Fest Brasília comemora 60 anos, exibe 80 filmes, homenageia Fernanda Montenegro e embarca na Caravana Farkas

Foto: “O Nordeste sob a Caravana Farkas”, de Lins e Lopes © Marcelo Coutinho

Por Maria do Rosário Caetano

O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que está comemorando 60 anos de história, realiza sua quinquagésima-oitava edição a partir dessa sexta-feira, 12 de setembro. Nove dias depois, serão entregues os cobiçados troféus Candango aos melhores (entre os sete filmes) da competição de longa-metragem, e aos melhores (entre doze) curtas. Serão entregues, também, os prêmios Câmara Legislativa do DF aos melhores filmes da Mostra Brasília.

Entre a noite inaugural, que exibirá “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça (duplamente premiado em Cannes), e a noite de encerramento, que festejará o longa brasiliense “A Natureza das Coisas Invisíveis”, de Rafaela Camelo (exibido na mostra Generation, em Berlim), serão apresentados 80 filmes e prestadas múltiplas homenagens. A Fernanda Montenegro, que encantou Brasília como “A Falecida”, de Leon Hirszman (e Nelson Rodrigues), a Lúcia Murat (Prêmio Leila Diniz), a Ivana Bentes (Medalha Paulo Emílio) e ao ator prata-da-casa, Chico Sant’Anna (do elenco de “A Natureza das Coisas Invisíveis”).

Das múltiplas mostras do festival, cinco serão competitivas (longas e curtas brasileiros, longas e curtas brasilienses e Caleidoscópio). Esta última, novidade desde o ano passado, terá seus cinco filmes avaliados por júri da Fipresci (Federação Internacional de Críticos de Cinema) e por Júri Jovem, formado por estudantes da UnB (ver listas de competidores abaixo).

O Festival de Brasília, criado em 1965 por Paulo Emilio Salles Gomes e equipe, exibirá, fora de suas mostras competitivas, mais cinco mostras informativas. Uma delas (Sessões Especiais) promoverá a exibição de “Ontem, Hoje e Amanhã” e “O Cego Estrangeiro”, ambos de Marcius Barbieri, e de cinco longas-metragens – “O Nordeste sob a Caravana Farkas”, de Lins e Lopes, “Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil”, de Evaldo Mocarzel, “Hora do Recreio”, de Lúcia Murat, “O Socorro Não Virá”, de Cibele Amaral, e “Para Vigo me Voy”, de Lírio Ferreira e Karen Harley.

“O Nordeste sob a Caravana Farkas” há de atrair a todos que tenham interesse pelas duas “viagens cinematográficas” empreendidas pela trupe comandada pelo produtor e fotógrafo brasileiro (de origem húngara) Thomaz Farkas (1924-2011). O longa documental fará sua estreia no Festival de Brasília e será acompanhado por seus dois criadores – o cineasta paraibano Arthur Lins, premiado no Festival Aruanda com seu longa de estreia (“Desvio”, 2019), e o cearense André Moura Lopes.

A dupla realizou um filme apaixonante e de grande beleza plástica (ótima fotografia de Breno Cesar). Sete títulos nordestinos gerados pela chamada Caravana Farkas (Geraldo Sarno não aceitava essa denominação!) foram escolhidos e utilizados na narrativa. Servem como fonte de estímulo e diálogo. Falar em “filmes nordestinos” realizados nas duas “expedições” da trupe pode parecer redundante. Afinal, dispostos a descobrir (e revelar) o Brasil profundo, os “caravaneiros” tinham a região Nordeste como principal foco de atração. Claro que a trupe realizou documentários no Sudeste (caso de “Subterrâneos do Futebol”, de Maurice Capovilla, e “Escola de Samba”, de Manuel Horacio Gimenez). Ou “Viramundo”, de Geraldo Sarno, filmado em São Paulo. Mas o cineasta baiano estava em busca de migrantes nordestinos radicados na metrópole industrial.

