CineSesc mostra filmes que fizeram do próprio cinema sua matéria-prima

Foto: “Cinema Paradiso”, de Giuseppe Tornatore

Por Maria do Rosário Caetano

O CineSesc apresentará até 10 de maio, em sua sala na Rua Augusta paulistana, a Mostra Amor ao Cinema, composta com dezenas de filmes que fizeram da arte cinematográfica sua apaixonante matéria-prima.

O público poderá assistir, na tela grande, a clássicos como “Cantando na Chuva” (Gene Kelly e Stanley Donen), “Crepúsculo dos Deuses” (Billy Wilder), “A Noite Americana” (François Truffaut) e “Cinema Paradiso” (Giuseppe Tornatore).

Poderá assistir, também, a filmes contemporâneos como “O Deus do Cinema”, de Yôji Yamada, “Meu Melhor Inimigo”, de Werner Herzog, sobre sua tumultuada relação com o ator Klaus Kinski, “Tudo por Amor ao Cinema”, de Aurélio Michiles, dedicado ao cinéfilo Cosme Alves Netto, e “Cine Marrocos”, de Ricardo Calil, vencedor do Festival É Tudo Verdade. E ainda ao vertiginoso perfil de Helena Ignez em “A Mulher de Luz Própria”, ao “Saneamento Básico”, delicioso e lúdico filme de Jorge Furtado sobre o fazer cinematográfico de baixíssimo orçamento, e ao recentíssimo e milionário “Os Fabelmans”, de Steven Spielberg, que a Academia de Hollywood injustamente ignorou em sua recente (e desastrada) noite do Oscar 2023.

A mostra conta, ainda, com significativo segmento on-line, que apresentará filmes na plataforma do Sesc (Cinema em Casa) seguindo o mesmo princípio – filmes que têm o cinema como tema principal (ver lista abaixo).

A equipe do CineSesc, comandada por Gilson Packer, Simone Yunes e Graziela Marchetti, escolheu para a sessão inaugural da Mostra Amor ao Cinema o curta-metragem “O Condutor da Cabine”, de Cristiano Burlan, e o longa japonês “O Deus do Cinema”, de Yôji Yamada. Melhores escolhas, impossível. Afinal, o curta presta homenagem ao recifense Valmir Francisco Barbosa, rapaz que migrou para São Paulo, décadas atrás, e empregou-se no Sesc como projecionista. No palco do cinema da Rua Augusta, ele contou, na noite da última quinta-feira, 27 de abril, com raro senso de humor, que “perdeu muitas coisas nos muitos anos dedicados ao ofício desempenhado no CineSesc”.

“Perdi o machismo, pois cheguei aqui cheio de preconceitos, mas aprendi a conviver, de verdade, com a diversidade, a respeitar o outro”, disse de viva voz. E, no filme de Cristiano Burlan, narrou sua conversão ao cinema de arte e ensaio. “O primeiro filme que projetei no CineSesc foi ‘Louco por Cinema’ (André Luiz Oliveira, 1994). Nem me interessei muito, pois estava acostumado com ‘Duro de Matar’ e outros filmes de ação. Depois fui me familiarizando com os filmes que eu projetava. E, cada vez mais, fui gostando. Me apaixonei por ‘O Sétimo Selo’, do Bergman, e pelo ‘Derzu Uzala’, do Kurosawa. Me encantei com a improvável amizade entre aqueles dois homens. Prestei atenção no “Martha”, do Fassbinder. Projetei filmes maravilhosos.

Hoje, Valmir, que está se aposentando de seu posto, é fã declarado dos filmes de seu conterrâneo Kleber Mendonça. Caso de “Aquarius” e “Bacurau”.

“O Deus do Cinema” foi o tributo que o prolífico Yôgi Yamada, de 92 anos, dedicou ao centenário do Estúdios Sochiku, nos quais iniciou sua carreira como assistente de vários cineastas, um deles, Yoshitaro Nomura, autor de 82 filmes, sendo o mais famoso deles, o thriller “Castelo de Areia” (1974).

A trajetória do Shochiku é uma das mais ricas da história do cinema japonês, pois produziu o primeiro filme colorido do país oriental e abrigou dezenas de criadores desde a era muda (Mizoguchi, Yasujiro Ozu, Naruse, Kinoshita, entre outros). Nunca é demais lembrar que o Japão já teve uma das cinematografias mais poderosas do mundo.

