Cine Brasília deve ferver com filme sobre “8 de Janeiro” e longa indígena premiado no IDFA holandês

Foto: Cena de “No Céu da Pátria nesse Instante”, de Sandra Kogut

Por Maria do Rosário Caetano

Ano passado, um filme 100% inédito – o poderoso “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge – conquistou o prêmio principal do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, depois de comover público, crítica e júri em sessão histórica. Sua complexa temática (a relação do homem branco com os povos Yanomami) e sua composição estética apurada ganharam ainda mais relevo devido à tragédia que vitimou seu protagonista, o indigenista Bruno Pereira. Ele fôra assassinado, ao lado do jornalista britânico Dom Philips, meses antes por madeireiros-garimpeiros-e-grileiros da Amazônia.

O público brasiliense presenciou a sessão em estado de incontida indignação. Este ano, outro filme indígena – “A Transformação de Canuto” – pode causar sensação parecida neste que é o festival mais politizado e, também, o mais duradouro evento cultural da capital da República.

Na noite desse sábado, 9 de dezembro, o Festival de Brasília dá início à sua quinquagésima-sexta edição. Serão exibidos, até o sábado seguinte, 21 longas-metragens e 20 curtas. As sessões acontecerão no Cine Brasília, seu palco histórico, e também em espaços culturais espalhados pelas cidades-satélites.

“A Transformação de Canuto”, produção 100% inédita em território brasileiro, é fruto do seminal coletivo Vídeo nas Aldeias, criado por Vincent “Martírio” Carelli e seus colaboradores, e chega a Brasília com recomendação das mais respeitáveis – dois prêmios no IDFA, o poderoso Festival Internacional de Documentários de Amsterdã.

Na direção desse híbrido de documentário e ficção, está o mais festejado cineasta indígena do país, o jovem Ariel Kuaray Ortega. Ele assina “Canuto” com Ernesto Carvalho, também cineasta, diretor de fotografia e braço direito de Vincent Carelli no Coletivo Vídeo nas Aldeias.

A trama do filme de Ariel, autor de média-metragem encantador, chamado “Bicicletas de Nanderú”, e de Ernesto Carvalho parece não ser tão explosiva quanto a de “Martírio” e de “A Invenção do Outro”.

A sinopse adianta uma narrativa que soma documentário e ficção mágico-metalinguística: “em uma pequena comunidade Mbyá-Guarani, na fronteira Brasil-Argentina, todos conhecem o nome Canuto, homem que, muitos anos atrás, transformou-se em onça e depois morreu tragicamente”. Agora, “a comunidade se reúne em torno da produção de um filme para retratar sua história e revelar por que tais acontecimentos se deram. O que aconteceu?”. E, detalhe essencial, “quem daquela aldeia deve interpretar o papel de Canuto?”

Cena de “A Transformação de Canuto”, de Ariel Kuaray Ortega © Ernesto de Carvalho

Registro importante: em 2022, a Cine OP (Mostra de Cinema de Ouro Preto) prestou tributo a Ariel e à sua companheira, a também cineasta Patrícia Yxapy Ferreira. Eles receberam Troféu Vila Rica (Homenagem) pelos filmes realizados no Coletivo Mbyá-Guarani e ganharam mostra-retrospectiva. O Festival de Brasília tem, pois, a nobre primazia de exibir o primeiro longa-metragem de Ariel, depois do reconhecimento holandês.

Outro filme que deve movimentar a principal mostra competitiva do festival candango é “No Céu da Pátria nesse Instante”, de Sandra Kogut.

O quinto longa da cineasta carioca tem o violento “8 de Janeiro” como foco e razão de ser. O verso do Hino Nacional que batiza a narrativa mostra que a intenção da cineasta era acompanhar de perto o que acontecia sob o céu da pátria naquele instante – os meses turbulentos do período eleitoral, somados aos fatos que culminaram na invasão do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF. E tudo aconteceu no oitavo dia após a posse do presidente eleito pela terceira vez, Luiz Inácio Lula da Silva.

