Festival Varilux homenageia Delon, Truffaut, “Bolero” de Ravel e promove palestras de Frodon

Foto: Alain Delon em cena de “O Sol por Testemunha”, de René Clément

Por Maria do Rosário Caetano

Vai começar a maratona do cinema francês em dezenas de cidades brasileiras. A nova edição do Festival Varilux reúne blockbuster do tamanho de “O Conde de Monte Cristo”, que vendeu 9 milhões de ingressos na França, e documentários pequenos, mas imprescindíveis, como “O Roteiro da minha Vida” (no caso, a de François Truffaut) e “1987 – O Nascimento do Impressionismo”.

A décima-quinta edição do Varilux acontece a partir dessa segunda-feira, 4 de novembro, com atividades reflexivas (masterclass e palestras do cineasta Xavier Legrand e do crítico Jean-Michel Frodon) e exibições, a partir da quinta-feira, 7, em 60 cidades e 110 salas espalhadas por todo território brasileiro. E prossegue até 20 de novembro.

Dos 20 filmes programados, 19 são obras contemporâneas, que se complementam com um clássico (“O Sol por Testemunha”, de René Clément), responsável pela transformação de Alain Delon em astro planetário. Imagem icônica do ator, que brilharia nos viscontianos “Rocco e seus Irmãos” e “O Leopardo”, estampa todo o material gráfico do Festival Varilux de Cinema Francês.

Delon é relembrado em momento áureo de sua beleza e juventude, encarnado no corpo do highsmithiano Tom Ripley. Ele se faz ver no comando do leme de um barco, bronzeado e sem camisa. Sobre as águas do Mediterrâneo e sob um céu muito azul. Belo como um deus grego.

A seleção do festival propõe-se, mais uma vez, a apresentar, em pré-estreias, filmes de todos os gêneros, capazes de fornecer aos cinéfilos e ao público em geral, um amplo panorama da produção atual do país dos Lumière, de Méliès, Carné, Renoir, Rouch e da Nouvelle Vague. Por isso, há animações (“Selvagens”), biopic (“Bolero, a Melodia Eterna”), documentários (o sobre Truffaut e marcas dolorosas de sua infância) e o que conta (com bons atores) a história do nascimento do Impressionismo.

Há, claro, muitos dramas e comédias. Neste gênero, o da comédia dramática ou rasgada, há abundância de títulos – “Apenas Uns Dias” e “Três Amigas”, ambos com a talentosíssima Camille Cottin, estrela de “Dix pour Cent”, “Daaaaalí”, sobre a feitura de possível documentário com Salvador Dalí, “A Fanfarra”, “Mega Cena”, “O Último Judeu” e, como não poderia faltar em amostragem contemporânea, um filme com Louis Garrel e Lea Seydoux, astros gauleses de nossos dias.

A comédia em que a dupla Seydoux-Garrel (duas dinastias do cinema francês) atua, há outro astro, o genial Vincent Lindon e, também, Raphaël Quenard. O filme intitula-se “O Segundo Ato” e mostra quatro atores que se encontram (e aprontam) em filmagem realizada integralmente com inteligência artificial. Aos poucos, eles não saberão distinguir ficção e realidade.

No campo do drama, estão “A História de Souleymane” (sobre imigrante que chega a Paris vindo da África), “O Bom Professor” (com o galã François Civil), “Diamante Bruto”, “Ouro Verde” e “O Sucessor”. No campo do drama histórico, estão “Jeanne du Barry – A Favorita do Rei”, de Maîwenn (com a atriz-diretora como protagonista e acompanhada do astro estadunidense Johnny Depp), e “O Conde de Monte Cristo”, banhado pelos códigos do cinema de aventura. Este filme, protagonizado por Pierre Niney, baseia-se no clássico de Alexandre Dumas, o pai (1802-1870).