Yamada realizou, pois, um filme celebratório, cultivando os melodramas que garantiram fama e dinheiro ao estúdio centenário. O longa-metragem (de 125 minutos) será exibido mais uma vez na mostra.

“O Deus do Cinema” baseia-se em best-seller de Maha Harada, escritora de 61 anos, que inspirou-se em história familiar, para narrar o amor de dois amigos pela mesma mulher e pelo cinema. Um deles, Go Maruyama (Kenji Sawada), quer ser roteirista e cineasta. O outro (Ken Schimura, na maturidade, e Yojiro Noda, na juventude), mais reflexivo, dedica-se à crítica cinematográfica e acaba tornando-se dono e programador de uma bela (e enorme) sala. Quando o filme começa, Go é um ancião quase octogenário, que passa o tempo bebendo e acumulando dívidas de jogo. Sem saber o que fazer, a esposa e a filha ameaçam o estroina. Confiscam sua aposentadoria e o colocam para fora de casa. Ele vai buscar refúgio no cinema do amigo. Na sala, já decadente pois o público está desaparecendo, os dois amigos assistem a antigos filmes em preto e branco (um deles, “Pétalas ao Vento”, de Demizu), do qual Go foi assistente de direção em sua juventude. Nas cenas do passado, o personagem é interpretado por Masaki Suda.

Os flashbacks, sobre a produção de cinema e a era de ouro da cinematografia japonesa, também são inspirados na experiência do próprio Yamada, pois na década de 1950, ele trabalhou como assistente de direção de vários realizadores. Sem nunca abandonar o melodrama, a narrativa prossegue com Go Maruyama escrevendo um roteiro – justo “O Deus do Cinema” – para relembrar o passado. E, nos momentos mais interessantes do filme, o story board das sequências imaginadas por ele é desenhado na tela, sobre as imagens. E é neste momento que Yamada homenageia “A Rosa Púrpura do Cairo”, de Woody Allen, aliás um dos filmes programados pela Mostra Amor ao Cinema.

 

Mostra Amor ao Cinema
Data:
até 10 de maio
Local: CineSesc (Rua Augusta, 2075 – São Paulo)
Ingressos: 24 reais (inteira), 12 reais (meia), 8 reais (comerciários) – Disponíveis em www.sescsp.org.br/cinesesc

 

PROGRAMAÇÃO

. MEU MELHOR INIMIGO – De Werner Herzog  (Alemanha e Reino Unido, 1999, 98 min) – Documentário sobre a lendária e tempestuosa relação profissional entre dois ícones do cinema, Werner Herzog e Klaus Kinski. Dirigido pelo próprio Herzog, o filme apresenta a complexa relação de amor e ódio, bem como a profunda confiança que existia entre o diretor e o ator. SEGUNDA, Primeiro de maio, 15h00, e QUARTA, 10 de maio, 18h00

. TUDO POR AMOR AO CINEMA (Aurélio Michiles, 2014, 97 min, Documentário – A vida de Cosme Alves Netto (1937-1996), curador da Cinemateca do MAM-Rio, por mais de duas décadas, confunde-se com a própria história da recuperação e conservação dos filmes no Brasil. Entre imagens de arquivo dele mesmo, depoimentos e cenas de filmes, delineia-se a jornada de um incansável cinéfilo e pesquisador, promotor de intercâmbios de arte e ideais, que foi perseguido durante a ditadura militar, mas nunca esmoreceu na proteção aos filmes que poderiam ser apreendidos pela repressão. SEXTA, 05 de MAIO, 15h00

. OS FABELMANS (Steven Spielberg, EUA, 2022, 151 min, Ficção – Inspirado nas próprias memórias de infância de Spielberg, retrata a história de menino que cresceu no Arizona pós-Segunda Guerra Mundial. O protagonista é Sammy Fabelman, jovem que se apaixona por cinema após assistir a “O Maior Espetáculo da Terra”, de Cecil B. DeMille, acompanhado por seus pais. Empunhando sua própria câmera, Sammy começa a produzir filmes caseiros, para a alegria de sua mãe, que o apoia incondicionalmente. SEXTA, 28 de abril, às 15h00 e QUINTA, 04 de maio, 20h30