A diretora dos ficcionais “Mutum” e “Três Verões” apresenta, “pelo olhar e pela vivência de alguns personagens envolvidos no processo eleitoral”, o que se passou naqueles meses de alta voltagem política. Promoveu, então, “mergulho num Brasil de muita tensão e expectativa, onde coexistem realidades paralelas”.

Tudo leva a crer que Sandra Kogut, única representante do cinema feminino na disputa pelo Troféu Candango, vai mostrar a realidade que levou os cientistas sociais Felipe Nunes e Thomas Traumann a escrever o livro “Biografia do Abismo”. Nessa publicação, eles refletem sobre o processo de “calcificação de ideias” verificado na sociedade brasileira. Ou seja, na sólida existência de lados polarizados, que se negam um ao outro. Não abrem espaço para reflexão ou troca de argumentos. Nenhum lado quer ouvir o outro.

Em “No Céu da Pátria nesse Instante”, Kogut constata que os integrantes de cada polo “têm dificuldade de se enxergar mutuamente”. Por isso, ela escolheu o Festival de Brasília, vitrine privilegiada do cinema de reflexão política, para mostrar “esse registro de momento na história do país em que a democracia esteve seriamente em jogo”.

“Mais Um Dia, Zona Norte”, quarto longa-metragem do carioca Allan Ribeiro, mostra trabalhadores da periferia da cidade do Rio de Janeiro, que vivenciam momentos de transformação em suas rotinas. O cineasta se dispõe a captar “um instante de sonho, fantasia e fuga da realidade desses trabalhadores, em contraponto à mesmice cotidiana”.

O paulistano “Nós Somos o Amanhã”, terceiro longa de Lufe Steffen, tem o cineasta em seu numeroso elenco, ao lado de Claudia Ohana, Silvero Pereira, Rico Dalasam, Érica Ribeiro, Alicia Anjos, Everton Salzano, Luci Oliveira, entre muitos outros.

Na década de 1980, dois personagens, separados por suas diferenças, tentam sobreviver ao bullying. Eles são perseguidos por questões raciais, de gênero, sexualidade, forma física e comportamento. Até que um dia, “a futurista professora musical Clara Celeste aterrissa para mostrar que tudo pode ser diferente”. Ao “experimentar o empoderamento, tais personagens se unem e finalmente conseguem viver suas identidades com liberdade. Mas a escola, a normatividade e o monstro do conservadorismo estão de olho”. O realizador-ator indaga: “conseguirão nossos heróis vencer a batalha contra a intolerância?”

“Cartório das Almas”, segundo longa-metragem de Léo Bello, é o representante de Brasília na competição pelo Troféu Candango. Sua protagonista, Laura, é apresentada como uma “jovem” de 126 anos, recém-contratada pelo Cartório das Almas. Em sua nova função, ela protocola as motivações daqueles que renunciaram à eternidade. No entanto, “por força de contrato, ela própria não poderá interromper sua tediosa existência”.

No elenco estão dois nomes da linha de frente do teatro e cinema brasilienses, Wellington Abreu e Chico Sant’Anna. E à protagonista Gabriela Correa se somam Roustang Carrilho, Maria Carolina Machado, Gabrielle Lopes, Camila Guerra, Paula Passo, Vitor Cavalcante, Lorany Kayná e muitos outros atores.

A comissão de seleção do Festival de Brasília optou por quebrar regra regulamentar do evento (opção por filmes 100% inéditos). Abriu exceção para “O Dia que te Conheci”, terceiro longa do mineiro André Novais Oliveira, o grande vencedor do Troféu Candango, em 2018, com “Temporada”. Sua delicada e bem-humorada love story black iniciou sua trajetória no Festival do Rio, passou pela Mostra de São Paulo e por São Miguel do Gostoso.

