Giovani Borba filma seu primeiro longa, produzido pela Panda Filmes
A pobreza rural, a violência no campo e as consequências na vida de um peão desempregado, que vive no pampa gaúcho. Esse é o cenário em que se desenvolve o longa-metragem de estreia do diretor Giovani Borba. Em Casa Vazia, o protagonista é um não-ator, o ex-peão de estância Hugo Noguera, selecionado em um teste realizado com moradores da região. Ele contracena com atores consagrados, como Araci Esteves, Nelson Diniz, Roberto Oliveira e Liane Venturella, que também assina a preparação do elenco. Com produção da Panda Filmes, as filmagens serão realizadas até o dia primeiro de maio com locações em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, e Rivera, no Uruguai.
A falta de dignidade coloca no caminho do personagem principal dilemas morais e psicológicos, como a depressão, o alcoolismo e até mesmo a violência doméstica. As dificuldades que enfrenta com sua família, acabam o levando a envolver-se com o roubo de gado, tornando integrante de um bando que pratica o abigeato. Os fazendeiros montam grupos de vigília armada e, junto com a polícia, buscam os ladrões de gado, que se veem cada vez mais cercados. A premissa do roteiro se estabelece partindo da realidade atual do Pampa, que é, na verdade, um bioma que se estende entre os países do Brasil, Uruguai e Argentina, que sofre com diversas transformações. Na tela, esse universo é retratado de forma sensível fugindo dos esteriótipos. Casa Vazia foi o único projeto gaúcho selecionado, no final de 2017, no edital PRODECINE 05 – Inovação de Linguagem. Antes disso, já havia sido selecionado em quatro eventos para desenvolvimento de projetos: MAFIZ (Malaga Festival Industry Zone), na Espanha, 7th International Coproduction Meeting (Brasil Cinemundi), em Minas Gerais, o Talent Campus do BAFICI (Buenos Aires Internacional Festival of Independent Cinema), na Argentina, e o Taller Andino do IBERMEDIA.