. LADO A LADO (Side by Side) – De Christopher Kenneally (EUA, 2012, 99 minutos, doc) – Investigação sobre a evolução das tecnologias de produção cinematográfica, desde a era do filme em película até a era digital. Keanu Reeves entrevista diversos cineastas, atores e outros profissionais da indústria cinematográfica, discutindo prós e contras das tecnologias analógicas e digitais e também as mudanças que elas trouxeram para o cinema. SEXTA, 28 de abril, 18h00 e QUARTA, 03 de maio, 15h00

. SESSÃO ESPELHO – TIGRERO – UM FILME QUE NUNCA FOI FEITO (Mika Kaurismäki (Brasil- Finlândia, 1994, 75 min., Doc.) – Em 1993, Sam Fuller conduz Jim Jarmusch em viagem ao Mato Grosso do Brasil, subindo o rio Araguaia até a vila de Santa Isabel do Morro, para onde, 40 anos antes, Zanuck o havia enviado a explorar um local e escrever um roteiro para um filme baseado em um tigrero, um caçador de onça. SEXTA, 28 de abril, às 20h30 (sessão gratuita, seguida de bate-papo com participação confirmada de Lorenna Montenegro e Duda Leite. Retirada de ingressos 1 hora antes).

. ATRAVÉS DA CIDADE INVISÍVEL (Paulo Grangeiro, Brasil, 2022, 20 minutos)- Conduzido a partir de fragmentos de memória do cineasta Carlos Reichenbach, “Através da Cidade Invisível” é um documentário de curta-metragem que provoca breve análise reflexiva sobre o papel de formação cultural das salas de cinema e sobre o modelo de cidade que a se pretende, os espaços públicos e a possibilidade de ocupação das ruas da cidade pelas pessoas. + CINE MARROCOS, de Ricardo Calil (Brasil, 2018, n.) – Este documentário conta a história de sem-tetos, refugiados africanos e imigrantes latino-americanos que ocuparam o prédio de um antigo cinema do centro de São Paulo e o processo artístico que os transformou em estrelas de cinema. A equipe do filme reabriu a sala de projeção e exibiu títulos que estiveram em cartaz ali 60 anos antes, como A Grande Ilusão (1937), de Jean Renoir, e Noites de Circo (1953), de Ingmar Bergman. Os moradores participaram de uma oficina de teatro e reencenaram, como atores, trechos desses clássicos. SÁBADO, 29 de abril, 15h00, e QUARTA, 10 de maio, 15h00.

. A NOITE AMERICANA – De François Truffaut (França, 1973, 115 mn.) – Começam as filmagens do longa “Je Vous Présente Pamela”, que conta a história de uma jovem inglesa que troca o marido francês pelo sogro. Ferrand é o diretor, Alphonse o inseguro galã, Séverine a diva perto da aposentadoria e Julie a protagonista, Pamela, sempre à beira de um ataque de nervos. Parece um hospício, mas são os bastidores de um set de filmagem. SÁBADO, 29 de abril, 18h00, QUARTA, 03 de maio, 18h00

. TERCEIRA GUERRA MUNDIAL – De Houman Seyedi (Irã, 2022, 117 min. Ficção) – Shakib é um trabalhador sem-teto que ainda sofre com a perda de sua esposa e filho em um terremoto ocorrido anos atrás. Durante os últimos dois anos, ele desenvolveu um relacionamento com Ladan, uma mulher surda e muda. Por acaso, o local de construção onde ele trabalha é usado como cenário para um filme sobre as atrocidades cometidas por Hitler na Segunda Guerra. Surpreendentemente, ele é convidado a participar do filme, é oferecida uma casa e a oportunidade de recomeçar sua vida. SÁBADO, 29 de abril, 20h30 e SEXTA, 05 de maio, 20h30

. CINECLUBINHO – A INVENÇÃO DE HUGO CABRET – De Martin Scorsese (Reino Unido, EUA, França, 2011, 126 min. Ficção) – Na Paris dos anos 1930, Hugo Cabret é um órfão que se esconde nas paredes da estação de trem e carrega consigo um robô quebrado deixado por seu pai. Um dia, ao escapar do inspetor, ele faz amizade com Isabelle, uma jovem que guarda uma chave com o fecho em formato de coração, exatamente do mesmo tamanho da fechadura do robô. Quando o robô volta a funcionar, a dupla se aventura em um mistério mágico que desvendará os segredos por trás daquele objeto. DOMINGO, 30 de abril , 15h00. Sessão gratuita. Retirada de ingressos 1 hora antes.