Protagonizado por Renato Novaes, o filme nos aproxima do bibliotecário Zeca, que todo dia tenta levantar bem cedo para tomar a condução que o levará, depois de percurso de hora e meia, à escola onde trabalha. Só que, para ele, está cada dia mais difícil se levantar da cama. Ao ser demitido por atrasos e faltas acumulados, ele conhecerá melhor a portadora da má notícia, a descolada, expansiva e cheia-de-iniciativa Luísa (Grace Passô). Completam o elenco Fabricio FBC, Stan Alba e Kelly Crifer. Além de diretor e roteirista, Novais assina a montagem, a produção-executiva (com Marianne Macedo Martins) e a produção (com Thiago Macêdo Correia, seu sócio na Filmes de Plástico).

A comissão da seleção de curtas-metragens brasileiros, que soma 12 títulos, quebrou outra regra histórica do Festival de Brasília: não selecionar filmes laureados com o prêmio principal de outra competição.

Entre os selecionados está o capixaba “Remendo”, de Roger Ghill, detentor do Kikito de melhor curta, em Gramado, e do troféu Vitória, no Festival de Vitória do Espírito Santo. Mas, no geral, os outros 11 títulos escolhidos não são muito conhecidos. E, o que é importante, valorizam as diversas regiões brasileiras (da Amazônia ao extremo-sul, passando por Alagoas, Paraíba e chegando a Minas e ao eixo Rio-São Paulo). Fora o Distrito Federal, só dois Estados têm dupla representação (o Rio Grande do Sul e São Paulo). E, curiosamente, Pernambuco, força avassaladora no cinema brasileiro de longa e curta duração, nas últimas décadas, está quase ausente das competições do festival candango. Só “A Transformação de Canuto” tem o Estado como produtor ao lado de SP e RS.

Cena de “Vão das Almas”, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape

Entre os curtas selecionados, vale destacar o brasiliense “Vão das Almas”, que soma dois diretores com trajetórias bem diferentes – a documentarista Edileuza Penha de Souza e o descolado Santiago Dellape.

“Vão das Almas”, matriz de um longa-metragem em processo de criação, se passa no Quilombo Kalunga, em solo goiano, mesmo ambiente (e cenário) dos documentários “Negros de Cedro“, de Manfredo Caldas, e “Entre Vãos”, de Luísa Caetano. Mas a narrativa, desta vez, é ficcional. Um drama histórico-social (a violência contra trabalhadores negros) se fertiliza com ingredientes afro-futuristas.

A inusitada parceria entre Edileuza, professora da UnB  e autora do premiado “Filhas de Lavadeiras”, com o malucão Dellape, adepto de filmes de gênero, resultou em boa química.

Na trama nos deparamos com profecia da Matinta, que corta o vilarejo fantasma do Vão de Almas como uma corrente de ar gelado. Ela avisa: “Existem vários tipos de Saci. Pererê é aquele menorzinho, que prega peça. Saçurá faz maldade…”. O que virá é surpreendente e envolve o espectador. No elenco estão Deusenir Santana, Luan Vinícius, Romes Santos e Kaléo Henrique. E, em participação especial, a cantora Doroty Marques.

No terreno do longa-metragem, a Mostra Brasília, dedicada integralmente à produção candanga, reúne quatro títulos. Todos cercados de histórias curiosas e um deles – “Rodas de Gigante”, de Catarina Accioly – candidato a receber o maior público da edição número 56.

Em sua estreia no longa-metragem, a atriz e diretora Catarina Accioly realiza documentário de 100 minutos, integralmente dedicado a ídolo dela e de todos aqueles que amam Brasília e o teatro.

Seu personagem é o uruguaio mais candango do mundo, Hugo Rodas (1939- 2022). Ele nasceu na platina Juan Lacaze e radicou-se em Brasília em 1975, já artista empenhado em trilhar novos caminhos. Tinha 26 anos, mas sua inquietação era tanta, que danou-se a criar montagens apaixonantes.

