Mostra reúne produções que retratam a realidade política, social e cultural de países árabes

A 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema, realizada pelo Instituto da Cultura Árabe (ICArabe), Sesc, Ministério da Cultura e Centro Cultural Banco do Brasil, com copatrocínio da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, começará no dia 8 de agosto, em São Paulo. De 8 a 27, serão apresentadas ao público 23 produções – 8 inéditas – que retratam a realidade política, social e cultural de países árabes, bem como filmes brasileiros e latino-americanos com temática relacionada à cultura e à imigração árabe. A abertura para o público será realizada no dia 8, a partir das 20h30, no CineSesc, com exibição do filme palestino “Wajib – Um Convite de Casamento”, da cineasta e poeta palestina Annemarie Jacir, em que pai e filho distanciados têm que se juntar para entregar pessoalmente os convites para o casamento da filha/irmã, conforme o costume local. Em 2017, “Wajib” foi premiado no Festival de Locarno, no Festival Internacional de Dubai e no BFI de Londres. Nesta edição, são contemplados os eixos temáticos e sessões permanentes: Panorama Mundo Árabe, Sessão Diálogos Árabe-Latinos, Panorama Cinema Palestino, e Panorama Franco-Árabe.

Com ingressos a preços populares, os filmes serão exibidos no CineSesc e no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB SP), além de contar com parceria com a Aliança Francesa para exibições e eventos.

Esta edição pretende salientar o reconhecimento cultural entre Brasil, América Latina e Mundo Árabe, criando um enlace de culturas, trajetórias e histórias.

Haverá a presença de diretores do mundo árabe, que irão dialogar com o público presente em sessões seguidas de debates, além de uma edição especial do CinéClub. Entre os convidados especiais, estão o brasileiro Omar Barros Filho (“A Palestina Brasileira”), os argentinos Fernando Romanazzo e Cristian Pirovano (“Yallah! Yallah!”) e Atef Ben Bouzid (“Cairo Jazz Man – O Ritmo de uma Megacidade”).

Neste ano, o evento reafirma sua importância na divulgação do cinema dos países árabes no Brasil, evidenciando realidades. Apesar das condições de divulgação e distribuição dos filmes árabes contemporâneos terem melhorado mundialmente nas últimas décadas, no Brasil ainda é pequena, sendo raras as oportunidades de contato com essa cinematografia. Existe uma produção significativa nos 22 países de origem árabe, além de festivais importantes no Oriente Médio, como o Festival Internacional de Dubai, o Festival de Cinema de Doha, o Festival de Marrakesh e o Ismaili Film Festival, que têm possibilitado um aumento na divulgação e distribuição de filmes e coproduções com países árabes, norte-americanos e europeus.

O cinema produzido em muitos países árabes tem alto grau de sofisticação na dimensão estética, mas raramente é exibido em salas do Brasil, tanto no circuito comercial, que tem mais de 50% de sua programação ocupada por filmes produzidos nos Estados Unidos, sobrando pouco espaço para a cinematografia nacional e de outros países, como no circuito cultural, representado por Mostras e Festivais. A Mostra Mundo Árabe de cinema vem cumprindo, ao longo dos anos, o papel de difusor deste cinema rico e diversificado.

As produções da mostra abordam temas como migração, refúgio, identidade, diálogo multicultural, troca, olhar do outro, empatia e integração.

“Insyriated” (“Insiriada”, em tradução livre) fala de uma mãe que tenta manter sua família a salvo em meio à guerra na Síria com um atirador de elite postado na porta de sua casa. O filme é estrelado pela atriz árabe-israelense Hiam Abbas, que recentemente interpretou Freysa, a replicante caolha de Blade Runner 2049, e atualmente integra o elenco da série “Succession”, em exibição na HBO.

“Assim que Abro meus Olhos” conta a história de uma jovem em meio à Primavera Árabe, na Tunísia. Esta produção já foi exibida em circuito comercial no Brasil, assim como o também tunisiano “A Amante”.

“Paris, a Branca” fala de uma argelina que viaja à capital francesa em busca do marido que há muito partiu. O próprio título faz referência ao encontro de dois mundos, o francês e o árabe, pois “A Branca” é como é conhecida Argel, a capital argelina.

Na seara árabe-latina, destaque para os documentários “A Palestina Brasileira”, de Omar Barros Filho, e “¡Yallah! ¡Yallah!” (“Vamos! Vamos!”, em tradução livre), dos argentinos Fernando Romanazzo e Cristian Pirovano, sobre futebol na Palestina. Esses diretores vão participar de debates com os espectadores após a exibição de seus filmes.

Também um documentário, “O Gosto do Cimento”, do sírio Ziad Kalthoun, acompanha refugiados sírios que trabalham na construção civil no Líbano.

“Naila and the Uprising” (“Naila e o Levante”, em tradução livre) é uma produção norte-americana dirigida pela brasileira Julia Bacha, um documentário que fala sobre ativista palestina Naila Ayesh, na Faixa de Gaza da década de 1980.

Os filmes serão sempre exibidos no Cinesesc e no Centro Cultural Banco do Brasil, com exceção de “Boa Sorte Argélia”, que vai passar no Reserva Cultural, no dia 26 de agosto acompanhado de café da manhã.

As entradas vão custar R$ 12,00 (inteira), exceto algumas do ciclo franco-árabe, que vão custar R$ 6,00.

A programação completa com a lista dos filmes exibidos está disponível em www.mundoarabe2018.icarabe.org.

 

13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema
Data: 8 a 27 de agosto
Local: CineSesc – Rua Augusta, 2.075 – Cerqueira César, São Paulo – 11 3087-0500 e Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro – São Paulo (Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô) – (11) 3113-3651/3652

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