Festival de Curtas de SP divulga os premiados
Em cerimônia conduzida pela atriz-MC, apresentadora e slammer Roberta Estrela D’Alva, realizada na noite desta sexta-feira, 28/08, foram anunciados os vencedores do 31º Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum, que este ano promoveu edição virtual, via plataformas digitais, e disponível gratuitamente em todo o território brasileiro.
Na ocasião, foram divulgadas as produções favoritas pelo público do evento:
10 + Estrangeiros
* “Boa Noite” (Bélgica) – Anthony Nti
* “Ele Não Consegue Viver Sem Cosmos” (Rússia) – Konstantin Bronzit
* “Formas Concretas de Resistência” (Reino Unido) – Nick Jordan
* “Kini” (Uruguai) – Hernán Olivera
* “Mãe Chuva” (Peru/Bolívia/Argentina) – Alberto Flores Vilca
* “Mother’s” (Bélgica) – Hippolyte Leibovici
* “O Portão de Ceuta” (França/Marrocos) – Randa Maroufi
* “Os Anéis da Serpente” (Chile) – Edison Cájas
* “Polvo” (Turquia) – Engin Erden
* “W” (Grécia) – Stelios Koupetoris
10+ Brasil
* “Carne” (Brasil-SP) – Camila Kater
* “Construção” (Brasil-RS) – Leonardo Santos Rosa
* “Egum” (Brasil-RJ) – yuri costa
* “Entre Nós e o Mundo” (Brasil-SP) – Fábio Rodrigo
* “Inabitável” (Brasil-PE) – Matheus Farias e Enock Carvalho
* “Lora” (Brasil-SP/Portugal) – Mari Moraga
* “O que Pode um Corpo?” (Brasil-RS) – Victor Di Marco e Márcio Picoli
* “Tuã Ingugu [Olhos d’Água]” (Brasil-RJ/Itália/Suíça) – Daniela Thomas
* “Perifericu” (Brasil-SP) – Nay Mendl, Vita Pereira, Rosa Caldeira e Stheffany Fernanda
* “Vai Melhorar” (Brasil-RN) – Pedro Fiuza
O grande vencedor do evento foi o curta-metragem “Perifericu”, dirigido por Nay Mendl, Vita Pereira, Rosa Caldeira e Stheffany Fernanda. Realização de um coletivo de jovens do bairro do Capão Redondo, em São Paulo, a obra foi eleita como melhor filme da mostra competitiva brasileira do evento por um júri formado pela atriz Camila Pitanga e pelos cineastas Kleber Mendonça Filho e Susanna Lira. A produção, que recebeu prêmio no valor R$ 10 mil, mostra moradores que cresceram em meio às adversidades de ser LGBT no extremo sul da capital paulista.
Inciativa voltada a realizações de escolas e cursos de cinema, envolvendo uma série de empresas do setor audiovisual que, assim, contribuem na realização do próximo filme do diretor contemplado, o Prêmio Revelação foi conquistado por Rodrigo Ribeiro, diretor do curta catarinense “A Morte Branca do Feiticeiro Negro”. No filme, as memórias de um passado escravagista são transformadas em paisagens etéreas e ruídos angustiantes. Além de R$ 10 mil, a premiação oferece serviços cinematográficos das empresas LocAll, Papaya Cine Digital, Dot, Effecs Films e Cinecolor. O júri foi formado pelo crítico Cássio Starling Carlos, pela documentarista, curadora e jornalista Flávia Guerra e pela jornalista e pesquisadora Mariana Queen Nwabasili.
Já o Prêmio Canal Brasil, contemplou o curta-metragem paulista “Carne”, de Camila Kater, que recebeu R$ 15 mil e exibição na grade de programação da emissora. No filme, que já havia sido premiado no importante Festival de Locarno (Suíça), mulheres compartilham suas experiências em relação ao corpo. O júri foi formado pelos críticos Bárbara Demorav, Cecília Barroso e Bruno Carmelo.
O Prêmio TV Cultura teve como vencedor “Lora”, de Mari Moraga, de São Paulo. Contemplada com R$ 8 mil, como aquisição para integrar a programação do canal, a obra tem como protagonista uma mulher livre e plena de presença, que apresenta outra forma de pensar sobre pessoas em situação de rua. Uma menção honrosa, destinada a produções de oficinas de realização cultural, foi concedida a “Nuance”, dirigido por Flávia Duarte, uma reflexão sobre a solidão da mulher negra e os desafios no fortalecimento do relacionamento afetivo.
