Recuperar tradições é o tema do 7º Slow Filme

O conceito do “quilômetro zero” (que propõe o consumo de alimentos que não tenham percorrido grandes distâncias até o consumidor final) e a tradição culinária permeiam grande parte das produções inseridas na programação do Slow Filme – Festival Internacional de Cinema e Alimentação, que chega à sétima edição em 2016. O evento, único em seu perfil no Brasil, acontecerá entre 15 e 18 de setembro, no Cine Pireneus, na cidade de Pirenópolis, em Goiás.

Ao longo de quatro dias, serão exibidos 24 títulos, entre curtas e longas-metragens, produzidos em diferentes países, como Espanha, Polônia, Portugal, Reino Unido, Suíça, Peru, Canadá, Japão e Brasil, dentre vários outros. Em comum, projetos que recuperam tradições, adaptando-as para o mundo do século XXI ou apenas registrando-as. E reafirmam a importância de aprender com os antigos a respeitar as estações do ano e sua oferta de alimentos, a enxergar a produção regional como fonte generosa de ingredientes para a gastronomia, e a valorizar o conhecimento adquirido como aprendizado para tornar melhor o planeta nos dias atuais.

O 7º Slow Filme traz ficções e documentários com fotografias deslumbrantes que caracterizam produções como Noma – Minha Tempestade Perfeita, uma produção do Reino Unido, sobre o chef dinamarquês René Redzepi, um dos mais consagrados da atualidade e seu restaurante Noma, que já foi eleito o número 1 do mundo. Também Jerez, o Mistério do “Palo Cortado”, da Espanha, sobre o vinho que é objeto de culto no país; o holandês Retrato de um Jardim, sobre um mestre podador de 85 anos e seus ensinamentos; e Pequena Floresta, do Japão, que mostra a vida de uma jovem cozinheira e sua opção por utilizar os alimentos disponíveis em sua região, durante o outono.

Belas imagens e conceitos filosóficos distinguem as produções integrantes do projeto norte-americano The Perennial Plate, que será lançado no Brasil durante o festival. O Prato Perene – Aventuras no Mundo da Comida Sustentável é uma premiada série documental, realizada pelo chef e ativista Daniel Klein e pela cineasta Mirra Belas. Os dois viajam pelo mundo, registrando histórias, costumes e personagens ligados ao princípio da sustentabilidade e do comer bem.

O festival também fará o lançamento, no Brasil, de dois projetos premiados de Portugal. Trata-se de Esporão & A Comida Portuguesa a Gostar dela Própria e de A Música Portuguesa a Gostar dela Própria, criadas pelo realizador Tiago Pereira, que estará presente ao festival e conversará com a plateia. Serão exibidos episódios da série musical e episódios destinados à culinária, contando também com a presença do chef português André Magalhães, eleito “Personalidade do Ano na Gastronomia” de Portugal, pela revista Wine, e um dos três maiores de seu país, pelo prêmio Mesa Marcada. André Magalhães participa do programa de Tiago Pereira, não só como chef convidado, mas como consultor, e conversará com o público sobre a ideia do projeto, que além de registrar a preparação ancestral de alimentos, convida chefs contemporâneos para fazerem uma espécie de releitura da receita antiga, preparando-a diante da câmera.

O Brasil estará representado em filmes como Apart Horta, uma ficção-documentário que fala da possibilidade de tornar saudável o alimento cotidiano das grandes cidades, Guardiãs do Queijo Coalho, curta que registra a produção do famoso queijo por sertanejas do interior de Sergipe, e Comer o quê?, que vasculha os hábitos alimentares dos brasileiros, contando com depoimentos de nomes como Alex Atala, Bela Gil e Marcos Palmeira. O diretor de Comer o quê?, Leonardo Brant, conversará sobre o trabalho com a plateia.

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