A maioria dos filmes realizados pelos “caravaneiros” e unidos em dois longas-metragens – “Brasil Verdade” (1965) e “Herança do Nordeste” (1969-1970) – dedicou suas melhores energias criativas à região que fascinara o Cinema Novo e proporcionara momentos luminosos ao nosso documentário.

Lins e Lopes escolheram, como fonte fertilizadora, quatro curtas de Paulo Gil Soares (1935-2000) e três de Geraldo Sarno (1938-2022). Ambos baianos. De Gil, que comandou o “Globo Repórter” em sua fase de ouro (a década de 1970, cacifado por seu trabalho na Carvana Farkas), veremos trechos de “Jaramantaia”, “Homem de Couro”, “Vaquejada” e do festejadíssimo “Memória do Cangaço”. De Sarno, que despediu-se da vida com um filme sublime e cangacerístico (“Sertânia”), veremos “Vitalino Lampião”, “A Cantoria” e “Jornal do Sertão”.

Que ninguém espere um filme saudosista. “O Nordeste sob a Caravana Farkas” é um documentário contemporâneo, que usa obras do passado (década de 1960) para refletir sobre o Nordeste de nossos dias. O filme divide-se em quatro partes. Na primeira, os cineastas reencontram a fazenda de Jaramantaia, em Taperoá, na Paraíba. O filme original (“Jaramantaia”) trazia, como subtítulo, “A Economia de uma Fazenda Nordestina”. Ao revisitar o local, Lins e Lopes ouvem os vaqueiros, que se ocupam do tempo presente, embora alguns deles relembrem o passado com saudades. Mulheres, que abandonaram as tarefas domésticas, atuam na lida pesada com o gado.

Na segunda parte, o documentário “caravaneiro” entra de cabeça numa das maiores paixões do Nordeste e dos cineastas da trupe de Farkas: a dos repentistas e cantadores. Sob o título “Isso é que é Mourão Voltado”, ouviremos a dupla Pinto do Monteiro e Lourival Batista, dois ases pernambucanos, enfrentando-se nos tradicionais embates do canto de improviso, ao som de suas violas. Em Caruaru. E sendo registrados pelo fotógrafo Thomaz Farkas, sob as ordens de Sarno.

Lins e Lopes vão ouvir os repentistas do presente. Entre eles, estará ela, a repentista Maria da Soledade, que trocou o cabo da enxada para virar improvisadora e violeira. “E da cantoria” — garantirá — “tiro meu sustento”. Claro que o repente não tem mais a força de outrora. Mas, para garantir que o gênero ainda tem futuro, um adolescente, Thulio Fontineli, se exibe, orgulhoso, como violeiro e improvisador.

Na terceira parte, chegamos ao tema que maior fama deu aos “caravaneiros”: o Cangaço. Afinal, coube ao documentário de Paulo Gil, “Memória do Cangaço”, a primazia de resgatar as imagens de Benjamin Abrahão, o mascate libanês que filmou Lampião e bando. E transformou-se no protagonista de “Baile Perfumado” (Lírio Ferreira e Paulo Caldas, 1996). Com Padre Cícero e a Aba Filmes, da Família Albuquerque, na retaguarda, Abrahão filmou os cangaceiros ouvindo vitrola e dançando, bebendo uísque e se perfumando com Fleur d’Amour. Só que o filme foi interditado pelo Estado Novo. O mascate-cineasta acabaria brutalmente assassinado (ainda nos anos 1930) e o cangaço seria dizimado em 1940. Virou história e impregnou o imaginário brasileiro.

Os diretores paraibano e cearense resgatarão as imagens captadas por Paulo Gil (veremos o bandoleiro Saracura e o Coronel Rufino, matador de cangaceiros) e irão a Nazaré, tida como reduto privilegiado das Volantes que caçaram (e exterminaram) os fora-da-lei. Os conterrâneos dos perseguidores do “cangaço lampiônico” mostrarão orgulho pelos feitos dos nazarenos. Palavra que virou quase sinônimo de volante.