. ADEUS, DRAGON INN – De Tsai Ming-liang (Taiwan, 2003, 82 min. Ficção). Homenagem aos antigos cinemas, que já foram capazes de abrigar mais de mil pessoas e hoje estão praticamente extintos. Um filme melancólico e poético, que retrata a decadência dos antigos cinemas e a solidão de seus frequentadores. O filme acompanha o último dia de funcionamento de um velho cinema em Taipé, onde está sendo exibido um clássico de artes marciais Dragon Inn (1967), dirigido por King Hu. Apesar da chuva torrencial, um jovem japonês faz questão de estar presente na última sessão do cinema. No local, encontram-se poucas pessoas além da faxineira manca, do projetor indiferente e da bilheteira. Na plateia, há atores veteranos do filme e uma maioria de homens que buscam sexo anônimo com garotos de programa. DOMINGO, 30 de abril, 18h00

. SERBIS. De Brillante Mendoza (Filipinas, França, 2008, 94 min., Ficção, 18 anos) – A história se passa em um cinema pornô em ruínas chamado “Family em Pampanga”, uma província nas Filipinas. A trama segue a vida de uma família que administra o cinema, enfrentando problemas financeiros e conflitos familiares enquanto tenta manter o negócio funcionando. Todos da família trabalham ao lado de Nanay Flor que gerencia o local e lida com clientes excêntricos que o frequentam. Seus filhos, que são fruto de relacionamentos anteriores, também trabalham no cinema. O filho mais velho, Ronald, é um projetista de cinema que esconde sua homossexualidade da mãe. A filha mais nova, Jewel, é uma stripper que trabalha em outro estabelecimento, mas volta para casa em busca de dinheiro para sua operação de implante de mama. DOMINGO, 30 de abril, 20h30 e SEXTA, 05 de maio, 18h00.

. REBOBINE, POR FAVOR. De Michel Gondry (EUA, 2008, 102 min, Ficção) – Jerry (Jack Black) acredita que a usina elétrica de sua cidade está derretendo seu cérebro e decide sabotá-la com a ajuda de seu melhor amigo Mike, que trabalha em uma locadora de fitas VHS antigas. No entanto, durante a tentativa de invasão, algo dá errado e Jerry acaba levando um grande choque que o deixa magnetizado. Sem perceber isso, ao entrar na locadora, ele acaba desmagnetizando todas as fitas por acidente. – SEGUNDA, Primeiro de maio, 18h00 *Sessão gratuita. Retirada de ingressos 1 hora antes.

. A ROSA PÚRPURA DO CAIRO – De Woody Allen (EUA, 1985, 82 min., Ficção) – A história se passa na época da Grande Depressão dos anos 1930 e gira em torno de Cecilia, uma garçonete que vive em uma pequena cidade e que está infeliz com sua vida. Para escapar da realidade, ela vai ao cinema ver “A Rosa Púrpura do Cairo”, um filme de aventura e romance. No entanto, algo inesperado acontece: o personagem principal do filme, Tom Baxter, sai da tela e começa a interagir com Cecilia. Ela se apaixona por ele e eles começam um romance. Enquanto isso, os outros personagens do filme tentam encontrá-lo e levá-lo de volta para a tela. SEGUNDA, primeiro de maio, 20h30 e TERÇA, 09 de maio, 15h00.

