“O Agente Secreto”, “Para Vigo me Voy!” e curtas do Directors’ Factory Ceará Brasil integram a programação do 35º Cine Ceará
Foto: “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho
Entre os dias 20 e 26 de setembro, o Cine Ceará celebra sua edição de 35 anos, e recebe exibições especiais dos principais filmes que representam o Brasil no circuito de festivais nacionais e internacionais de 2025. “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, “Para Vigo me Voy!”, de Lírio Ferreira e Karen Harley, e os quatro curtas do projeto Directors’ Factory Ceará Brasil – que teve Karim Aïnouz como mentor – farão parte da programação, após representar o país no Festival de Cannes.
A exibição de “O Agente Secreto” integra a série de sessões especiais que o longa recebe, antes de sua estreia nacional no dia 6 de novembro. O filme acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que foge de um passado misterioso e volta ao Recife em busca de paz, mas logo percebe que a cidade está longe de ser o refúgio que procura.
“Para Vigo me Voy!” chega ao Cine Ceará após o lançamento mundial em Cannes e a estreia brasileira na competição do Festival de Gramado. O documentário é uma viagem cinematográfica pela trajetória do cineasta Cacá Diegues, revelando a capacidade única de capturar o espírito do tempo presente em suas narrativas.
O programa Directors’ Factory Ceará Brasil, que enfatiza a formação profissional de jovens realizadores, em uma perspectiva de internacionalização da produção audiovisual regional, abriu a Quinzena de Cineastas, em Cannes, e agora apresenta, no Cine Ceará, a coletânea de curtas composta por: “A Fera do Mangue”, de Wara (Ceará) e Sivan Noam Shimon (Israel), “A Vaqueira, a Dançarina e o Porco”, de Stella Carneiro (Alagoas) e Ary Zara (Portugal), “Ponto Cego”, de Luciana Vieira (Ceará) e Marcel Beltrán (Cuba), e “Como Ler o Vento”, de Bernardo Ale Abinader (Amazonas) e Sharon Hakim (França).
O programa Directors’ Factory Ceará Brasil é uma realização do Governo do Ceará, através da Secretaria de Cultura, em colaboração com o Instituto Mirante de Arte e Cultura, Museu da Imagem e do Som do Ceará, Instituto Dragão do Mar e Porto Iracema das Artes, com o apoio do Projeto Paradiso. É produzido pela Cinema Inflamável e pela DW, em associação com Nigéria Filmes, Marrevolto, Onça Preta Filmes e Sereia Filmes, todas empresas produtoras cearenses.
A produção audiovisual cearense também ocupa espaço de destaque no festival com a Mostra Olhar do Ceará, que para esta edição selecionou 14 curtas e 4 longas-metragens que refletem a diversidade de formatos, temáticas e olhares da cena local. Disputam o Troféu Mucuripe obras que transitam entre a ficção, o documentário, a animação e o híbrido, apresentando histórias que vão do sertão ao litoral, da intimidade de um apartamento às paisagens poéticas.
Com acesso gratuito a toda a programação, a 35ª edição vai ocupar o Cineteatro São Luiz e o Cinema do Dragão, onde será exibida a Mostra Olhar do Ceará. Além de mostras competitivas Olhar do Ceará, Brasileira de Curta-metragem e Ibero-americana de Longa-metragem, o festival realiza exibições especiais, mostras sociais, debates e homenagens.
Para a Mostra Olhar do Ceará foram selecionados os longas-metragens “Bom Fim”, de Rafael Vilarouca, um registro da tradicional festa em louvor ao Senhor do Bonfim em Icó; “Centro Ilusão”, de Pedro Diógenes, que acompanha o encontro de duas gerações de músicos; “Resumo da Ópera”, de Honório Félix e Breno de Lacerda, uma ficção política e futurista; e “Verbo Ser”, de Nívia Uchôa, filme que traz relatos de resistência de ativistas feministas no Cariri.

Os curtas-metragens selecionados foram: “Acaso Revisitado”, de Felipe Camilo, que conduz o espectador a um monólogo sensível sobre afetos, cidades e carnavais; “Alheio”, de Pedro Paulo Araújo, filme que investiga a metamorfose como rito de passagem; “Do Lado de Dentro”, de Marina Hilbert, que narra três momentos marcados por memórias dolorosas no mesmo apartamento; e “Estrangeiro”, de Edigar Martins, um mergulho na cultura reggae do Ceará para falar de pertencimento e diversidade.
Concorrem também na mostra os curtas “Faísca”, de Bárbara Matias Kariri, sobre o desaparecimento das onças em um território; “Fortaleza Liberta”, de Natália Maia e Samuel Brasileiro, que revisita o quadro que retrata a abolição na capital cearense; “Límite”, de Lucas Melo e Thamires Coimbra, uma ficção que intersecciona dependência química e experiências LGBTQIAPN+, passeando entre o surrealismo e terror; “Na Estação das Mangas, Ela Alimenta o Bairro Inteiro”, a construção de uma ficção a partir de arquivos e memórias; e “Na Peleja Brasileira”, de Victor Furtado, que mistura humor e drama na vida de um artista de rua.
A seleção de curtas traz ainda a animação “O Medo Tá Foda”, de Esaú Pereira; “Revoada”, dos diretores Tuan Fernandes, Gabrielle Neara e Dinorá Melo, que apresenta o voo de pássaros pintado quadro a quadro; “Secundária”, de Amanda Pontes, com reflexões de uma atriz durante um processo de seleção; “Tempo Trem”, de Roberta Filizola e Guilherme C., uma animação sobre memórias e o retorno de uma locomotiva; e “Vermelho de Bolinhas”, documentário de Joedson Kelvin e Renata Fortes, uma abordagem sobre a complexa construção da imagem de Benigna Cardoso, vítima de feminicídio em 1941.
