Longa de Júlia Murat recebe prêmio de melhor filme no Festival de Paris

O longa-metragem “Histórias que só existem quando lembradas”, dirigido por Júlia Murat, levou o prêmio de melhor filme eleito por voto popular no Festival de Cinema Brasileiro de Paris. Vincent Paul-Boncourt, da Bodega Films, distribuidor do filme na França, recebeu o troféu Jangada, em Paris, enquanto Júlia Murat participou da cerimônia via internet, do Brasil. O filme entra em cartaz nas salas francesas a partir de 18 de julho.

“Histórias que Só Existem Quando Lembradas” acompanha Madalena (Sônia Guedes), uma velha padeira, que vive na cidade de Jotuomba, no Vale do Paraíba. Ela é muito ligada à memória de seu marido morto que está enterrado no único cemitério local, hoje trancado. Sua vida começa a mudar quando Rita (Lisa E. Fávaro), uma jovem fotógrafa, chega à cidade.

Júlia Murat, de 33 anos, é formada em design gráfico pela UFRJ. Dedica-se ao cinema desde 1996, tendo trabalhado como assistente de direção e assistente de câmera. Depois passou para montagem, atividade que continua exercendo até hoje.

O Festival de Cinema Brasileiro de Paris prossegue até o dia 22 de junho, com a exibição de documentários (12 produções nacionais) e os títulos das mostras especiais – a retrospectiva RioFilme 20 Anos e de uma homenagem ao cineasta francês Claude Santiago.

Entre os filmes programados, destaque para a première do documentário “Rio anos 70”, de Maurício Branco e Patricia Faloppa, que estarão presentes na sessão de sexta-feira, 18 de maio. O documentário, inédito, mostra o glamour dos anos 1970 no Rio de Janeiro, bem na época da disco music, quando a francesa Régine Choukroun desembarcou na cidade e abriu a boate Régine’s, no subsolo do Hotel Méridien.

No dia 17, o documentário “Marcelo Yuka, no Caminho das Setas” será exibido com a presença da diretora Daniela Broitman.

Na lista de longas ficcionais, um dos filmes mais aguardados este ano é “Corações sujos”, de Vicente Amorim, inédito no circuito comercial do Brasil.

O festival também faz uma homenagem ao cineasta francês Claude Santiago, falecido em janeiro deste ano, que retratou, entre vários documentários, os brasileiros Carlinhos Brown e Tom Zé – dois filmes que serão exibidos na mostra comemorativa. O tributo contará com a participação do jornalista e produtor musical Rémy Kolpa Kopoul, da Radio Nova, de Paris, um profundo conhecedor da música brasileira e grande amigo de Claude Santiago.

O programa do festival inclui a mostra retrospectiva RioFilme 20 anos, que vai contar com a presença do presidente da instituição, Sérgio Sá Leitão. Serão onze filmes, entre clássicos e lançamentos, com destaque para o longa “Xingu”, de Cao Hamburguer.

O documentário “Raul: O Início, o Fim e o Meio”, de Walter Carvalho e Eduardo Mocarzel, encerra a 14ª edição do festival, no dia 22 de maio.

 

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