Como parece impossível falar de Cangaço sem discutir se Lampião foi herói ou bandido, “O Nordeste sob a Caravana Farkas” entrará nesse embate que vem atravessando décadas. E encontrará defensor fervoroso do mais famoso dos cangaceiros. Um defensor que se escora, com firme convicção, em pergunta que não quer calar: “quem fornecia armas a Lampião?” Com um acréscimo: “Ele, por acaso, era fabricante (de armas de fogo)?”.

Na quarta e última parte do documentário, os cineastas revisitarão outra paixão dos caravaneiros– “A Arte do Barro”. O ponto de partida é “Vitalino Lampião”, curta-metragem de Sarno. Mestre Vitalino (1909-1963), muitos hão de lembrar, tornou-se a figura símbolo do artesanato que documentou o Nordeste, com seus cangaceiros, vaqueiros, procissões, enterros, casas de farinha e folguedos. Quando o baiano Sarno chegou ao Alto do Moura, em Pernambuco, Vitalino já havia morrido. Mas lá encontrou (e registrou) os descendentes do mais influente dos artesãos nordestinos.

Lins e Lopes encontraram, para seu filme, uma nova geração de herdeiros do Mestre do Barro, seus netos e bisnetos. Ele seguem moldando a argila com rara perícia. Até quando não se sabe. O filme que o Festival de Brasília vai mostrar abre espaço também para o herdeiro criativo de Mestre Galdinho, criador do boneco Mané Pãozeiro. E presta atenção também nas mulheres que transformam o barro em arte popular.

“Morte e Vida Madalena”, de Guto Parente

FLASHES CANDANGOS

. SERGIO MAMBERTI – O longa documental  “Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil”, programado no segmento Sessões Especiais, é 100% inédito. Fará, portanto, sua estreia no festival candango. Evaldo Mocarzel escolheu Brasília como primeira vitrine por duas razões – a importância histórica do festival criado por Paulo Emilio e a trajetória artístico-política do ator e gestor cultural Sérgio Mamberti (1939-2021). O filme, de 90 minutos, registra as memórias do santista-paulistano, amigo de Pagu e Plínio Marcos, ator do Teatro Oficina, de dezenas de filmes e muitas telenovelas. Mamberti, quem imaginaria, tornou-se figura muito querida entre as crianças ao interpretar o Dr Victor, sábio de visual maluco, da famosa série da TV Cultura, “Castelo Rá-Tim-Bum”. Nos palcos, atuou em mais de 70 peças. Um diretor e, principalmente, ator que participou ativamente da vida política do país, fundou e militou no Partido dos Trabalhadores e exerceu importantes funções no Ministério da Cultura de Gilberto Gil. Por isso, Evaldo Mocarzel faz questão de apresentar o filme ao presidente Lula no Cineminha do Alvorada.

