Cinemateca Brasileira promove seminário sobre cinema e memória audiovisual com foco nos povos indígenas
Valorizando a memória dos povos indígenas, a Cinemateca Brasileira promove, entre os dias 11 e 12 de setembro, o seminário Memória dos Povos Indígenas: Olhares Cruzados França-Brasil sobre os desafios da preservação e do acesso ao patrimônio audiovisual e foco na memória audiovisual dos Povos Indígenas, que prevê a realização de mesas de debate e sessões de filmes, em São Paulo, com base em acervos do Instituto Nacional do Audiovisual (INA), da França, e da própria Cinemateca. As atividades fazem parte da Temporada França-Brasil 2025.
Por meio de mesas-redondas e exibições de registros audiovisuais, o encontro aprofundará questões ligadas à colaboração internacional, à preservação dos patrimônios audiovisuais e às iniciativas científicas conduzidas pelo INA e seus parceiros brasileiros, contando com a presença de representantes de povos indígenas, instituições, profissionais do setor e pesquisadores.
As mesas, que acontecerão nos dois dias, abordarão os desafios e conquistas da aquisição e preservação de material audiovisual sobre os povos indígenas brasileiros, além de também discutir e apresentar a produção audiovisual de grupos indígenas.
Um dos destaques da programação acontece no dia 12, às 14h, com a cerimônia oficial de assinatura da entrega do filme “Quelque Chose de l’Arbre, du Fleuve, et du Cri du Peuple” [Algo da Árvore, do Rio e do Grito do Povo] (foto, 1980) à comunidade Xokó. A solenidade será precedida por uma fala de representantes do povo Xokó – lanara Apolônio Xokó (historiadora, antropóloga e professora Xokó), Danielly Silva Xokó (presidenta da Associação Indígena das Mulheres Xokó da Comunidade Ilha de São Pedro – AMIX) e Joseane Acácio Xokó (representante do Conselho de Saúde da comunidade).
As demais mesas contam com a presença de especialistas nos temas debatidos em cada uma delas, como Kerexu’i Martim (documentarista do povo Guarani), Gabriela Sousa de Queiroz (diretora técnica da Cinemateca Brasileira), Karkaju Pataxó (coordenador geral de promoção a Políticas Culturais do Ministério dos Povos Indígenas – MPI), Drika de Oliveira (Federação Internacional de Arquivos de Filmes – FIAF), Idjahure Terena (antropólogo e pesquisador indígena do povo Terena), Tamara Santos (pesquisadora e documentalista da Cinemateca Brasileira), Géraldine Poels (responsável pelo departamento de Valorização Científica, INA) e Maria Dora Mourão, diretora-geral da Cinemateca Brasileira.
A exibição de registros provenientes das coleções do INA e da Cinemateca Brasileira evidenciará a diversidade e a riqueza da memória audiovisual dos povos indígenas. Além disso, será exibida uma cópia restaurada do documentário “Quelque Chose de l’Arbre, du Fleuve, et du Cri du Peuple”, do francês Patrice Chagnard, que estará presente na sessão, no dia 12, a partir das 16h, e participará de um debate com o público.
Lançado originalmente em 1980, o longa foi filmado no sertão do nordeste brasileiro, onde um poeta popular anima a luta das comunidades camponesas que ousam enfrentar o poder absoluto dos grandes proprietários e das empresas multinacionais. O filme, em forma de tríptico, evoca três momentos do despertar da consciência de um povo.
Os debates contarão com tradução simultânea francês-português e interpretação em Libras. As atividades serão gratuitas e transmitidas ao vivo no canal da Cinemateca no YouTube.
A programação completa do evento pode ser conferida no site da Cinemateca Brasileira.