“O Conde de Monte Cristo”, de Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte

Autor, também, de “Os Três Mosqueteiros”, o neto de um conde e de uma escrava, publicou seu folhetim movido a vingança em 1844-45 (em capítulos). E fascinou o mundo. Os franceses, então, tornaram-se seus súditos para o todo e o sempre. Tanto os dois recentes “Os Três Mosqueteiros” (“D’Artagnan” e “Milady”), quanto a vingança do Conde de Monte Cristo venderam milhões de ingressos. Este, que agora chega ao Festival Varilux, chegou perto dos 10 milhões de ingressos (num país de 66 milhões de habitantes). O que nos leva a concluir que, no cinema, a vingança não resulta em prato que se come frio, mas sim, em saborosa iguaria.

Em todas as suas edições, o Varilux estabelece diálogo com um filme brasileiro. Dessa vez, o escolhido resulta de coprodução Brasil-França – “Madame Durocher”. Trata-se de drama dirigido pela dupla faapiana Andradina Azevedo e Dida Andrade. No elenco, destacam-se Sandra Corveloni (Palma de Ouro de melhor atriz em Cannes, por “Linha de Passe”, de Walter Salles e Daniela Thomas), Isabel Fillardis, Matheus Solano, André Ramiro, Clara Moneke, Fernando Alves Pinto, Júnior Viera, Felipe Adler e Armando Babaioff.

Os brasileiros se somam à canadense Marie-Josée Croze (de “As Invasões Bárbaras”) – ela integra a delegação francesa que acompanhará o festival – para contar história dramática situada no século XIX (a partir de 1816).

A protagonista, Marie Josephine Mathilde Durocher, chega, jovem, ao Brasil, acompanhada de sua mãe, Anne, modista francesa, que se estabelece como lojista. Só que o negócio não dá bons resultados.

Interpretada na juventude por Jeanne Bourdier e na maturidade por Sandra Corveloni, a futura Madame Durocher construirá sua vida em solo brasileiro. Após a morte de sua mãe (Marie-Josée Croze), Marie Josephine decide aprender a desempenhar função de parteira. Frequentará a recém-criada Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, chamando atenção por ser a primeira (e única!) mulher no curso de partos. Ela atenderá a indigentes, prostitutas e, também, à família real portuguesa. O filme dura 120 minutos e tem lançamento assegurado para essa quinta-feira, 7 de novembro, com distribuição da Elo Studio.

A Revista de CINEMA assistiu a três dos filmes programados pela décima-quinta edição do Varilux. O primeiro — imperdível — foi “O Roteiro da minha Vida – François Truffaut”, seguido de “1874, o Nascimento do Impressionismo”, um híbrido doc-fic, e a biopic “Bolero, a Melodia Eterna”.

“Le Scénario de ma Vie” tem direção de David Teboul, que escreveu o roteiro em parceria com o crítico e biógrafo de Truffaut, Serge Toubiana. Ao longo de 93 minutos, a dupla evoca as consequências dos traumas da infância e adolescência de Truffaut em sua breve vida adulta (ele morreu aos 52 anos, em 1984, portando há exatas quatro décadas). E, em especial, a recriação — em seus filmes — dos difíceis anos de sua juventude (ele seria mais um delinquente se um anjo, o crítico André Bazin, não se transformasse em seu “pai” protetor).

As referências autobiográficas truffautianas são onipresentes em “Os Incompreendidos”, “O Garoto Selvagem” e “O Último Metrô”. E espalhadas por outros de seus filmes. O que, aliás, não falta no documentário de Teboul e Toubiana são trechos dos longas-metragens de Truffaut. Escolhidos com olhar cirúrgico. Uma beleza.

O documentário, ao contrário da biografia que Toubiana escreveu com Antoine de Baecque (“François Truffaut, Uma Biografia”, Record, 1998), não dedica grande espaço aos sofrimentos amorosos de Truffaut. O cineasta viveu desmedidas paixões por algumas de suas atrizes. Os casos Catherine Deneuve (“A Sereia do Mississipi”) e Isabelle Adjani (“A História de Adele H”) o transtornaram de tal forma, que ele entrou em processo depressivo e foi submetido, até, a substantivas internações hospitalares.

As cartas recebidas por Truffaut do pai (Rolland Truffaut, que o assumiu, e com quem ele não se entendia) são lidas por Paschal Gregory. As do próprio Truffaut, por Louis Garrel (poderia haver melhor escolha?). Isabelle Huppert, Barbara Sukova e André Dussolier também emprestam suas vozes ao filme.