. BERNARDET EM SEIS FILMES – Jean-Claude Bernardet, o franco-belga-brasileiro, que morreu no último 12 de julho (semanas antes de completar 89 anos), foi professor da UnB e um dos fundadores do Festival de Brasília. Homem de muitos ofícios — educador rebelde, ensaísta, polemista, ficcionista, roteirista de cinema, diretor e ator. Por tantos serviços prestados a seu país adotivo, coube a Bernardet receber, do Festival de Brasília, a primeira Medalha Paulo Emilio Salles Gomes. Com este reconhecimento, o evento destaca personalidades dedicadas à reflexão cinematográfica. Neste ano, passadas seis décadas da criação do festival, Bernardet será homenageado com quatro curtas-metragens e dois longas. Fábio Rogério, que trabalhou com o professor da UnB e da USP em seus derradeiros  anos, assina “Mensagem de Sergipe”, de seis minutos (um filme que mostra um velho cansado da vida, Bernardet, claro!), “Homenagem a Kiarostami”, também de seis minutos (criado para mostrar “Uma viagem com Coutinho”), “O Homem do Fluxo”, que propõe “uma questão filosófica” (em seis minutos!!). O quarto e último – “Vim e Irei como uma Profecia” – traz direção solo de Fábio Rogério e propõe “o encontro possível entre Jean-Claude Bernardet e Wesley Pereira de Castro”. Que vem a ser o protagonista (e parceiro) de Fábio no longa-metragem “Um Minuto é uma Eternidade para Quem Está Sofrendo”, premiado na Mostra Tiradentes, em janeiro deste ano. Bernardet não participa deste filme sergipano. Mas está em posição de imenso destaque em dois outros longas-metragens, programados pelo festival: “Nosferatu”, de Cristiano Burlan (competição Caleidoscópio), e “Os Ruminantes”, de Tarsila Araújo e Marcelo Mello (Mostra História(s) do Cinema Brasileiro). Neste documentário, Bernardet relembra sua atuação como co-roteirista de “A Hora dos Ruminantes”, que Luiz Sérgio Person realizaria como recriação do romance homônimo de José J. Veiga. Já no longa de Burlan, Bernardet integra o elenco, ao lado de Helena Ignez, Henrique Zanoni, Ana Carolina Marinho e Hélio Cícero.

. MORTE E VIDA MADALENA — Quem acompanha a trajetória de Guto Parente, um dos artífices do coletivo Alumbramento, do Ceará, sabe que a experimentação fez parte de todos os seus filmes. E foram muitos (dezoito), seja em grupo ou sob direção solo (“Estrada para Ythaca” e  “Inferninho” são os mais conhecidos). Em 2023, Guto assinou um longa (“Estranho Caminho”) de atmosfera envolvente, grande beleza visual e, pelo menos em  sua primeira parte, de raro poder de sedução. Ele uniu, em difícil relacionamento, duas figuras: um pai (o excelente Carlos Francisco) e um filho-cineasta (Lucas Limeira). Mas, no meio do ‘estranho caminho’ cinematográfico, deu uma rasteira nos, digamos, espectadores incautos. Assim agindo, deixou sem chão os que esperavam trama fincada no diálogo entre os protagonistas (e destes com o público). Com o novo longa-metragem, agora selecionado para a competição do Festival de Brasília, tudo leva a crer que Parente apostou em comédia metalinguística, de sintéticos 85 minutos. Sua protagonista, Madalena, é uma produtora audiovisual obrigada a lidar, ao mesmo tempo, com a morte recente do pai, com gravidez de oito meses e com a produção de uma ficção científica B. Para piorar o quadro, tudo parece dar errado no set. Mais uma vez, Parente trabalha com o grande fotógrafo Ivo Lopes Araújo. No elenco estão Noá Bonoba, Nataly Rocha, Carlos Francisco, David Santos, Armando Praça, Tavinho Teixeira e Marcus Curvelo (estes três também diretores de seus próprios filmes). E muitos outros. Em encontro fortuito com o cineasta cearense, ele me garantiu que vou gostar de seu novíssimo filme. Decerto porque, dessa vez, ele não dará uma rasteira no espectador. Uma rasteira como a que deu em mim, induzida a pensar que assistiria, finalmente, a um filme dele, semelhante, por exemplo, a “Marte 1” (Gabriel Martins, 2022) ou às realizações de Kleber Mendonça. Ou seja, obras criativas e dispostas a seduzir o público. Será que Guto Parente assumiu mesmo esse caminho? Só vendo para crer.