Uma delas, de “Os Saltimbancos”, de Bardotti e Buarque, teve efeito seminal. Depois, Hugo montou “A Casa de Bernarda Alba”, de Lorca, somando teatro e dança, e causou novo frisson. Sua rodriguiana “Senhora dos Afogados” ficou impressa nas retinas de milhares de brasilienses. E ele seguiu em frente como ator de alguns filmes (“Cidade Baixa”, “No Coração dos Deuses”, “Celeste & Estrela”), figurinista, cenógrafo, pau para muitas (e criativas) obras. Morreu aos 82 anos, como um menino grande e travesso. Brasília chorou sua partida com muitas lágrimas. E com imensa sensação de dívida, reconhecimento e gratidão.

Catarina Accioly anuncia seu filme como a história de “um excêntrico diretor de teatro, que desafia a velhice e as doenças da carne, para apresentar perspectiva de diálogo com o eterno”. E o faz com seu instrumento de trabalho de toda uma vida: “por meio da arte e suas múltiplas relações”. Para compor seu “improviso poético”, a atriz-cineasta  filmou o artista ao longo de seus quatro derradeiros anos.

“Não Existe Almoço Grátis”, documentário dirigido pela dupla Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel, inicia sua narrativa na capital federal, em dezembro de 2022, às vésperas da posse presidencial.

Numa das maiores favelas do Brasil (Sol Nascente, na Ceilândia), três mulheres, Socorro, Jurailde e Bizza, lideram uma das cozinhas solidárias do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto). Elas têm como tarefa cozinhar e distribuir almoços gratuitamente para centenas de pessoas, que estão chegando a Brasília para a posse do presidente Lula, agendada para o primeiro dia do ano. Nepomuceno, formado pela UFRJ, e Charbel, pela USP, asseguram que “Não Existe Almoço Grátis” acompanha “a saga dessas três mulheres e traz entrevistas profundas e íntimas sobre suas vidas”. E sobre “a organização coletiva, de forma a revelar que o futuro se cozinha no presente e com muitas mãos”.

“Ecos do Silêncio”, o décimo longa-metragem de André Luiz Oliveira, marca a volta do multiartista baiano-candango à ficção, depois dos documentários “Cozinheiro do Tempo”, “O Ferreiro de Exu”, “Zirig Dum Brasília”, “O Outro Lado da Memória” e “Mito e Música”. São, porém, ficcionais seus filmes mais conhecidos – “Meteorango Kid o Herói Intergalático”, “A Lenda de  Ubirajara” e “Louco por Cinema”. E ele experimentou o docfic em “Sagrado Segredo”.

Davi, o protagonista de “Ecos do Silêncio”, é um adolescente que mora em Brasília. Desde a infância, ele sofre de angústia existencial por não conseguir se comunicar com o irmão autista. Resolve, então, empreender longa jornada fora de casa, distante dos pais e do país, em busca de resposta que lhe traga alívio para este conflito. O jovem partirá rumo a uma escola de Musicoterapia, na Argentina. Depois, seguirá para outra, de música tradicional, desta vez na Índia. Tais vivências terão força autotransformadora e Davi finalmente irá se deparar com enigma familiar que o libertará.

No elenco, estão Thalles Cabral, Larissa Mauro, João Campos, Larissa Salgado, Pallab Das, Pedro Quatorzevoltas, Pedro Miguel e o ator-e-músico mineiro Maurício Tizumba. Na produção, Marcio Curi (in memoriam), Beth Curi e Caetano Curi. A trilha sonora original é do próprio André e de Zepedro Gollo.

“O Sonho de Clarice”, de Fernando Gutiérrez e Guto Bicalho, traz a animação de longa-metragem para a competição da Mostra Brasília. Vale lembrar que é bastante reduzida a participação de filmes animados na longa trajetória (de quase seis décadas) do Festival de Brasília. Em 1993, foi exibido o híbrido de live action e animação de Yanko del Pino e Márcio Curi, “A TV que Virou Estrela de Cinema”. E, no ano seguinte, “Rocky & Hudson – Os Cowboys Gays”, de Otto Guerra.

A animação brasiliense de Gutierrez e Bicalho conta a história de Clarice, menina extremamente criativa, que passa pelo processo de superar a perda da mãe.

