Gabriel e a Montanha
A história da famosa viagem do economista Gabriel Buchmann pela África, que terminou com a morte do carioca em uma montanha no Maláui, chegará às telas dos cinemas com “Gabriel e a Montanha”, segundo longa-metragem de ficção do diretor Fellipe Barbosa. A coprodução entre Brasil e França, rodada em quatro países do continente africano, mostra Gabriel, interpretado por João Pedro Zappa, vivendo como um local nos quatro países pelos quais passou: Quênia, Zâmbia, Tanzânia e Maláui.
Em maio, “Gabriel e a Montanha”, que é uma coprodução da TvZERO, Gamarosa Filmes e Damned Films, recebeu dois prêmios no Festival de Cannes. Na prestigiada Semana da Crítica do evento, a produção foi honrada com um prêmio de revelação, entregue ao diretor Fellipe Barbosa, e um de distribuição, que ajudou a alavancar a estreia do filme, em agosto, na França, onde o filme já superou a marca dos 70 mil espectadores. Barbosa começou a desenvolver o roteiro logo após receber a notícia do desaparecimento de Gabriel, seu amigo de infância do Rio de Janeiro.
Gabriel Buchmann viajou para a África com o objetivo de analisar de perto a pobreza e se preparar para um doutorado em políticas públicas na Universidade da Califórnia. O carioca morreu de hipotermia, em 2009, após decidir subir o Monte Mulanje, pico mais alto do Maláui, com mais de três mil metros de altitude, sem a companhia de um guia. Seu corpo foi encontrado 19 dias depois na subida da montanha. O longa tem roteiro baseado em anotações, e-mails de Gabriel para a mãe e a namorada e entrevistas com pessoas que cruzaram seu caminho na África.
Ao longo da viagem, Gabriel aventura-se por outras subidas difíceis, como o Kilimanjaro, ponto mais alto do continente africano. Ele também recebe a visita de sua namorada, Cris (Caroline Abras), que estava na África do Sul participando de um seminário sobre economia.
A imprensa francesa foi bastante elogiosa ao filme após a estreia por lá. O tradicional Le Monde entendeu que “o grande mérito de Fellipe Barbosa é de saber aliar a compreensão intelectual ao gesto de compaixão por seu amigo falecido que o filme encarna”. A revista Positif avaliou que o longa-metragem “se distingue pela inteligência do seu roteiro”, enquanto o L’Express reforçou que “Barbosa reconstitui magistralmente uma viagem emocionante rumo à morte”. Trata-se de “uma homenagem perturbadora e sincera ao amigo desaparecido”, nas palavras da Cahiers du Cinéma. Já a revista Les Inrockuptibles escreveu que “a imagem do jovem homem cujo corpo se confunde pouco a pouco com a natureza é de uma incrível poesia”.
“Gabriel e a Montanha” estreia no Brasil em 2 de novembro.