. ELENCO FAMOSO – Só um dos sete concorrentes ao Troféu Candango de melhor filme sustenta-se em elenco estelar – “Assalto à Brasileira”, ficção de José Eduardo Belmonte. Formado pela UnB, o cineasta de 55 anos, realizou, na capital federal, seus primeiros filmes – “Subterrâneos” e “A Concepção”. Depois iniciou produtiva carreira no eixo Rio-São Paulo. Na capital paulista realizou “Meu Mundo em Perigo”. Na capital fluminense causou sensação com seu quarto longa, o apaixonante “Se Nada Mais Der Certo”, Troféu Redentor do Festival do Rio 2008. Seguiram-se muitos filmes e séries. “Billi Pig”, “O Gorila”, “Alemão”, “Alemão 2”, “As Verdades”, “Entre Idas e Vindas”, “O Auto da Boa Mentira”, “Mobília em Casa – Móveis Coloniais de Acaju”, “Uma Família Feliz”, “O Pastor e o Guerrilheiro” (sobre a Guerrilha do Araguaia), marco de sua volta ao Centro-Oeste. Agora, o hiperprodutivo Belmonte (um verdadeiro “remador de Ben-Hur”) acompanhará a exibição de seu décimo-sexto longa no festival em que se formou como cinéfilo. “Assalto à Brasileira”, uma produção paulista, participará da competição candanga e, duas semanas depois, Belmonte estará de volta ao Festival do Rio, com “Quase Deserto”, seu décimo-sétimo longa. Neste novíssimo filme, ele conta a história de radialista desempregado, feito refém em assalto a banco. Para o elenco, foram convocados Murilo Benício, Fernanda de Freitas, Christian Malheiros, Paulo Miklos, Robson Nunes, Matheus Macena, Debora Duboc, Hugo Possolo, Ariclenes Barroso, Vertin Moura e Augusto Madeira. Já “Quase Deserto”, atração da Première Brasil, a mais concorrida das mostras do Festival do Rio, conta com elenco brasileiro e internacional. A prata-da-casa reúne Alessandra Negrini, Vinicius Oliveira, Thais Gulin e Virginia Lombardo. O quarteto soma-se ao uruguaio-argentino Daniel Hendler (de “O Abraço Partido”, de Daniel Burman) e Angela Sarfyan, americana de origem armênia. O filme tem imigrantes latinos empenhados em conquistar melhor qualidade de vida nos EUA. Daí as filmagens em Detroit. Sobre o protagonista de “Assalto à Brasileira”, filme que traz o Brasil até no nome, registre-se: ao ser transformado em refém, o radialista desempregado, enxergará a oportunidade de retomar seu ofício. Para tanto, planeja, no calor da hora, um furo jornalístico. Só que, para atingir tal objetivo, terá que “sobreviver aos criminosos, à incompetência policial e à sua própria ambição”.

. O HOMENAGEADO – Durante o último Festival de Gramado, no debate do longa brasiliense “A Natureza das Coisas Invisíveis”, a atriz Larissa Mauro fez questão de citar frase costumeiramente evocada pelo ator Chico Sant’Anna: “A fricção não me deu filhos, mas a ficção me deu vários”. Pois este ano (o sexagésimo do longevo Festival de Brasília), Sant’Anna será homenageado pela ABCV (Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo) e poderá, com síntese e humor, evocar, em seu discurso de agradecimento, frases deliciosas como a citada pela amiga Larissa. Os aplausos serão abundantes, decerto, já que ele é um dos atores mais amados do teatro e do cinema brasilienses. Esteve em múltiplos palcos, inclusive sob direção de Hugo Rodas, e nas mais diversas telas da capital federal e do país. Ganhou o prêmio de melhor ator no Cine PE, no Recife, com “Simples Mortais”, de Mauro Giuntini, e de melhor coadjuvante, no Festival de Gramado, por “O Último Cine Drive-In”, de Iberê Carvalho. No novíssimo e festejado filme de Rafaela Camelo, Chico Sant’Anna tem participação curta, mas inesquecível. Aparece ao lado de Aline Marta Maria, na sequência final, de corte onírico. A dupla canta magicamente. Sant’Anna já fez papéis de protagonista, mas, mesmo em função coadjuvante, costuma ‘roubar a cena’. Vide o penetra de terapia, apaixonado por Maria Bethânia, que ele interpretou em “Momento Trágico” (Cibele Amaral, 2003). O filme, um curta-metragem consagrado pelo júri oficial de Gramado e pelo júri popular do Festival de Brasília, conquistou uma legião de fãs por onde passou. Sant’Anna e André Decca, este na pele de um cowboy (ou agroboy), arrancaram as mais generosas gargalhadas em cada tela onde essa divertidíssima comédia cibeliana foi projetada.

