Tocantins vive momento histórico na produção cinematográfica local
Foto: O cineasta Hélio Brito nas filmagens de “Um Certo João Silvino”
Efeitos da Lei Paulo Gustavo no audiovisual está colocando o Tocantins entre os estados que mais produzem filmes de longa-metragem no país
O audiovisual no Tocantins vive um marco histórico, com o nascimento de um polo audiovisual de cinema, especialmente, por causa do investimento de R$ 29,59 milhões destinados exclusivamente ao setor audiovisual por meio da Lei Paulo Gustavo (com fundos do FSA/Ancine), que possibilitou a produção de cerca seis longas-metragens, e a estreia de novos cineastas. Esse volume de investimento representa um verdadeiro divisor de águas para a produção cinematográfica do estado, ampliando as possibilidades para realizadores, técnicos, atores e comunidades que, até então, não tinham acesso estruturado a recursos de fomento cultural.
Os recursos da LPG tornaram-se um dos maiores programas públicos de financiamento direto da cultura brasileira, beneficiando, principalmente, o audiovisual. No Tocantins, os recursos da LPG chegaram em um momento em que o cinema tocantinense já tinha despontado no mercado com o filme “O Barulho da Noite”, de Eva Pereira, que circulou e foi premiado nos melhores festivais do Brasil, como o Festival de Gramado e a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, e do mundo, nos EUA, Portugal, Itália, no Marché du Film, em Cannes, e no Los Angeles Brazilian Film Festival, onde conquistou o prêmio de melhor filme, melhor roteiro e melhor atriz.

Mas o que está impulsionando uma grande virada na produção local são os recursos da LPG. Entre as produções que estão em processo de realização via LPG, estão os longas-metragens de ficção, com histórias originais, “O Julgamento de Arlete”, de Cláudia Roberta, “O Circo dos Sonhos”, de Nival Correia, “Alowodu”, de Monise Busquets, “Um Certo João Silvino”, de Hélio Brito, “Sobre Dora e Dores”, dirigido por Kaká Nogueira e Bell Gama, e “Entramas”, de Justino Vettore.
A esses filmes se juntam outras produções em andamento no Tocantins, e que foram vencedoras de editais de cinema do FSA, como o longa de ficção “Quermesse”, de Juliane Almeida, e os longas documentais “Águas Passadas, o Rio como Testemunha”, de Hélio Brito, e “A Imagem do Brasil”, de Hermes Leal. Esses filmes estarão em breve circulando pelas salas de cinema e nos streamings do país.
Efeito positivo da LPG
Os efeitos da aplicação da Lei Paulo Gustavo no Tocantins, coordenada pela Secretaria Estadual da Cultura (Secult) e municípios, mudou a perspectivas de todos os realizadores do Estado, além de ter gerado impactos imediatos com centenas de profissionais contratados, empresas movimentadas, novos conteúdos em desenvolvimento e um número inédito de produções em curso no estado. Além do fomento direto, a lei também promove formação técnica, descentralização dos recursos e fortalecimento da economia criativa como política pública de estado.
Quem está festejando esse novo cenário é o secretário estadual da Cultura, Tião Pinheiro, que destaca o impacto da LPG em todos os municípios do estado. “Estamos vendo o surgimento de produções em cidades que até então não tinham nenhuma tradição audiovisual. Há projetos sendo realizados em comunidades quilombolas, aldeias indígenas, cidades do interior e periferias urbanas. Isso só é possível com uma política pública robusta e comprometida com a pluralidade cultural, como é o caso da Lei Paulo Gustavo, que foi implementada pela Secult por meio de uma missão que nos foi confiada pelo governador Wanderlei Barbosa, com muito empenho da gestão estadual e pela ativa participação da sociedade civil”.

Já o chefe do Escritório Regional do Ministério da Cultura no Tocantins, Cícero Belém, ressalta que a LPG representa uma reparação histórica com os trabalhadores da cultura. “É uma conquista construída por muitos e que finalmente chega aos territórios. Os quase 30 milhões de reais para o audiovisual no Tocantins sinalizam a confiança no talento dos nossos realizadores e a valorização da diversidade de narrativas que temos aqui. Sabemos que o cinema é um instrumento fundamental para a afirmação da identidade nacional e nosso audiovisual tem papel central na revelação desse Brasil profundo, pois o Tocantins é a última fronteira de povoamento do território brasileiro”.
Com o incentivo de leis, como a Lei Paulo Gustavo, o Tocantins se coloca definitivamente no circuito nacional de produção audiovisual, com obras potentes, múltiplas e conectadas com os desafios e riquezas do território. A expectativa é que a infraestrutura criada, as equipes formadas e o repertório narrativo consolidado se perpetuem para além do período da lei, gerando uma nova geração de cineastas, produtores e técnicos locais.
Os recursos têm impulsionado tanto a produção de novos conteúdos quanto a valorização de temáticas identitárias, levando às telas histórias que até então eram invisibilizadas. Com isso, o Tocantins consolida-se como um polo emergente no mapa do audiovisual brasileiro, despertando o interesse de festivais, distribuidores e plataformas de exibição nacional.

Arranjos Regionais
O audiovisual tocantinense deverá crescer ainda mais com a entrada da Secretaria de Cultura do Estado do Tocantins na parceria com o FSA/Ancine, para obter recursos através da linha de investimento Arranjos Regionais, que possibilita um grande aporte no audiovisual tocantinense, inclusive para a formação de novos profissionais.
Atualmente, existem cerca de 20 produtoras tocantinenses cadastradas na Ancine e qualificadas para participarem de editais, um número que tende a crescer. E há, ao menos, 15 projetos de longa-metragem de produtoras tocantinense inscritos no FSA, em busca de recursos para produção (Cinthia Abreu).
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