Itaú Cultural realiza a 4ª Mostra Curtas Premiados

De 6 a 8 de março, o Itaú Cultural realiza a 4ª Mostra Curtas Premiados, com a exibição de um recorte das produções que se destacaram em mais de 30 festivais nacionais e internacionais, em 2017. A curadoria é do Núcleo de Audiovisual e Literatura do instituto, cuja equipe selecionou 16 filmes entre cerca de 70 premiados, em categorias que conquistaram o júri popular e a crítica. A partir deste mês, o instituto aposta na ampliação de sua grade como mais um espaço dedicado ao cinema, com ênfase na produção nacional exibindo filmes e outras ações formativas do audiovisual, todas as terças-feiras.

Os temas expostos nesta edição do Curtas Premiados dialogam com os assuntos em evidência na sociedade e com as ações e propostas do instituto, como a potência do feminino, inclusão, violência e racismo. São obras de gêneros variados, como ficção, animação e documentário, de diferentes regiões do país e premiadas em diversas categorias.

A seleção feita pela curadoria traz uma reflexão sobre a busca do pertencimento, dificuldades de indivíduos para se encaixar na sociedade cheia de padrões, regras e estereótipos, como em Diamante, o Bailarina, de Pedro Jorge, e Pele Suja minha Carne, de Bruno Ribeiro. Nesta edição, a seleção é composta por duas animações, quatro documentários, oito ficções e 2 híbridos. No total, 13 curtas realizados por homens e cinco por mulheres. Três das produções vêm da região Nordeste, 12 do Sudeste e uma do Sul.

Além dos filmes em exibição no próprio instituto, o Itaú Cultural disponibilizará, durante uma semana, três filmes online. De 1 a 8 de março, Tailor, de Calí dos Anjos, Sob o Véu da Vida Oceânica, de Quico Meirelles, e Boca de Fogo, de Luciano Pérez Fernández, estarão no site www.itaucultural.org.br.

No primeiro dia da mostra, 6 de março, a programação na Sala Itaú Cultural abre às 19h, com Vaca Profana. A ficção de René Guerra conta a história de uma travesti que tem o sonho de ser mãe. A obra ganhou o prêmio de Melhor Curta, pelo voto popular, no Festival do Rio 2017; foi um dos dez favoritos do público no 28º Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo e ganhou o Prêmio SescTV no 25º Festival Mix Brasil de Cultura e Diversidade.

Na sequência, é exibida a ficção de Gabriel Martins, Nada, considerada o melhor filme no Festival Pachamama e premiada na categoria Melhor Diretor, no Panorama Internacional Coisa de Cinema; Melhor Trilha Sonora, no Festival de Brasília, e no Janela Internacional de Cinema do Recife como Melhor Som e Prêmio Especial do Júri. A trama gira em torno de Bia, uma adolescente que está no fim do ensino médio e sente a pressão dos pais e da escola para escolher que faculdade cursará.

No mesmo dia, tem Cabelo Bom, de Swahili Vidal e Claudia Alves, que faz um recorte sobre como a mulher negra é pressionada esteticamente para se enquadrar em padrões pré-estabelecidos. No filme, três personagens expõem a sua relação com o cabelo crespo. O curta foi vencedor do 45º Festival de Gramado, na categoria Prêmio Especial do Júri; melhor filme no 12º Encontro Nacional de Cinemal e Vídeo dos Sertões e pelo júri popular, no Festival Tamoio de 2017.

Encerrando a programação do dia, Deus, de Vinícius Silva, que ganhou o prêmio de melhor filme, pelo júri oficial da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas de Pernambuco (ABD/PE) e da Federação Pernambucana de Cineclubes (FEPEC) no Janela Internacional de Cinema do Recife. Também conquistou a premiação de melhor curta de cinema no Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro e melhor final na Competitiva Internacional de Curta Metragem. O filme expõe adversidades presentes no dia a dia de mulheres negras da periferia de São Paulo, por meio da rotina de Roseli, que batalha pelo seu sustento e de seus filhos.

O segundo dia (7) começa às 19h com Torre, vencedor do Candango de melhor direção de arte em curta-metragem do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, do Prêmio Canal Brasil de melhor curta-metragem e do Prêmio Associação Brasileira de Cinema de Animação (ABCA), como melhor animação. O filme, de Nádia Mangolini, conta a história da infância dos quatro filhos de Virgílio Gomes da Silva, primeiro desaparecido político da ditadura militar.

Procura-se Irenice, documentário de Marco Escrivão e Thiago B. Mendonça, retrata o o resgate da história de uma atleta, em uma narrativa apagada pela ditadura. O curta venceu como melhor filme curta-metragem, pelo júri popular, na 20ª Mostra de Cinema de Tiradentes, além de melhor filme curta-metragem, também pelo júri popular, no 21º Florianópolis Audiovisual Mercosul (FAM) e melhor filme curta-metragem no I CineEsport SP.

Na sequência Peripatético, de Jéssica Queiroz. Ganhadora de melhor curta-metragem na Mostra Competitiva Nacional e melhor curta-metragem, por júri popular, no Festival de Tiradentes, a ficção conta a história de três jovens, Simone, Thiana e Michel, moradores da periferia de São Paulo, que vivem as tensões do início da fase adulta.

Nanã, documentário vencedor como melhor filme para reflexão; melhor fotografia e melhor produção no Festival de Triunfo, encerra a programação deste segundo dia de exibição. De Rafael Amorim, a obra retrata a dificuldade da população de um complexo portuário que enfrenta o processo de gentrificação do território.

