Cine Ceará realiza curso de Cinema e Literatura

A adaptação da obra literária para o cinema será abordada no curso “Cinema e Literatura – Uma Via de Mão Dupla”, que acontece de 7 a 11 de agosto, no Instituto do Ceará, como parte da programação do 27º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema. A atividade será conduzida pelo jornalista e crítico de cinema José Geraldo Couto, autor de artigos e ensaios para os livros O Cinema dos Anos 80 (Brasiliense) e Folha Conta 100 Anos de Cinema (Imago). As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas online, pelo site do festival www.cineceara.com, até o dia 2 de agosto.

O curso é dividido em cinco aulas que exploram temas como as dificuldades de adaptar autores que centram sua literatura na forma de narrar, afinidades e entrechoques entre escritor e cineasta, além das falsas ideias sobre adaptação literária, como “o livro é sempre melhor que o filme” e “adaptação tem que ser fiel ao texto”. O curso é destinado a estudantes de cinema, comunicação, letras e demais interessados.

Programação do curso:

1ª aula (7/08) – As falsas ideias sobre adaptação literária (“O livro é sempre melhor que o filme”; “Adaptação tem que ser fiel ao texto” etc.). O filme como tradução de um meio a outro, mas também de uma sensibilidade a outra. Afinidades e divergências entre artistas. Os exemplos de Morte em Veneza (Thomas Mann/Visconti) e O Processo (Franz Kafka/Orson Welles). Três adaptações de Macbeth, de Shakespeare: por Orson Welles, Kurosawa e Polanski.

2ª aula (8/08) – O filme como diálogo de uma época com outra. Exemplos de Macunaíma (Mario de Andrade/Joaquim Pedro de Andrade) e De Olhos Bem Fechados (Arthur Schnitzler/Stanley Kubrick). O livro como inspiração ou “estopim” para falar de outra coisa. Exemplos de Psicose (Robert Bloch/Hitchcock) e das adaptações do conto Os Assassinos, de Hemingway (por Robert Siodmak, Don Siegel e Andrei Tarkovsky). Três versões de To Have and Have Not, de Hemingway (por Hawks, Michael Curtiz e Don Siegel). Apocalypse Now, um diálogo com O Coração das Trevas, de Conrad.

3ª aula (9/08) – Autores e livros influenciados pelo cinema. O exemplo de Dashiell Hammett e O Falcão Maltês. Escritores como roteiristas em Hollywood (Brecht, Faulkner, Fitzgerald, Chandler). Poetas e escritores que se tornaram cineastas para ampliar seus meios de expressão (Jean Cocteau, Graham Greene, Peter Handke, Pasolini, Marguerite Duras, Dalton Trumbo, Paul Auster). Ficcionistas brasileiros no limiar entre literatura e cinema (Rubem Fonseca, Marçal Aquino).

4ª aula (10/08) – As armadilhas da linguagem. Dificuldade de adaptar autores que centram sua literatura na forma de narrar: Henry James, Proust, Joyce, Guimarães Rosa. Proust por Schlöndorff, Chantal Ackerman e Raoul Ruiz. Joyce por Jack Clayton, John Huston e Ivan Cardoso. Duas versões de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (por Julio Bressane e André Klotzel). Tentativas de mimetizar procedimentos literários: o caso de A Dama do Lago (Raymond Chandler/Robert Montgomery).

5ª aula (11/08) – Afinidades e entrechoques entre escritor e cineasta. O caso Stephen King x Kubrick: O Iluminado. Nelson Pereira dos Santos e sua variada relação com escritores brasileiros (Graciliano Ramos, Jorge Amado, Nelson Rodrigues, Machado de Assis, Guimarães Rosa). As “meta-adaptações”: filmes centrados no próprio processo de transposição de uma obra literária para outro meio, tempo e lugar. Exemplos de Tchecov (por Louis Malle e Eduardo Coutinho) e Shakespeare (por Al Pacino e Irmãos Taviani).

 

Cinema e Literatura – Uma Via de Mão Dupla
Data:
7 a 11 de agosto
Local: Instituto do Ceará (Rua Barão do Rio Branco, 1594 – Centro, Fortaleza – CE)
Horário: 9h às 12h.
Vagas: 30.
Os participantes com frequência igual ou superior a 75% receberão certificado emitido pelo 27º Cine Ceará
Informações: (85) 3366-7772

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