Detalhe importante: o contato com o mundo dos detetives — Truffaut contratou profissional do ramo capaz de descobrir quem era seu pai biológico (um judeu rejeitado pela família católica de sua mãe) — motivou o cineasta a envolver seu alter-ego, Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud) com atividade investigativa. Isso acontece na deliciosa comédia romântica “Beijos Proibidos” (“Baisers Volés”, de 1968). Léaud, aliás, tem presença recorrente no filme. Desde seu teste para interpretar o protagonista de “Os Incompreendidos” até filmes como “Duas Inglesas e o Amor”.

Quem viu o obrigatório “Godard, Truffaut e a Nouvelle Vague” (“Deux de la Vague”, de Emmanuel Laurent, 2009) não deve temer redundâncias. O novo documentário é dedicado essencialmente aos infortúnios (e alegrias) do Truffaut nos primeiros 30 de seus 52 anos. E traz muitas imagens dos encontros dele com Hitchcock, que resultariam no livro “Hitchcock-Truffaut – Entrevistas”, na feitura do qual contou com valiosa ajuda da norte-americana Helen Scott.

“O Roteiro da Minha Vida – François Truffaut”, de David Teboul e Serge Toubiana

Outro documentário (este construído com atores, imagens de arquivo e narração off) – “1874, o Nascimento do Impressionismo”, de Julien Johan e Nancy Hugues — pode assustar os mais exigentes. Mas, saibam todos, o resultado é dos mais instigantes. O ano de 1874 marcou “La Naissance de l’Impressionnisme”, o movimento de renovação das artes plásticas na França (e no mundo).

A dupla de diretores convoca uma penca de intérpretes para dar vida aos franceses Claude Monet, Édouard Manet, Pierre-Auguste Renoir, Edgar Degas, Paul Cézanne, Eugène Boudin, Camille Pissarro, Frédéric Bazille (que morreria na Guerra Franco-Prussiana), Berthe Morisot, a única mulher do coletivo, e o britânico-francês Alfred Sisley. E, claro, o escritor e articulista Émile “Germinal” Zola, amigo desde a infância de Monet. Ele exerceu papel muito significativo na vida dos amigos pintores.

O documentário, com seu formato híbrido, fornece — o que o torna ainda melhor — ótima contextualização histórica. Os artistas aparecem durante o império de Napoleão III, o poderoso governante que promovia cobiçado Salão de Artes, em cujas exposições só entravam os que obedeciam à cartilha da pintura clássica. Exceções eram raras. Poucos dos jovens de alma inovadora conseguiram furar o cerco.

É nesse ambiente histórico-estético que os futuros “Impressionistas” buscarão seu espaço. Depois da trágica derrota da França na Guerra Franco-Prussiana, Paris vive a alucinante experiência da Comuna de Paris. Um dos integrantes do núcleo duro do “Impressionismo” foi — mostrará o filme — um ‘communard’. E motivou os colegas a aderirem aos projetos coletivos (cooperativos) praticados e incentivados, antes, pelos revoltosos. Aqueles que, durante 70 dias (18 de março a 28 de maio de 1871), assumiram o poder convulsivo-revolucionário.

Em 1874, portanto três anos depois da derrota da experiência ‘comunnard’, os artistas realizariam, no estúdio do fotógrafo Félix Nadar, exposição mobilizadora. Com obras da inquieta vanguarda de então.

A mostra de dezenas de quadros repercutiu na imprensa e motivou críticas ferozes e destrutivas. Nenhum quadro seria vendido. Mas a história consagraria a exposição como marco do efervescente movimento renovador.

“O Nascimento do Impressionismo” (95 minutos) já tem distribuidor brasileiro, a Bonfilm. Na França, essa produção do canal Arte bateu recorde de audiência, quando exibido nessa emissora tão importante para o cinema europeu.

“1874” é um documentário que merece ser visto e revisto, tamanha a riqueza das imagens e informações por ele organizadas e difundidas.