Gutierrez, que é doutor em Artes e pesquisador de Animação, e Bicalho, artista de story board, lembram que o filme mostra “relações, pequenas alegrias da vida cotidiana e o quão mágico estas podem ser”. Com “O Sonho de Clarice”, eles estabelecem “contraste entre a linguagem do mundo real e uma viagem surrealista”, recorrendo “a um universo fantástico como alegoria para esta jornada de superação”.

Na noite inaugural da 56ª edição do Festival de Brasília, o público assistirá ao filme “Ninguém Sai Vivo Daqui”, de André Ristum. Sua trama se passa no início da década de 1970, quando a jovem Elisa engravida do namorado e é internada à força pelo pai em hospital psiquiátrico da mineira Barbacena. Após sofrer muitos abusos, Elisa, junto com outros colegas injustiçados, passa a buscar uma maneira de fugir daquele apavorante manicômio. No elenco, Fernanda Marques, Augusto Madeira, Andréia Horta, Rejane Faria, Naruna Costa, Aury Porto, Arlindo Lopes e Bukassa Kabengele.

Cena de “Raoni – Uma Amizade Improvável”, de Jean-Pierre Dutilleux

“Raoni, uma Amizade Improvável”, longa da noite de encerramento, leva o cineasta belgo-brasileiro Jean-Pierre Dutilleux de volta ao mundo do cacique Raoni, da etnia Kaiapó. Em 1979, em parceria com Luiz Carlos Saldanha, o diretor belga realizou o longa documental “Raoni”, vencedor do Festival de Gramado e, depois, indicado ao Oscar de Hollywood.

Dutilleux acompanhou o cacique Kaiapó (hoje com 91 anos) ao longo das últimas cinco décadas. Nesse novo filme, produzido por Marcos Altberg e realizado em parceria com a Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil, ele conta, mais uma vez, com trilha sonora de Egberto Gismonti e participação de Marlon Brando (1924-2004).

Em sessão especial, o público poderá assistir ao documentário “Utopia Tropical”, de João Amorim. O filme convida o espectador a refletir sobre questões políticas, sociais e econômicas, com foco nos povos da América Latina, particularmente do Brasil.

Em sua narrativa, de sintéticos 77 minutos, Amorim pontua que “os povos da América Latina – muitas vezes vistos como ocupantes indisciplinados do quintal norte-americano – apresentam, em ‘Utopia Tropical’, sua proposta civilizacional e suas lutas por independência”. E estas propostas são analisadas pelo linguista estadunidense Noam Chomsky e pelo diplomata brasileiro Celso Amorim.

Estes dois intelectuais (Chomsky e Celso Amorim) “são, ao mesmo tempo, personagens, testemunhas e analistas de quase um século de história”. Por isso, “conseguem jogar luz sobre acontecimentos-chave dessa caminhada e buscar as frestas que apontam para uma América Latina mais justa e plural”.

Que, em 2024, o Festival de Brasília volte à sua data histórica, o mês de setembro. Nos estatutos de sua concepção e nascimento, seus idealizadores previam “um festival na primavera”, para projetar a cidade que Niemeyer, Lúcio Costa e JK haviam erguido. Ser o último festival do ano, em data que se aproxima do Natal, não pode ser destino do festival criado por Paulo Emílio Salles Gomes e equipe.

Confira a programação do festival:

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

. “Ninguém Sai Vivo Daqui”, de André Ristum (sessão hors concours, noite de abertura)
. “Raoni – Uma Amizade Improvável”, de Jean-Pierre Dutilleux (sessão hors concours, no encerramento)
. “Utopia Tropical”, de João Amorim (sessão beneficente)

