Porto Iracema das Artes
O Ceará viveu grande efervescência cinematográfica, nos anos 90, no auge da Retomada do cinema brasileiro (período pós-Collor). Lá, foi criado o polo audiovisual, que ajudou a financiar vários filmes, e uma escola (no Centro Dragão do Mar), com cursos de formação em dramaturgia teatral e cinematográfica. Só que mudanças governamentais alteraram os rumos do projeto. Profissionais mobilizados no esforço inicial (Orlando Senna, Maurice Capovilla, Geraldo Sarno) tomaram outros caminhos. Eis que agora, com a volta do sociólogo Paulo Linhares à gestão cultural (à frente do Centro Dragão do Mar), a efervescência da segunda metade dos anos 90 está de volta. O projeto Dragão do Mar somou-se à Escola Porto Iracema das Artes, inaugurada no final de agosto, no prédio que fora sede da Capitania dos Portos. Na retaguarda conceitual, os cineastas Karim Aïnouz, Sérgio Machado e Marcelo Gomes. O pernambucano Kleber Mendonça vai programar as salas de cinema do Dragão do Mar (que já foram geridas pelo paulistano Adhemar Oliveira). Para colaborar com ideias e avaliações da trajetória do Porto Iracema das Artes, instituiu-se um corpo de conselheiros que reúne o ex-ministro Juca Ferreira, a coordenadora do projeto “Revelando os Brasis”, Beatriz Lindenberg, os escritores Lira Neto (“Getúlio”) e Mário Magalhães (“Marighella”) e os cineastas Orlando Senna e Karim Aïnouz, entre outros (são 30 ao todo). O baiano-carioca Orlando Senna, que ajudou a fundar a Escola Internacional de Cinema de San Antonio de los Baños, em Cuba, é o nome que liga o projeto inicial do Dragão do Mar ao nascente Porto Iracema das Artes.