“Irmã Dulce”, de Vicente Amorim, começa a ser rodado em Salvador
As atrizes Bianca Comparato e Regina Braga são a protagonista quando jovem e a partir dos 45 anos do filme “Irmã Dulce”, que deu início às filmagens essa semana. Produzido por Iafa Britz (“Se Eu Fosse Você”, “Nosso Lar” e “Minha Mãe é uma Peça”), da Migdal Filmes; distribuído pela Downtown Filmes/Paris Filmes e coproduzido por Globo Filmes e Telecine, o longa está sendo rodado na cidade de Salvador. As filmagens se encerram no dia 26 de maio, dia em que Irmã Dulce faria 100 anos.
“Irmã Dulce” tem direção do premiado diretor Vicente Amorim, com longa experiência em produções internacionais ambientadas em momentos importantes da História, como a ascensão do nazismo na Alemanha, na produção internacional “Um Homem Bom”, com o indicado ao Oscar Viggo Mortensen. Ou o drama dos japoneses que não aceitavam a derrota na Segunda Guerra Mundial, em “Corações Sujos”. Já o universo nordestino foi o tema dos primeiros longas de Amorim, “2000 Nordestes” e “Caminho das Nuvens”, este com Wagner Moura e Claudia Abreu. Quem assina o roteiro de “Irmã Dulce” são L.G. Bayão e Anna Muylaert.
Para viver a religiosa na juventude, foi escalada Bianca Comparato (“Somos Tão Jovens”), premiada pela APCA por sua atuação na minissérie “Sessão de Terapia”, do canal por assinatura GNT. Bianca vive Dulce na juventude – período em que seu ativismo social e sua luta pelos miseráveis cresce em meio ao preconceito e à desconfiança da sociedade. Já a consagrada Regina Braga, vive Irmã Dulce a partir da maturidade, quando, embora já admirada por suas ações, continua a enfrentar resistência à sua forma de atuar, inclusive dentro da própria Igreja.
Tendo como ferramentas a determinação e o amor, Irmã Dulce construiu uma obra social sem igual no Brasil, com creches, hospitais e centros educacionais. Conhecida como “Anjo Bom da Bahia”, ela impressiona por sua capacidade de conviver com todos os credos e todas as classes sociais, dos poderosos aos marginalizados. Seu perfil é o de uma mulher quase subversiva na sua ação, capaz de quebrar paradigmas pelo seu amor ao outro. Irmã Dulce lutou contra todo tipo de preconceito e sua doença respiratória incurável para, como ela mesmo dizia, fazer o que deveria ser direito básico de qualquer cidadão.
Irmã Dulce foi beatificada em 2011 e segue o processo de canonização que pode torná-la a primeira santa brasileira. Mas, na terra de Todos os Santos, ela cruzou as fronteiras religiosas, sendo respeitada e venerada por toda a população. Suas ações e capacidade de mobilização impactaram gerações, a despeito de credos ou mesmo da falta deles. Em 1988, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho incansável às populações carentes.
A produção do filme conta com dezenas de locações criadas e adaptadas a partir de ambientes reais; e produção e reconstituição de figurinos de época que vestirão centenas de figurantes. As cenas serão rodadas em locais históricos de Salvador, como o Pelourinho e a Igreja de São Francisco. O filme vai reproduzir com riqueza de detalhes momentos marcantes, como a visita dela ao Terreiro de Mãe Menininha do Gantois e a visita do Papa João Paulo II, em 1991, quando Irmã Dulce foi ovacionada pela multidão. O lançamento de “Irmã Dulce” está previsto para o último trimestre deste ano.