O último dia, quinta-feira, 8, inicia, também às 19h, com Pele Suja minha Carne, ficção de Bruno Ribeiro. A trama gira em torno de um jovem negro que precisa lidar com o preconceito, seja por sua cor, seja por sua sexualidade. A ficção venceu o Prêmio Especial do Júri na 16ª Mostra de Audiovisual Universitário América Latina e pela melhor montagem na Competitiva Nacional, além da menção honrosa do júri do Janela Crítica e do Janela Internacional de Cinema do Recife.

Vencedora do Troféu Mucuripe e do Prêmio Mistyka de Melhor Produção Cearense no 27º Cine Ceará – Festival Ibero Americano de Cinema, Caleidoscópio, a ficção de Natanael Portela retrata a relação entre a cidade e o campo a partir da visão de uma criança.

Diamante, o Bailarina, de Pedro Jorge, revela a história do boxeador que dividia seu turno de atleta, de dia, com o de dançarino em uma boate LGBT, à noite, como a glamorosa drag queen Sahara Diamante. A ficção ganhou o Prêmio Semana Paulista na Semana Paulistana do Curta-Metragem, o melhor filme, melhor direção de arte e Prêmio Canal Brasil no 21º Cine PE, Recife, 2017, além de melhor filme pelo Juri Popular e melhor ator (Sidney Santiago) no 24º Festival de Cinema de Vitória.

Utilizando uma linguagem poética, Travessia, de Safira Moreira, parte da busca pela memória fotográfica das famílias negras e assume uma postura crítica e afirmativa diante da quase ausência e da estigmatização da representação do negro. O documentário ganhou três prêmios na Semana Festival de Cinema 2017, na categoria Grande Prêmio do Júri, Melhor Curta-metragem e Prêmio Especial do Júri. Venceu, ainda, pela melhor imagem e melhor curta-metragem e teve menção honrosa do júri Associação de Documentaristas e Curtametragistas de Pernambuco (ABD-PE), na Janela Internacional de Cinema do Recife.

O curta Vando Vulgo Vedita faz uma crítica à discriminação, à intolerância e ao ódio que permeiam as relações na sociedade. A obra de Andréia Pires e Leonardo Mouramateus tem em seu currículo o prêmio de Melhor Curta no Prêmio Canal Brasil: Mostra de Tiradentes, Melhor filme de temática Queer no Festival Internacional de Curtas de São Paulo e Melhor Direção no Festival MIX Brasil.

De 1 a 8 de março, o público terá disponíveis no site www.itaucultural.org.br, três curtas-metragens.  O documentário Tailor, de Calí dos Anjos, retrata a história de um cartunista transgênero que compartilha em sua página na internet experiências de outras pessoas trans e seus desafios dentro da sociedade. Este filme venceu 45º Festival de Cinema de Gramado, nas categorias melhor diretor e Prêmio Jovem Cineasta. Conquistou, também, o título de melhor curta-metragem no festival Queer Lisboa e melhor filme experimental no Barcelona Short Film and Video International Festival.

Outra obra disponível online é Sob o Véu da Vida Oceânica, animação de Quico Meirelles. Venceu como melhor filme brasileiro, no Prêmio Canal Brasil, prêmio BNDES e Anima Mundi 2017, melhor filme no 24º Festival de Cinema de Vitória, melhor filme de ficção no Cinevivo – Perth Independent Latino Film Festival e Prêmio Internacional de Curtas-metragem no 23º Cineeco.

O terceiro filme disponível online é o documentário de Luciano Pérez Fernández, Boca de Fogo, traz a história do comentarista de futebol, Boca de Fogo, da rádio da cidade Salgueiro (PE). O curta venceu como melhor curta-Metragem no Festival É Tudo Verdade e no Cinefoot – Festival Internacional de Cinema de Futebol, como melhor documentário no Prêmio Místika, além de melhor fotografia no Curta Brasília Festival Internacional de Curta-Metragem.

E, atendendo à demanda do público, o instituto intensifica a programação audiovisual durante todo o ano, ampliando a sua grade como mais um espaço dedicado ao cinema, com ênfase na produção nacional exibindo filmes e outras ações formativas do audiovisual, sempre às terças-feiras.

Nas próximas terças-feiras de março, dias 13, 20 e 27, realiza a Mostra Longas Premiados. Serão sempre duas sessões por dia, umas às 18h, outras às 20h. Na primeira terça-feira, apresenta Cidades Fantasmas, de Tyrell Spencer, e Como nossos Pais, de Laís Bodansky. Em abril, abrigará filmes selecionados na edição passada do festival É Tudo Verdade, em parceria com a organização e reprisará o filme vencedor neste ano. Em maio, o tema escolhido pela curadoria são filmes realizados em 1968, dando um panorama do que os brasileiros assistiram há 50 anos. Em junho, apresentará uma mostra de cinema latino-americano, em parceria com La Clac Escuela de Cine – Eduardo Ruderman, de Buenos Aires.

 

4ª Mostra Curtas Premiados
Data: 
6 a 8 de março, às 19h
Local: Sala Itaú Cultural – 224 lugares – Piso térreo – Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô – São Paulo – 11 2168-1776/1777
Distribuição de ingressos: Público preferencial – 2 horas antes do espetáculo (com direito a um acompanhante) / Público não preferencial – 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)
Entrada gratuita
Acesso para pessoas com deficiência
Ar condicionado

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