. O CINEMA ESTÁ SERVIDO – De Leila Xavier e Stefano Motta (Brasil, 2020, 15 min.) – O filme mostra a essencialidade do cinema negro na formação e subjetividade de jovens artistas da periferia do Rio de Janeiro que buscam, além do conhecimento, nutrir suas inquietações a partir das produções e referências negras do cinema brasileiro. A linguagem ficcional e o making of também “compõem a mesa” da narrativa do filme e o cinema se torna o alimento a ser servido. + SANEAMENTO BÁSICO, O FILME – De Jorge Furtado (Brasil, 2007, 112 min,Ficção) – Na pequena Linha Cristal a comunidade se mobiliza para construir uma fossa no arroio e acabar com o mau cheiro. Marina, a líder do movimento, descobre que a Prefeitura este ano só tem verba para produzir um vídeo de ficção. Então ela e seu marido Joaquim resolvem filmar a história de um monstro que surge no meio das obras de saneamento. Marina escreve um roteiro, Joaquim faz uma fantasia. Silene aceita ser atriz, Fabrício tem uma câmara. Aos poucos, as filmagens vão envolvendo todos os moradores do local. TERÇA, 02 de maio, 15h00 e SEGUNDA, 08 de maio, 15h00.

. CREPÚSCULO DOS DEUSES – De Billy Wilder (EUA, 1950, 110 min. Ficção) – Norma Desmond, uma antiga estrela do cinema mudo, se recusa a aceitar o fim de sua carreira e contrata Joe Gillis, um jovem roteirista, para ajudá-la a retornar ao sucesso. O escritor, confiante de que pode manipular a atriz, logo descobre que subestimou sua obsessão pelo mundo do cinema e se vê preso em uma teia de ilusões e loucura. TERÇA, 02 de maio, 18h00 e SÁBADO, 06 de maio, 18h00.

. CANTANDO NA CHUVA. De Stanley Donen, Gene Kelly (EUA, 1952, 103 min. musical) – Uma celebração ao cinema e à arte da interpretação, o filme se passa em Hollywood, no ano de 1927, em meio a uma grande mudança na indústria cinematográfica, com a transição do cinema mudo para o falado. Don Lockwood e Lina Lamont formam o casal mais adorado do cinema mudo e estão prestes a estrelar um musical. Porém, há um problema: Lina não sabe cantar e tem uma voz horrível. Para resolver essa situação, a estreante Kathy Selden é chamada para dublar Lina. As gravações são tumultuadas, mas tudo piora quando Don se apaixona por Kathy. Com a ajuda de seu amigo compositor, Cosmo Brown, Don tenta mostrar ao mundo o talento de Kathy, enfrentando diversos obstáculos no caminho. TERÇA, 02 de maio, 20h30

. CINEMA PARADISO (Nuovo Cinema Paradiso) – De Giuseppe Tornatore (Itália, França -1988 -155 min., ficção) – Durante os anos que precederam a introdução da televisão, logo após o término da Segunda Guerra Mundial, o garoto Toto (Salvatore Cascio) fica fascinado pelo cinema local em uma pequena cidade da Sicília e inicia uma amizade com Alfredo (Philippe Noiret), o projecionista facilmente irritável, mas com um enorme coração. Agora adulto e como um cineasta de sucesso, Toto (Jacques Perrin) relembra sua infância quando recebe a notícia da morte de Alfredo. QUARTA, 03 de maio – 20h30

. NOSSA MÃE ERA ATRIZ, de André Novais de Oliveira e Renato Novaes (Brasil, 2022, 26 minutos) – Maria José Novais Oliveira, uma senhora negra, moradora da periferia de Contagem, já nos seus 60 anos se tornou atriz de cinema, com uma carreira premiada no Brasil e internacionalmente. Este documentário rememora a imagem de uma mulher ímpar, que marcou o cinema brasileiro de 2010. + A MULHER DA LUZ PRÓPRIA – De Sinai Sganzerla (Brasil, 2019, 74 minutos) – Documentário sobre Helena Ignez, uma das principais personalidades femininas do cinema brasileiro. A atriz e diretora inaugurou um estilo de interpretação e, hoje, dirige filmes independentes. Com narração da própria atriz, imagens de arquivo e registros atuais ilustram sua trajetória, parte da história do cinema nacional e seu contexto político. – QUINTA, 04 de maio , 15h00 e SEGUNDA, 08 de maio, 18h00

. SALVE O CINEMA – De Mohsen Makhmalbaf (Irã, 1995, 75 min, Documentário) – Para homenagear o centenário do cinema, o cineasta iraniano Mohsen Makhmalbaf decide lançar um anúncio em um jornal para escalar os atores de seu próximo filme por meio de uma chamada aberta. No entanto, a quantidade de candidatos supera as expectativas do diretor, fazendo com que ele decida mudar seus planos e criar um filme sobre o processo de seleção de elenco e os testes realizados pelos atores. QUINTA, 04 de maio, 18h00 – DOMINGO, 07 de maio, 20h30