COMPETIÇÃO LONGAS BRASILEIROS

. “No Céu da Pátria Nesse Instante”, de Sandra Kogut (doc, RJ-MG-SC-SP, 105’)
. “Mais um Dia, Zona Norte”, de Allan Ribeiro (docfic, RJ, 80’)
. “Nós Somos o Amanhã”, de Lufe Steffen (ficção, SP, 102’)
. “O Dia que te Conheci”, de André Novais Oliveira (ficção, MG, 70 min)
. “Cartório das Almas”, de Léo Bello (ficção, DF, 77’)
. “A Transformação de Canuto”, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto Carvalho (docfic, PE-SP-RS, 130’)

MOSTRA BRASÍLIA-DF (COMPETIÇÃO DE LONGAS)

. “Rodas de Gigante”, de Catarina Accioly (DF, documentário, 100’)
. “O Sonho de Clarice”, de Fernando Gutiérrez e Guto Bicalho (DF, animação, 83’)
. “Ecos do Silêncio”, de André Luiz Oliveira (DF, ficção, 102’)
. “Não Existe Almoço Grátis”, de Marcos Nepomuceno e Pedro Charbel (DF-RJ, documentário, 74’)

CURTAS BRASIL

. “Vão das Almas”, de Edileuza de Souza e Santiago Dellape (ficção, DF-GO)
. “Cáustico”, de Wesley Gondim (ficção, DF)
. “A Fumaça e o Diamante”, de Bruna Vilela, Fábio Bardella e Juliana Almeida (documentário, AM-DF)
. “O Nada”, de André Ladeira (ficção, RS)
. “Pastrana”, de Gabriel Motta Neto e Melissa Brogni (doc, RS)
. “Cidade by Motoboy”, de Mariana Vita (ficção, SP)
. “Erguida”, de Jhonña Bao (ficção, SP)
. “Helena de Guaratiba”, de Karen Black (ficção, RJ)
. “Axé, meu Amor”, de Thiago Costa (ficção, PB)
. “Dona Beatriz Nsîmba Vita”, de Catapreta (ficção, MG)
. “Queima minha Pele”, de Leonardo Amorim (ficção, AL)
. “Remendo”, de Roger Ghil (ficção – ES)

CURTAS (MOSTRA BRASÍLIA)

. “Malu e a Máquina”, de Ana Luiza Menezes (ficção)
. “A Menina Corina em: Quantos Mundos Cabem em um Só?”, de Lucielle Castro (animação)
. “Glitter Carnavalesco: A História do Bloco das Montadas”, de Marla Galdino  (documentário)
. “Instante”, de Paola Veiga (ficção)
. “Nada se Perde”, de Renan Montenegro (ficção)
. “Só Quem Tem Raiz”, de Josiane Diniz (ficção)
. “A Chuva do Caju”, de Alan Schvarsberg (documentário)
. “Estrela da Tarde”, de Francisco Rio (documentário)

MOSTRA OUTROS OLHARES (informativa)

. “Uma Carta para Papai Noel”, de Gustavo Spolidoro (ficção, RS, 100’)
. “Sekhdese”, de Gabriela Guarani e Alice Gouveia (documentário, PE, 86’)
. “A Batalha da Maria Antônia”, de Vera Egito (ficção, SP, 84’)
. “Crônica de uma Jovem Preta”, de Davidson D. Candanda (documentário, RJ, 76’)

MOSTRA COPRODUÇÕES

. “Sem Coração”, de Nara Normande (Brasil-França-Itália, ficção, 93’)
. “Levante”, de Lillah Halla (Brasil-França-Uruguai, ficção, 99’)
. “Puam”, de María Alché e Benjamín Naishtat (Argentina-França-Alemanha-Itália-Brasil, ficção, 109’)
. “O Livro dos Prazeres”, de Marcela Lordy (Brasil-Argentina, ficção, 100’)

HOMENAGENS

. Antonio Pitanga (Prêmio Candango pelo conjunto da obra)
. Maria Coeli Vasconcelos (Prêmio ABCV-Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo)
. Dácia Ibiapina (Medalha Paulo Emílio Salles Gomes)
. Tributo póstumo: ao fotógrafo e cineasta André Luís da Cunha e ao ex-projecionista do Cine Brasília, Beto Techmeier

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