Darín e Almodóvar

A historiadora Ana Luiza Beraba, formada pela UFRJ, com estudos cinematográficos na Escola Internacional de Cinema de Cuba e pós-graduação na FGV, é agora sócia-fundadora da Esfera Filmes, distribuidora que prioriza o lançamento de títulos ibero-americanos. Curadora da Première Latina do Festival do Rio e autora de detalhado estudo sobre o consumo de filmes ibero-americanos no mercado brasileiro (publicado na Revista “Filme B”, de setembro de 2013), Ana Luiza tabelou as 18 maiores bilheterias espanholas e hispano-americanas em nossos cinemas (de 2000 a 2012). O primeiro lugar ficou com “Diários de Motocicleta”, de Walter Salles (930 mil espectadores). Pedro Almodóvar e Ricardo Darín, as duas maiores grifes do cinema de língua espanhola, também têm lugar de grande destaque na lista. O diretor de “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos” ocupa cinco posições entre os filmes mais vistos: “Fale com Ela”, em segundo lugar (com 593 mil ingressos), “A Pele que Habito”, em quarto (460 mil), “Volver”, em quinto (441 mil), e “Má Educação”, em sexto (333 mil). Ricardo Darín, o “Humphrey Bogart argentino” protagoniza três títulos bem situados na tabela: “O Segredo dos seus Olhos”, em sétimo lugar (329 mil), “O Filho da Noiva”, em oitavo (328 mil) e “Um Conto Chinês”, em nono (267 mil). Guillermo Del Toro, com seu oscarizado “O Labirinto do Fauno” ocupa a décima sexta posição (150 mil ingressos). A Espanha é o país com mais filmes na lista (nove), seguida pela Argentina (sete) e o México (dois). Algumas ausências se fazem notar: Cuba, que marcou presença, na década de 1990, com “Morango e Chocolate”, o Peru, que conseguiu algum destaque com “Pantaleão e as Visitadoras”, e Chile (com o sensível “Machuca”). Sinal de que o cinema ibero-americano ainda enfrenta grandes desafios em sua tentativa de diálogo com o público brasileiro.

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