. DEPOIS DA VIDA. De Hirokazu Kore-eda (Japão, 1998, 118 min., ficção) – Em um lugar situado entre o Céu e a Terra, indivíduos recém-falecidos são recebidos por seus guias espirituais. Durante uma semana, esses guias ajudam os mortos a revisitar suas lembranças para escolher uma única memória de suas vidas que poderão levar consigo para a eternidade. Em seguida, os mortos descrevem a lembrança escolhida para que uma equipe de cineastas possa capturá-la em filme, garantindo que ela possa existir para sempre. SÁBADO, 06 de maio, 15h00, TERÇA, 09 de maio, 20h30

. CINECLUBINHO – SUPER 8 – De J. J. Abrams (EUA, 2011, 112 min., ficção) – No verão de 1979, em Ohio, um grupo de jovens testemunha uma catastrófica colisão que envolve um trem de carga e uma caminhonete. Eles registram tudo com uma câmera Super-8 com a qual estavam tentando fazer um filme. Quando misteriosos desaparecimentos começam a acontecer, os amigos descobrem que a tragédia não foi um acidente. DOMINGO, 07 de maio, 15h00 *Sessão gratuita. Retirada de ingressos 1hora antes.

. VOX LIPOMA – De Jane Magnusson (Suécia, 2018, 11 min., Animação) – Na década de 1960, um lipoma surgiu no lado direito do rosto de Ingmar Bergman. A doença se desenvolveu e cresceu até que, repentinamente, desapareceu pouco tempo depois da estreia de seu filme O Silêncio (1963). Nos anos 1990, o lipoma ressurgiu no mesmo local, mas com uma cor diferente. O curta-metragem fala sobre Bergman, seu poder, sexualidade e sobre o lipoma facial que não lhe dava sossego. + BRAINWASHED: SEX-CAMERA-POWER – De Nina Menkes (EUA, 2022, 107 min., doc) – Usando mais de 175 clipes de filmes, bem como entrevistas com cineastas e acadêmicos, “Brainwashed” procura revelar estrutura sinistra de misoginia e paternalismo que, desde o início do cinema até os dias atuais, se infiltra em alguns de nossos filmes favoritos. DOMINGO, 07 de maio, 18h00 – QUARTA, 10 de maio, 20h30

. MATOU A FAMÍLIA E FOI AO CINEMA – De Neville D’Almeida (Brasil, 1991, 105 min., ficção) – Um rapaz mata os pais e vai ao cinema. Uma mulher rica e entediada abandona o marido e se isola numa casa, onde satisfaz fantasias sexuais com outra mulher. Num barraco, um homem mata uma mulher por amor. Mais adiante, duas jovens suburbanas se amam, e a mãe de uma delas é assassinada por interferir na intimidade das duas. Um homem mata sua mulher porque ela reclama das dificuldades financeiras. SEGUNDA, 08 de maio, 20h30 *Sessão gratuita apresentada pelo diretor. Retirada de ingressos 1 hora antes.

. UM FILME DE CINEMA – De Walter Carvalho (Brasil, 2017, 111 min., Documentário) – “Por que você faz cinema e pra que serve o cinema?” é o que Walter Carvalho pergunta a seus entrevistados, os realizadores Hector Babenco, Julio Bressane, Andrew Wajda, Vilmos Zsigmond, Ruy Guerra, Ken Loach, Béla Tarr, Gus Van Sant, Jia Zhangke, entre outros. Em Um filme de cinema, Carvalho explora o plano cinematográfico como protagonista. – TERÇA, 09 de maio, 18h00.

No SESC CINEMA EM CASA (streaming – gratuito):

. Bergman Cem Anos, de Jane Magnusson (Suécia)
. Crítico, Kleber Mendonça (Brasil)
. Lumiére – A Aventura Começa, Tierry Fremaux (França)
. Trumbo, a Lista Negra, de Jay Roach (EUA)
. A Mulher de Luz Própria, de Sinai Sganzerla (Brasil)
. Alice Guy-Blaché, de Pamela D. Green (EUA)
. Malmkrog, de Cristi Puiu (Romenia)

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