“Bolero, a Melodia Eterna” (Boléro, 120 minutos) traz na direção a atriz, roteirista e cineasta Anne Fontaine, diretora do encantador “Gemma Bovery – A Vida Imita a Arte”, um “Madame Bovary” de tintas cômicas e alma britânico-francesa. Um cult com Fabrice Luchini encarnado em um padeiro que apaixona-se por torpedo hormonal inglês, de nome Gemma Bovery (Gemma Arterton). Ela, casada (como Madame Bovary), chega para transtornar a vida do pequeno-burguês.

Nessa edição do Varilux, assistiremos (com a assinatura de Anne Fontaine) a uma biopic de Maurice Ravel (1875-1937), autor de uma das mais famosas composições da história da música erudita – o “Bolero”. Sim, aquele – nos informa letreiro final – que “alguém está tocando a cada 15 minutos” mundo a fora.

Ao longo de 120 minutos, veremos Raphaël Personnaz dar vida ao compositor que recebe encomenda de Ida Rubinstein, bailarina russa exilada em Paris (Jeanne Balibar, maravilhosa e dançando de forma convincente).

La Rubinstein deseja que ele componha peça de 20 minutos, que ela coreografará e interpretará. Sem inspiração, Ravel custa a entregar a encomenda. De origem basca, ele acabará buscando, nessa matriz, algumas referências. E somando-as, inclusive, ao som de modernas máquinas fabris. O artistas evocará, em flashbacks, suas memórias — a perda da mãe, que lhe causa imensa dor, e sua passagem pela Primeira Guerra Mundial.

Ravel viverá relação platônica com Misia Sert (Doria Tillier), mulher casada, frequentará um bordel (não para fazer sexo, mas para “conversar” com a moça escolhida ou pedir para ela usar luvas vermelhas de Misia). Era, o artista, homoafetivo? Suas biografias não registram amores masculinos. Nem femininos.

A trama tem 1928, portanto os vibrantes “anos loucos” de Paris, como tempo histórico. E dedicará espaço à criação de outras de suas composições.

O filme adota formato clássico, sem maiores transgressões. Mas se faz ver com imenso interesse, já que pouco sabemos da vida pessoal e criativa do artista. Seu fecho é emocionante. Afinal, traz solo acrobático de nova coreografia do “Bolero“. Quase tão vibrante quanto a criada por Maurice Béjart e o Ballet do Século XX, que Claude Lelouch saberia explorar em “Retratos da Vida” (“Boléro”, 1981), mega-sucesso comercial. A obra lelouchiana permaneceu em cartaz em São Paulo por mais de um ano.

O longa de Anne Fontaine será lançado no Brasil pela Mares Filmes. Na França, vendeu 415 mil ingressos. Os franceses amam apresentar dados de bilheterias. E, assim, mostrar que, além de volumosos números de seus blockbusters (caso do “Monte Cristo”) conseguem produzir filmes de perfil médio. Ou seja, aqueles que mobilizam 400 mil ou 500 mil espectadores. Há muitos na programação do Varilux (os sem borderô encontram-se nessa situação, pois ainda não estrearam nos cinemas franceses).

“Bolero, a Melodia Eterna”, de Anne Fontaine

Além de exibir vinte filmes, o Varilux trará artistas franceses ao Brasil e apresentará atividades gratuitas como masterclass do diretor Xavier Legrand e palestra sobre crítica de cinema com Jean-Michel Frodon, ex-diretor da revista Cahiers du Cinéma. Estas atividades têm entrada franca e são sujeitas à lotação do espaço.

Legrand faz sua masterclass (sobre suas obras e trajetória artística), em São Paulo, nessa segunda-feira, 4, às 15h, com exibição gratuita de seu novo longa-metragem, “O Sucessor” (Cine FAAP, em Higienópolis). Seu penúltimo filme, “Custódia”, conquistou dois prêmios César.

No dia seguinte, terça-feira, 5 de novembro, no mesmo Cine FAAP, o jornalista, professor e crítico Jean-Michel Frodon ministra palestra sobre o estágio atual do cinema no mundo (das 10h30 às 17h30).

Frodon, que foi parceiro de Walter Salles no roteiro do incontornável longa documental “Jia Zhang-Ke – Um Homem de Fenyang”, refletirá sobre temas como o avanço tecnológico no cinema, a globalização e a digitalização. Sem esquecer a história da crítica cinematográfica frente aos desafio das novas tecnologias.

