Eliane Caffé e integrantes de coletivo de jovens artistas lançam “Costurando o Céu” na Ocupação 9 de Julho

Por Maria do Rosário Caetano

A cineasta Eliane Caffé volta aos primeiros anos de sua carreira, ou seja, aos filmes de curta e média duração, realizados como experimento de linguagem. E soma a eles seu intenso trabalho artístico com movimentos sociais organizados.

Nesse domingo, 16 de novembro, ela e seu coletivo de colaboradores lançarão, na Ocupação 9 de Julho e no YouTube, o filme-experimento “Costurando Céus”, de 38 minutos. Tanto a sessão presencial na Ocupação, quanto a disponibilização em suporte digital acontecerão no mesmo horário,  três da tarde.

A cineasta, que dirigiu os formidáveis “Narradores de Javé”, seu maior sucesso, e “Era o Hotel Cambridge”, contou no Festival de Gramado, durante o debate de seu sétimo longa-metragem (“Filhos do Mangue”, 2024), que andava muito angustiada com a falta de trabalho. Por isso, para exercer seu ofício, aceitara seu primeiro projeto como diretora-convidada e fôra filmar a adaptação do romance “Capitão”, de Sérgio Prado, no Rio Grande do Norte.

Para continuar trabalhando, mesmo que fora de padrões tradicionais (filmes lançados no circuito comercial), ela uniu um coletivo de jovens artistas e, a partir de imagens de domínio público (da era silenciosa, em especial), construiu o experimento “Costurando Céus”.

A realizadora paulistana conta que “o filme nasceu do encontro entre artistas do Grajaú paulistano e do Juazeiro do Norte cearense, que se propuseram a reinventar imagens de domínio público em novas narrativas”. Juntos, eles foram “Costurando Céus”, projeto que expede “um convite para olhar o mundo de um jeito novo”. E que foi dedicado “aos que olharam e viram antes de nós”.

Imagens brasileiras (“Alô, Alô Carnaval”, de Adhemar Gonzaga, “Descobrimento do Brasil”, de Humberto Mauro, chanchadas da Atlântida e sequências memoráveis de “Assalto ao Trem Pagador”, de Roberto Farias, somam-se a peripécias de Charles Chaplin, Buster Keaton e dos Irmãos Marx, sem esquecer as ousadias de Buñuel-Dali em “Un Chien Andalou” e o Sergei Eisenstein de “O Encouraçado Potemkin” e “Que Viva, México!”.

A vertigem provocada pelas imagens é intercalada com “legendas” provocadoras (textos e indagações de breno luan). Duas delas perguntam “Quem te protege de tu?” e “Quem domina as redes de vida da gente?”

 

Costurando Céus
2025, média-metragem, 38 minutos
Direção: Eliane Caffé
Roteiro e edição: Luana Florentino, Lihan Souza e Eliane Caffé
Criação de textos: breno luan
Produção executiva: Luiza Lippo
Direção de produção: Carolina Caffé
Cor e finalização: João Marcos de Almeida
Lançamento: presencial, no “Cineocupa”, da Ocupação Nove de Julho, nesse domingo, 16 de novembro, às 15h / lançamento digital no YouTube de Eliane Caffé (mesmo dia e horário)

 

FILMOGRAFIA
Eliane Caffé (diretora e roteirista nascida em São Paulo, em 27 de setembro de 1961)

Longas-metragens:

2024 – “Filhos do Mangue”2020 – “Para Onde Voam as Feiticeiras?” (em parceria com Carla Caffé e Beto Amaral)
2017 – “Era o Hotel Cambridge”
2011 – “Um Céu sem Eternidade”
2010 – “O Sol do Meio-Dia”2003 – “Narradores de Javé”1998 – “Kenoma”

Curtas-metragens:

1987 – “O Nariz”
1990 – “Arabesco”
1995 – “Caligrama”

Microssérie:

2009 – O Louco dos Viadutos

Outros trabalhos:

. “À Margem da Paisagem” (2012, 52′)
. “Milágrimas por Nós”
. “O Mago dos Viadutos” (7′)
. “VideoCartas – Pereirinha/Itacuruçá” (13′)

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