Marcelo Yuka no Caminho das Setas

Vencedor do Prêmio de Melhor Montagem no Festival do Rio 2011, o documentário MARCELO YUKA NO CAMINHO DAS SETAS, da cineasta Daniela Broitman, mergulha na última década da vida do músico, compositor e ativista Marcelo Yuka, revelando a profunda transformação pela qual o artista passou desde que foi baleado numa tentativa de assalto no Rio de Janeiro.

Com a cumplicidade de quem explorou por oito anos a vida do ex-baterista e ex-líder do Rappa, sua condição de paraplégico após ter levado nove tiros e sua inquietude pessoal e política, a diretora condensou em 95 minutos a trajetória do músico, expondo os pensamentos, medos e ideologias desse artista complexo e irreverente.

Além de uma narrativa biográfica, o documentário aborda temas como a relação do ser humano com o corpo e a dor, a pesquisa e tratamento com células-tronco, o casamento e o amor, a produção musical fora dos grandes mercados e os direitos autorais, além do debate sobre questões sociais e segurança pública.

O roteiro de MARCELO YUKA NO CAMINHO DAS SETAS cria uma convivência transparente e sem truques com as transformações na vida do músico. A montagem do vasto material de arquivo e das mais de 130 horas de filmagens conduz o espectador por cenas inéditas ou pouco vistas, como os bastidores da saída de Yuka do hospital logo após ter sido baleado. Entrevistas antigas e cenas extra-oficiais da banda O Rappa, ensaios e gravações do grupo F.UR.T.O – formado pelo artista após o incidente – e imagens domésticas e bastante íntimas do seu dia-a-dia também compõem a produção. Além disso, o documentário conta com participações especiais dos músicos da banda O Rappa (Marcelo Falcão, Xandão, Lauro Farias e Marcelo Lobato), BNegão, Manu Chao, Cibelle, Apollo Nove, Aleh Ferreira e Pedro Bernardes.

O “caminho das setas” do título foi inspirado no que dizia o poeta Waly Salomão a Marcelo Yuka num episódio relatado no documentário. Assim como o músico, o filme também revela suas próprias mudanças, buscando constantemente sentidos e caminhos diversos. Ao longo de uma década, três formatos digitais foram utilizados (DV, HDV e HD), partindo de uma resolução com menos qualidade à alta definição. A evolução tecnológica do filme foi seguindo as mudanças do personagem (e de toda uma geração), marcando esteticamente as diferentes etapas de sua vida.

Realizado pela Video Forum Filmes, Daniela conquistou para o projeto a prestigiosa bolsa John Simon Guggenheim Memorial Foundation, pela qual pôde aprofundar a pesquisa de imagens e temas abordados no filme, principalmente sobre pesquisas relacionadas à célula-tronco. No final de 2010, o projeto foi um dos vencedores do Programa Cultural Petrobras e, em seguida, um dos quatro longas-metragens selecionados no edital da Rio Film Commission.

Com distribuição da Tucumán Filmes em conjunto com a Video Forum Filmes, o documentário estreia no dia 30 de novembro nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Salvador, São Luís, Porto Alegre e Palmas.

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