O currículo do crítico francês é avassalador. Ele já publicou mais de dezena de livros, entre eles «O Cinema Francês, da Nouvelle Vague Até Hoje», «O Cinema e a Shoah», «Robert Bresson », «Conversa com Woody Allen », « O Cinema Chinês», «Deleuze e as Imagens », «A Arte do Cinema», « O Mundo de Jia Zhang-ke », «Cinemas de Paris », « Chris Marker », «13 Ozu », «Abbas Kiarostami, Obra Aberta » e « O Cinema à Prova da Diversidade». Atualmente, colabora com os sites de informação Slate.fr e AOC, e com inúmeras publicações francesas e estrangeiras.

A palestra de Frodon no Rio de Janeiro acontecerá nessa quinta-feira, dia 7. O tema será “As Herdeiras da Nouvelle Vague – O Cinema Feminino na França” (às 19h, na Aliança Francesa de Botafogo). Ele estará ao lado de Gabriela Carneiro da Cunha, ativista ambiental e codiretora de “A Queda do Céu” (com Eryk Rocha). Os dois vão discutir a história do cinema feito por mulheres na França, desde Alice Guy, fins do século XIX, passando pelo movimento da Nouvelle Vague, e chegando aos dias atuais.

Frodon fará outra palestra (sobre crítica de cinema), no Rio, na sexta-feira, 8, para cinéfilos, tratando de seu tema favorito — a crítica de cinema (das 10h30 às 17h30, na Bibliomaison, no Consulado Geral da França).

OS  OUTROS FILMES

. “O Conde de Monte Cristo” (“Le Comte de Monte Cristo”, 2024, 2h58′, aventuras histórica) – Direção: Alexandre de La Patellière e Matthieu Delaporte. Com: Pierre Niney, Bastien Bouillon, Anaïs Demoustier – Vítima de uma conspiração, o jovem Edmond Dantès é preso no dia de seu casamento por um crime que não cometeu. Após 14 anos de detenção no castelo de If, ele consegue escapar. Tornando-se imensamente rico, retorna sob a identidade do Conde de Monte Cristo para vingar-se dos três homens que o traíram. Exibido hors concours em Cannes. 9 milhões de espectadores. Distribuição no Brasil: Paris Filmes

. “O Segundo Ato” (“Le Deuxième Acte”, 2024, 1h20′, comédia) – Direção: Quentin Dupieux – Com: Léa Seydoux, Louis Garrel, Vincent Lindon e Raphaël Quenard – Quatro atores se encontram na filmagem de obra realizada 100% com inteligência artificial. Aos poucos torna-se difícil distinguir a ficção da realidade. 456 mil espectadores. Distribuição no Brasil: Bonfilm. Filme de abertura do Festival de Cannes 2024.

. “Apenas Alguns Dias” (“Quelques Jours Pas Plus”, 2024, 1h43, comédia dramática). Direção: Julie Navarro. Com: Camille Cottin, Benjamin Biolay, Amrullah Safi — Arthur Berthier, um crítico de rock relegado às reportagens gerais após destruir quarto de hotel, é ferido por um policial enquanto cobre a desocupação de campo de migrantes. Nessa ocasião, ele se apaixona por Mathilde, a líder da associação Solidariedade Exilados. Querendo ajudar e agradá-la, ele concorda em abrigar Daoud, um jovem afegão, pensando que será por apenas alguns dias. Distribuição no Brasil: Bonfilm

. “Três Amigas” (“Trois Amies”, 2024, 1h57′, comédia dramática) – Direção: Emmanuel Mouret – Com: Camille Cottin, India Hair, Sara Forestier, Vincent Macaigne, Damien Bonnard – Joan não está mais apaixonada por Victor e sofre por se sentir desonesta com ele. Alice, sua melhor amiga, a tranquiliza: ela mesma não sente paixão por Eric, mas o relacionamento deles está indo maravilhosamente bem! Ela não sabe que ele mantém caso com Rebecca, sua amiga em comum. Quando Joan finalmente decide deixar Victor e ele desaparece, a vida das três amigas e suas histórias viram de cabeça para baixo. Distribuição no Brasil: Bonfilm. Da seleção do Festival de Veneza 2024.

