético-políticos no cinema latino-americano”, que acontece no dia 22 de julho, das 13h30 às 17h, ministrada pelo crítico de cinema, programador e professor Victor Guimarães.

A programação completa da mostra pode ser conferida em .com.br/cultura.

Mostra El Camino – Cinema de Viagem da América do Sul
Data:
12 de julho a 7 de agosto
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, São Paulo/SP
Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Ingressos gratuitos: disponíveis a partir de 7 de julho no site bb.com.br/cultura e na bilheteria

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