Darín & Cámara
Ricardo Darín é, hoje, o ator latino-americano mais reconhecido e festejado no Brasil. Seus filmes, por mais singelos que sejam, vendem aqui pelo menos 30 mil ingressos. Os sucessos mais graúdos atingem perto de 500 mil espectadores (caso dos filmes de Juan José Campanella, em especial “O Segredo dos seus Olhos” e o hit “Relatos Selvagens”, no qual interpreta cidadão estressado em dia de fúria). Na faixa mediana, estão filmes como “Um Conto Chinês”, “O que os Homens Falam”, “Nove Rainhas” e “Elefante Branco”.
Há atores ibero-americanos tão (ou mais) famosos quanto Darín: os espanhóis Antonio Banderas e Javier Barden, por exemplo. Mas estes se tornaram famosos, pra valer, atuando em produções hollywoodianas. Claro que foi Pedro Almodóvar quem lhes abriu as portas rumo ao reconhecimento mundial. Mas Darín não trabalhou com Almodóvar, nem nos EUA. Sua fama se fez em projetos ibero-americanos. Agora, há frisson em torno de “Truman”, longa de Cesc Gay, protagonizado por Darín e Javier Cámara. O argentino, de 58 anos, tem bela e máscula estampa. Já o talentoso espanhol Javier Cámara, 48 anos, é rechonchudo, careca e antigalã. Conheceu o sucesso em “Fale com Ela”, de Almodóvar, no qual interpretou enfermeiro sensível. Poucos filmes dele têm chegado ao nosso circuito comercial. Mas, na Espanha, ele é um astro. Brilhou no Goya com “Viver com os Olhos Fechados É Fácil”, fez mais dois Almodóvar (“Má Educação” e “Os Amantes Passageiros”), encantou com o sensível “La Torre de Suso”, fez rir com “Que Morram os Feios” e “Torremolinos”. Agora, com “Truman”, ele e Darín deverão cativar o público na pele de dois velhos amigos, separados pelo Atlântico, que se reencontram, em Madri, por razões “de luto”.