“Madame Durocher”, de Andradina Azevedo Dida Andrade

. “O Sucessor” (“Le Successeur”, 2024, 1h52′, drama – thriller) – Direção: Xavier Legrand. Com: Marc-André Grondin, Yves Jacques, Anne-Elisabeth Bossé – Feliz e realizado, Elias se torna o novo diretor artístico de renomada casa de Alta Costura francesa. Ao saber que seu pai, com quem não mantinha contato há anos, faleceu de ataque cardíaco, ele viaja para o Quebec a fim de resolver questões da herança. Lá, o jovem criador descobrirá que herdou algo muito mais complicado do que apenas o coração frágil de seu pai. Distribuição no Brasil: Bonfilm.

. “A Fanfarra” (“En Fanfare”, 2024, 1h43′, comédia dramática. Direção: Emmanuel Courcol. Com: Benjamin Lavernhe, Pierre Lottin, Sarah Suco – Thibaut é um maestro de renome internacional que viaja pelo mundo. Ao descobrir que foi adotado, ele encontra um irmão, Jimmy, que trabalha em uma cantina escolar e toca trombone em uma fanfarra. À primeira vista, tudo os separa, exceto o amor pela música. Percebendo as capacidades musicais excepcionais de seu irmão, Thibaut decide reparar a injustiça do destino. Distribuição no Brasil: Bonfilm. Exibido em Cannes Première, Prêmio do Júri em San Sebastián.

. “A Favorita do Rei” (“Jeanne du Barry, 2023, 1h57′, drama histórico) – Direção: Maïwenn. Com: Maïwenn, Johnny Depp, Benjamin Lavernhe – Jeanne Vaubernier, uma jovem de origem humilde, está determinada a sair da sua condição, usando seus encantos. Seu amante, o Conde Du Barry, que se beneficia muito dos relacionamentos lucrativos de Jeanne, decide apresentá-la ao Rei. Com a ajuda do influente Duque de Richelieu, ele organiza o encontro. Contra todas as expectativas, Luís XV e Jeanne se apaixonam intensamente. Com a companhia da cortesã, o Rei redescobre o prazer de viver, a tal ponto que não consegue mais ficar sem ela e decide torná-la sua favorita oficial. Isso causa um escândalo, pois ninguém quer uma garota “da rua” na Corte. Distribuição no Brasil: Mares Filmes. Filme de abertura de Cannes 2023. Visto por 765 mil espectadores na França.

. “A História de Souleymane” (“L’Histoire de Souleymane”, 2024, 1h33′, drama) – Direção: Boris Lojkine. Com: Abou Sangare, Nina Meurisse, Alpha Oumar Sow. Recém-chegado a Paris, Souleymane tenta sobreviver entregando refeições de bicicleta. Ao mesmo tempo, ele prepara uma entrevista determinante para a obtenção do asilo e de documentos para poder trabalhar. Mas ele encontra muitas pedras em seu caminho. Distribuição no Brasil: Bonfilm. Da seleção da mostra Un Certain Regard, Cannes (Prêmio do Júri para o ator Abou Sangare).

. “Ouro Verde” (“La Promesse Verte”, 2024, 2h04′, drama) – Direção: Edouard Bergeon. Com: Alexandra Lamy, Félix Moati, Sofian Khammes. Para tentar salvar seu filho Martin, injustamente condenado à morte na Indonésia, Carole embarca em uma luta contra os exploradores de óleo de palma responsáveis pelo desmatamento e contra os poderosos lobbies industriais. Visto na França por 317 mil espectadores. Distribuição no Brasil: Bonfilm

. “Daaaaaalí!” (2024, 1h18′, comédia dramática) – Direção: Quentin Dupieux – Com: Anais Demoustier, Gilles Lellouche, Edouard Baer, Jonathan Cohen, Pio Marmai – Uma jornalista francesa encontra o icônico artista surrealista Salvador Dalí em várias ocasiões, para um projeto de documentário cuja realização se revela bem difícil e cheia de surpresas. Distribuição no Brasil: Bonfilm. 483 mil espectadores. Exibido no Festival de Veneza (hors concours).