Filmes assinados por diretores estreantes concorreram ao Prêmio SescTV. O contemplado brasileiro foi “Difícil é Não Brincar”, de Papoula Bicalho, que registra brincadeiras de alunos de escolas públicas mineiras, enquanto o premiado internacional foi o israelense “As Calças de Pushkin”, de Lev Brodinsky, sobre crianças imigrantes em Israel. Cada um recebeu R$ 5 mil e ambos serão exibidos pela emissora.
O Prêmio Canal Curta!/Porta Curtas contempla, em votação pelo público, dois títulos entre os exibidos na plataforma Tamandua.tv, sendo que cada recebe R$ 3 mil. Os vencedores foram “Estamos Todos na Sarjeta, Mas Alguns de Nós Olham as Estrelas”, produção de São Paulo dirigida por Sergio Silva e João Marcos de Almeida, e “Vai Melhorar”, do Rio Grande do Norte, com direção assinada por Pedro Fiuza. A sinopse do primeiro o define como “greve no tapete vermelho”, enquanto o último se passa no final de uma campanha eleitoral, quando surge um escândalo que pode comprometer a eleição.
Curtas-metragens voltados para crianças de idade entre dois e dez anos, o Prêmio PlayKids oferece R$ 5 mil para o vencedor. Focalizando um mal-humorado urso, que recebe uma visita inesperada, a produção russa “Cobertor”, de Marina Moshkova venceu a premiação. Foi concedida uma menção honrosa ao brasileiro “Trincheira”, produção de Alagoas dirigido por Paulo Silver e que se passa em um aterro sanitário, onde um garoto observa o imponente muro de um condomínio de luxo.
Premiação no valor de R$ 10 mil, o Prêmio Curta em Casa é destinado a um trabalho do programa especial homônimo, com títulos desenvolvidos pela iniciativa do Instituto Criar, Projeto Paradiso e Spcine. O vencedor, escolhido por cineastas e integrantes da Rede de Talentos Paradiso, foi o filme “Dádiva”, de Evelyn Santos, cujo enredo focaliza um presente imerecido.
O Prêmio ABD-SP é concedido pela Associação Brasileira de Documentaristas e Curtas-Metragistas a dois filmes, um da Mostra Limite e outro da Mostra Latino-Americana. O Prêmio ABD-SP Limite foi conquistado por “Mensch Machine ou Reunindo as Peças” (Áustria), de Adina Camhy, sobre um processador de alimentos presenteado por motivos desconhecidos. Já o prêmio para a Mostra Latino-Americana teve como vencedor o colombiano “Garganta”, de Mauricio Maldonado, sobre um adolescente isolado que encontra um corpo acidentado. Uma menção honrosa foi outorgada o francês “Meu Corpo Entregue a Vocês”, de Anna-Claria Ostasenko Bogdanoff, no qual um entregador, empoleirado em uma roda elétrica, atravessa uma cidade, depois um campo repleto de detritos, lixo e plantas doentes.
O Troféu “Borboleta de Ouro” foi para destaques LGBT+ para três obras (um brasileiro, um estrangeiro e um prêmio especial), eleitos pela equipe do Cineclube LGBT+. O prêmio internacional foi outorgado ao filme belga “Mother’s”, de Hippolyte Leibovici, retrato de uma família de drags de Bruxelas. O prêmio brasileiro teve como vencedor o pernambucano “Inabitável”, de Matheus Farias e Enock Carvalho, sobre uma mulher trans que está desaparecida. Já o prêmio especial foi para o gaúcho “O que Pode um Corpo?”, de Victor Di Marco e Márcio Picoli, sobre um bebê que não chora. Menção especial foi destinada a “Perifericu”, de Nay Mendl, Vita Pereira, Rosa Caldeira e Stheffany Fernanda.
Troféu O Kaiser é outorgado pela ABCA – Associação Brasileira de Cinema de Animação foi para o melhor animador(a). O vencedor foi o paulista “Carne”, de Camila Kater. Uma menção honrosa foi destinado para o mineiro “Mãtãnãg, a Encantada”, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho, sobre uma índia que segue o espírito de seu marido, morto picado por uma cobra, até a aldeia dos mortos.
Criado e dirigido por Zita Carvalhosa, o Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum é organizado pela Associação Cultural Kinoforum, entidade sem fins lucrativos que realiza atividades e projetos e apoia o desenvolvimento da linguagem e da produção cinematográfica com destaque para a promoção do audiovisual brasileiro. Este ano, o evento exibiu 212 filmes, de 46 países, além promover 14 lives.