“Para Vigo me Voy!” tem estreia mundial no Festival de Cannes

Foto © Soraya Ursine

Foi realizada hoje, no Festival de Cannes, a estreia mundial de “Para Vigo me Voy!”, documentário que homenageia a trajetória do cineasta Cacá Diegues, figura central da história do cinema brasileiro e presença recorrente na Croisette desde os anos 1960. O filme, que foi muito aplaudido, integra a seleção Cannes Classics e concorre ao Olho de Ouro, prêmio dedicado aos melhores documentários exibidos no festival francês, que acontece até 24 de maio.

Para a estreia, os diretores Lírio Ferreira e Karen Harley estavam acompanhados do produtor Diogo Dahl, da produtora executiva Maria Fernanda Miguel e da coprodutora Clélia Bessa, representando o time criativo responsável pelo documentário, que revisita mais de seis décadas de cinema e história do Brasil por meio da trajetória de Cacá Diegues.

A sessão foi prestigiada por nomes importantes da cultura e do audiovisual brasileiro, como as atrizes Alice Braga e Camila Pitanga, e a diretora Marianna Brennand, que se juntaram à equipe do filme na homenagem ao cineasta. O momento reforçou o papel de Cacá Diegues como um dos grandes embaixadores da cinematografia nacional no exterior, com histórico de participação em diversas edições do festival, incluindo passagens pela competição oficial, Quinzena dos Realizadores e Semana da Crítica.

“Para Vigo me Voy!” é uma viagem cinematográfica que atravessa o Brasil e seu cinema, articulando momentos emblemáticos da filmografia de Diegues com depoimentos, entrevistas e registros inéditos. O documentário resgata cenas marcantes de longas como “Bye Bye Brasil”, “Quilombo” e “Joanna Francesa”, e inclui imagens tocantes da última filmagem dirigida por ele, o inédito “Deus Ainda É Brasileiro”, além de encontros com artistas que foram seus colaboradores ao longo da vida, como Antonio Pitanga, Jeanne Moreau, Zezé Motta, Marília Pêra, Sonia Braga, Antonio Fagundes, Wagner Moura e Jesuíta Barbosa; Moacir Santos, Chico Buarque, Jorge Benjor, Caetano e Gil.

Além de celebrar a dimensão artística e política do trabalho de Cacá Diegues, o filme lança luz sobre suas reflexões sobre o Brasil, a cultura popular e a força transformadora do cinema.

O filme é produzido por Diogo Dahl, da Coqueirão Pictures, com coprodução de Globo Filmes, GloboNews, Raccord, Sinédoque e Dualto Produções, e tem distribuição no Brasil pela Gullane+. “Para Vigo me Voy!” tem produção executiva de Maria Fernanda Miguel, montagem de Mair Tavares e Daniel Garcia e montagem final feita por Karen Black e Lucílio Jota e fotografia de Loiro Cunha. A música-título do filme é interpretada por Ney Matogrosso e o Pife Muderno, e é produzida por Carlos Malta.

Diegues, que faleceu em fevereiro deste ano, quando o documentário estava sendo montado, esteve no Festival de Cannes com oito dos 17 longas que dirigiu sozinho, participando três vezes da mostra competitiva, com “Bye Bye Brasil”, em 1980, “Quilombo”, em 1984, e “Um Trem para as Estrelas”, em 1987, e outras três vezes da Quinzena dos Realizadores: com “Os Herdeiros”, em 1969, “Joanna Francesa”, em 1973, e “Chuvas de Verão”, em 1978. O cineasta foi membro do júri da principal mostra competitiva, em 1981, e participou também da Semana da Crítica com “Ganga Zumba”, em 1964. Apresentou, fora de competição, “O Grande Circo Místico”, em 2018, além de ter marcado presença com o longa “Cinco Vezes Favela – Agora por Nós Mesmos”, em 2010, do qual assinou a produção.

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