. “Diamante Bruto” (“Diamant Brut”, 2024, 1h43′, drama) – Direção: Agathe Riedinger – Com: Andréa Bescond, Idir Azougli, Malou Khebizi – Liane, 19 anos, ousada e cheia de energia, vive com sua mãe e sua irmãzinha num bairro empoeirado de Fréjus. Obcecada pela beleza e pelo desejo de se tornar famosa, ela enxerga na televisão uma oportunidade de ser amada. O destino finalmente parece sorrir para ela quando é pré-selecionada para o reality show “Miracle Island”. Distribuição no Brasil: Bonfilm. Participou do Festival de Cannes.

. “Mega Cena” (“Heureux Gagnants”, 2024, 1h43′, comédia dramática) – Direção: Maxime Govare e Romain Choay. Com: Audrey Lamy, Fabrice Eboué, Anouk Grinberg – Uma chance em 19 milhões. É mais provável ser atingido por um meteorito do que ganhar na loteria. Para os nossos sortudos ganhadores, o sonho rapidamente vira pesadelo, e suas vidas se despedaçam em espetacular festival de humor ácido e fortes emoções. 425 mil espectadores. Distribuição no Brasil: Bonfilm

. “O Bom Professor” (“Pas de Vagues’, 2024, 1h32′, drama) – Direção: Teddy Lussi-Modeste. Com: François Civil, Shaïn Boumedine, Bakary Kebe – Julien é professor em um colégio. Jovem e dedicado, ele tenta criar um vínculo com sua turma, dando atenção especial a alguns alunos, incluindo a tímida Leslie. Esse tratamento diferenciado é mal interpretado por alguns alunos, que começam a suspeitar das intenções do professor. Julien é então acusado de assédio. A fofoca se espalha rapidamente, e tanto o professor quanto a aluna se veem presos em uma situação delicada. Distribuição no Brasil: Mares Filmes

. “Selvagens” (“Sauvages”, 2024, 1h27′, animação) – Direção: Claude Barras. Vozes: Laetitia Dosch, Benoît Poelvoorde – Em Bornéu, à beira da grande floresta tropical, Kéria acolhe um filhote de orangotango encontrado na plantação de dendê onde seu pai trabalha. Ao mesmo tempo, Selaï, seu jovem primo, se refugia na casa deles para escapar do conflito entre sua família nômade e as empresas madeireiras. Juntos, Kéria, Selaï e o macaquinho vão lutar contra a destruição da floresta ancestral, que está mais ameaçada do que nunca. Do mesmo diretor de Minha Vida de Abobrinha” (2016), indicado ao Oscar (animação) e detentor dos prêmios Cristal e da audiência no 40o Festival de Annecy. Distribuição no Brasil: Bonfilm. Exibido em Cannes (sessão especial).

. “O Último Judeu” (“Le Dernier des Juifs”, 2024, 1h30′, comédia dramática). Direção: Noé Debré – Com: Michael Zindel, Agnès Jaoui, Solal Bouloudnine – Aos 27 anos, Bellisha leva uma vida tranquila como se fosse um pequeno aposentado: frequenta cafés, vai ao mercado e passeia pela cidade. Ele mora com a mãe, Giselle, que raramente sai e acredita que ele está firmemente integrado na vida profissional. Tudo muda quando Giselle percebe que são os últimos judeus do bairro. Ela está convencida de que chegou a hora de partirem também. Bellisha prefere ficar e, para tranquilizar sua mãe, finge estar planejando a partida deles. 200 mil espectadores. Distribuição no Brasil: Bonfilm

. “O Sol por Testemunha” (“Plein Soleil”, 1960, 1h54′, thriller). Direção: René Clément. Com: Alain Delon, Marie Laforêt, Maurice Ronet – Tom Ripley é enviado à Europa para trazer o filho de um ricaço de volta aos EUA. Ludibriado pelo herdeiro que pretende permanecer no Velho Continente com sua noiva, ele resolve assumir a identidade e a boa vida do jovem mimado. Distribuição no Brasil: Bonfilm.

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