Boi de Lágrimas

Boi de Lágrimas, que estreia dia 24 de janeiro nos cinemas, é o quarto longa-metragem de Frederico Machado. O filme é uma obra com traços experimentais, que segundo o diretor, é um filme de horror sobre política e cultura popular. Contando a história de maneira livre e abstrata, o filme se concentra em cinco personagens: um homem que é tocador de pandeiro, em um grupo de Bumba meu Boi da periferia de São Luís; sua filha, dançarina do Boi que resolve participar das manifestações políticas que ocorrem na cidade; o namorado da filha, que apenas é um escape para o desejo da filha; o amigo da família, que é um personagem que tem sentimentos ambíguos com todos os personagens que o circundam; e sua esposa, que grávida, aguarda com dor o nascimento de seu filho. Esses personagens, avulsos, são trabalhados apenas para servirem como propulsores de sentimentos e dualidades quanto ao momento social, político e cultural de hoje e sempre no Brasil. Mais do que a narrativa, o filme procura descobrir caminhos para linguagens. Feito como cinema de guerrilha, onde a equipe também trabalha como elenco, o filme se constrói sobre a égide da liberdade de criação.

O filme é, em suma, um exercício do fazer cinematográfico. Boi de Lágrimas está inserido num projeto mais amplo, chamado Filme Político, do qual fazem parte não só Machado, mas também os diretores Cristiano Burlan, Dellani Lima e Taciano Valerio Alves Da Silva. Por ser uma obra que utiliza o horror para propulsão do tratamento do tema, fica claro o empréstimo de alguns elementos de, por exemplo, Glauber Rocha, em especial, na fase mais alegórica de sua filmografia, e de David Lynch, cuja pegada art house é comumente usada para gerar incômodo e choque de uma maneira inesperada.

Boi de Lágrimas foi filmado em três dias, com orçamento de dez mil reais. A equipe e o elenco trabalharam de forma colaborativa. O quinto longa-metragem de Frederico Machado, “As Órbitas da Água”, está em fase de montagem e será lançado em 2019.

One thought on “Boi de Lágrimas

  • 27 de janeiro de 2019 em 14:15
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    Os realizadores deste trabalho merecem aplausos! Cinema brasileiro feito sem dinheiro do contribuinte! Que mais produções como essa, sejam realizadas!

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