Intervenção estatal no cinema

Enfim, um livro que revela objetivamente como vem ocorrendo a intervenção do Estado na economia cinematográfica nos últimos 20 anos, transformando um setor falido em uma indústria em crescimento. Trata-se de “Cinema Brasileiro a Partir da Retomada – Aspectos Econômicos e Políticos”, de Marcelo Ikeda (Summus Editorial), que, baseado em uma ampla pesquisa, além de sua experiência em diversas áreas executivas na Ancine por oito anos, detecta três divisões em que a presença do Estado provocou mudanças na atividade cinematográfica.

Iniciando com a derrocada do setor no governo Collor e a implementação do modelo estatal baseado na renúncia fiscal nos anos 90, a consolidação do modelo estatal, no início dos anos 2000, com a criação da Ancine, que regula e investe no setor, e a reavaliação do modelo estatal no governo Lula, com um “Estado propositivo”, que mesmo não sendo interventor reaquece o setor com mais recursos públicos e promove a regulação da lei da TV por assinatura.

Ikeda traça um painel muito objetivo e rico em informações de toda atividade cinematográfica, relacionando períodos distintos e chegando aos dias atuais do governo Dilma, com um mercado consolidado e as perspectivas de futuro para o setor.

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