“Mensagem de Sergipe”, de Fábio Rogério

MOSTRAS COMPETITIVAS

LONGAS BRASILEIROS

. “Morte e Vida Madalena”, de Guto Parente (ficção, Ceará)
. “Quatro Meninas”, de Karen Suzane (ficção, Rio de Janeiro)
. “Corpo da Paz”, de Torquato Joel (ficção, Paraíba)
. “Assalto à Brasileira”, de José Eduardo Belmonte (ficção, São Paulo )
. “Futuro Futuro”, de Davi Pretto (ficção, Rio Grande do Sul)
. “Aqui Não Entra Luz”, de Karol Maia (documentário, Minas Gerais)
. “Xingu à Margem”, de Wallace Nogueira e Arlete Juruna (BA)

MOSTRA BRASILIA (LONGAS)

. “Mil Luas”, de Carina Bini
. “Maré Viva Maré Morta”, de Claudia Daibert
. “A Última Noite da Rádio”, de Augusto Borges
. “Vozes e Vãos”, de Edileuza Penha de Souza & Edymara Diniz
. “Menino Quem Foi seu Mestre?”, de Rafael Ribeiro Gontijo e Sandra Bernardes

MOSTRA CALEIDOSCÓPIO (LONGAS)

. “Nimuendajú”, de Tania Anaya (MG)
. “Atravessa minha Carne”, de Marcela Borela (GO-DF)
. “Uma Baleia Pode Ser Dilacerada como uma Escola de Samba, de Marina Meliande, de Felipe M. Bragança (RJ)
. “Nosferatu”, de Cristiano Burlan (SP)
. “Palco Cama, de Jura Capela (PE)

MOSTRA DE CURTAS BRASILEIROS

. “Logos”, de Britney (RS)
. “Safo”, de Rosana Urbes (SP)
. “Dança dos Vagalumes”, de Maikon Nery (PR)
. “Faísca”, de Bárbara Matias Kariri (AC)
. “Laudelina e a Felicidade Guerreira”, de Milena Manfredini (RJ)
. “Boi de Salto”, de Tássia Araújo (PI)
. “Couraça”, de Susan Kalik e Daniel Arcades (BA)
. “A Pele do Ouro”, de Marcela Ulhoa e Yare Perdomo (RR)
. “Cantô meu Alvará”, de Marcelo Lin (MG)
. “Ajude os Menor”, de Janderson Felipe e Lucas Litrento (AL)
. “Replika”, de Piratá Waurá e Heloisa Passos (MT)
. “Fogo Abismo”, de Roni Sousa (DF)

MOSTRA BRASÍLIA – CURTAS

. “Notas sobre a Identidade”, de Marisa Arraes
. “Dizer Algo sobre Estar Aqui”, de Vaga-mundo: poéticas nômades
. “O Bicho que Eu Tinha Medo”, de Jhonatan Luiz
. “A Brasiliense”, de Gabmeta
. “O Fazedor de Mirantes”, de Betânia Victor e Lucas Franzoni
. “Rainha”, de Raul de Lima
. “Terra”, de Leo Bello
. “Dois Turnos”, de Pedro Leitão
. “Três”, de Lila Foster
. “O Cheiro do seu Cabelo”, de Clara Maria Matos
. “Rocha: Substantivo Feminino”, de Larissa Corino e Patrícia Meschick

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