Mostra online do Itaú Cultural exibe cinco filmes do Cinema Brasileiro Contemporâneo
Entre os dias 5 e 19 de outubro, o Itaú Cultural exibe, em seu site www.itaucultural.org.br, a Mostra Projeções – Cinema Brasileiro Contemporâneo. Trata-se do primeiro recorte sobre os filmes que inspiraram o curso EAD Projeções – Linguagem e Processos Criativos no Cinema Brasileiro Contemporâneo, disponível em plataforma online da instituição. Com curadoria de Moira Toledo, coordenadora do curso com Renata Druck, a mostra traz cinco produções que estabelecem diálogos entre os universos da autoficção, documentários políticos e as novas vertentes de cinemas de gênero.
Premiados em festivais nacionais e internacionais, os filmes dos estados da Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo visam despertar debates e inspirar espectadores e estudantes de cinema, sob um olhar crítico às obras cinematográficas rodadas no Brasil nos últimos anos. Novos recortes serão apresentados nas programações de novembro e dezembro.
Produzido pela cineasta mineira Juliana Antunes, Baronesa narra a difícil realidade das pessoas que vivem em comunidades tomadas pela violência e a falta de estrutura. Usando como exemplo as histórias de Andreia e Leid, duas vizinhas que residem em um bairro periférico de Belo Horizonte, o filme mostra como elas vivem em um contexto situado entre a guerra do tráfico e a preocupação com as enchentes provocadas pela chuva. Enquanto uma delas deseja se mudar, a outra aguarda pelo marido preso. A produção foi premiada na categoria Melhor Filme na 20º Mostra de Cinema de Tiradentes de 2017. No mesmo ano, a obra foi premiada no Festival Internacional de Cinema de Marselha, na França.
Em Café com Canela, filme baiano rodado pelos cineastas Ary Rosa e Glenda Nicácio, o reencontro entre duas amigas mostra como é possível lidar com as adversidades do dia a dia ou com as amarguras do passado. Após perder o filho, Margarida se separa do marido e passa a viver isolada da sociedade, enquanto Violeta leva uma rotina de dificuldades, marcada pelo passado. Quando as amigas se reencontram, tem início um processo de transformação nas vidas de ambas. Marcada por visitas, faxinas e cafés com canela, essa união é capaz de despertar novos amigos e antigos amores. O filme foi exibido em importantes festivais internacionais, entre eles o 47º Festival Internacional de Rotterdam – Holanda, o 22º Festival Ecrans Noirs – Camarões e a 3ª Mostra Internacional de Cinema da Cova da Moura África e suas Diásporas, em Portugal.
Corpo Elétrico, do diretor mineiro Marcelo Caetano, traz a história de um jovem que tenta equilibrar seu cotidiano entre o trabalho em uma fábrica de vestuários e encontros casuais com seus colegas de trabalho. Com a chegada do verão, Elias deseja se desligar de sua rotina pesada e cada vez mais pulsante. Na fábrica em que ele trabalha, as responsabilidades aumentam à medida que o fim do ano se aproxima. Depois de mais uma noite fazendo hora extra, ele e os operários decidem sair juntos para tomar uma cerveja e espairecer. A partir desse encontro, percebe que a distância entre ele e o grupo é menor do que imaginava.
Outra obra de São Paulo, o curta-metragem Peripatético, dirigido por Jéssica Queiroz, conta a história de três jovens moradores da periferia e como eles se preparam para o início da vida adulta. Enquanto Simone está à procura do seu primeiro emprego, Thiana estuda para prestar o concorrido vestibular de medicina. Diferente das amigas, Michel ainda não sabe o que fazer. Então, um acontecimento histórico na cidade de São Paulo, em maio de 2006 – quando a cidade vivia um tenso, caótico e assustador dia durante uma onda de ataques do crime organizado contra alvos policiais – muda o rumo de suas vidas para sempre.
Dirigido por Adirley Queirós, o filme brasiliense Branco Sai, Preto Fica aborda uma realidade cotidiana de segregação racial nas comunidades brasileiras. Dois homens ficam gravemente feridos, após troca de tiros em um baile de black music na periferia de Brasília. Em seguida, um rapaz chega para investigar o acontecido e provar que a culpa do crime é da sociedade repressiva. Esta produção levou o prêmio de melhor filme pelo Festival Internacional de Cinema do Uruguai e, na mesma categoria, no Festival de Mar del Plata. O júri popular do 47º Festival de Brasília elegeu a obra como Melhor Filme, Melhor Direção de Arte, Melhor Montagem e Melhor Captação de Som.