Nelson Pereira dos Santos estreia filme no FAM

O Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM) começa nesta sexta-feira, dia 15, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, com uma homenagem ao cineasta Nelson Pereira dos Santos, que fará na abertura do Festival o lançamento nacional de sua última produção, “A Luz do Tom”, baseado no livro “Antônio Carlos Jobim: um homem iluminado”, e que teve em Florianópolis parte de suas filmagens.

Diretor, produtor, roteirista, diretor de fotografia, montador e ator, um dos mais reconhecidos cineastas brasileiros, Nelson Pereira dos Santos foi um dos teóricos e criadores do Cinema Novo.

Nasceu em 26 de outubro de 1928, em São Paulo, e se formou em Direito pela USP. Entrou para a indústria  cinematográfica após ter aprendido sozinho o básico de uma produção em 16 mm. Em 1950, realizou seu primeiro curta-metragem, Juventude. Rio 40 graus (1955), seu longa-metragem de estreia, uma narrativa não linear, tornou-se um marco do cinema brasileiro e trouxe características que marcariam a primeira fase do Cinema Novo: a preocupação de mostrar a favela, o povo, em contraposição com a burguesia abastada. Outro marco veio com Vidas Secas (1964), adaptação da obra de Graciliano Ramos, prêmio da crítica no Festival de Cannes. Seguindo uma linha mais experimental e metafórica, fez ainda Fome de Amor (1968), Azyllo Muito Louco (1969) e Quem é Beta? (1972). Em 1984, lançou Memórias do Cárcere, prêmio da crítica no Festival de Cannes.

Em 1995, a convite do British Film Institute, dirigiu Cinema de Lágrimas, que fez parte de uma série para comemorar os cem anos da invenção do cinema, ao lado de cineastas como Martin Scorsese e Jean-Luc Godard. Dirigiu a série de documentários Casa Grande e Senzala (2001), sobre Gilberto Freyre e sua maior obra, lançada na TV por assinatura.

Nelson foi professor fundador do curso de cinema da Universidade de Brasília, o primeiro do Brasil, e deu aulas na Ucla (Universidade da Califórnia em Los Angeles) e na Universidade de Columbia, em Nova York. É também membro do Conselho Superior da Escola de Cinema de Havana. Em 2006, foi o primeiro cineasta eleito para integrar o grupo de imortais da Academia Brasileira de Letras.

Aos 83 anos, segue produzindo. Apresentou em Cannes este ano A Música Segundo Tom Jobim, dirigido em parceria com Dora Jobim, neta do músico. O FAM 2012 exibirá, em primeira mão, seu mais recente trabalho, A Luz do Tom, codirigido por Marco Altberg, baseado no livro “Antônio Carlos Jobim: um homem iluminado”, escrito por Helena Jobim, irmã do maestro.

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