Mostra Ecofalante acontece em Guaratinguetá (SP)
A cidade de Guaratinguetá (SP) recebe festival gratuito de cinema em uma parceria feita entre a Mostra Ecofalante de Cinema e a BASF, entre os dias 22 de agosto e 1º de setembro. A Mostra Ecofalante é considerado um dos maiores festivais do Brasil no segmento de meio ambiente e sustentabilidade e o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais. Totalmente gratuita, a programação contará com a exibição de mais de 20 filmes, incluindo obras premiadas em festivais nacionais e internacionais, destaques da edição mais recente da Mostra Ecofalante de São Paulo e exibições para o público infanto-juvenil.
Estão confirmadas exibições abertas ao público no Espaço Multiuso (22 a 24/08), no Auditório Frei Galvão (25 a 27/08), no CEU (Centro de Artes e Esportes Unificados) Dr. José Aguiar Marins (25 a 29/08) e no Senac Guaratinguetá (30/08 a 01/09). A Mostra terá ainda sessões educacionais na Fatec Guaratinguetá, na Etec Prof. Alfredo de Barros Santos, na EMEF Prof. Maria Júlia, na EMEF Prof. Alcina Soares Novaes, na Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves e na Escola Estadual Sylvio José Marcondes, além de sessões para cerca de 8 mil alunos da rede municipal de ensino no Espaço Multiuso e no Auditório Frei Galvão.
A sessão de abertura será realizada no dia 22 de agosto, às 20h, no Espaço Multiuso. O filme exibido será “Amazônia, a Nova Minamata?” (foto), obra do consagrado cineasta Jorge Bodanzky, que acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral.
A programação da Mostra Ecofalante em Guaratinguetá inclui dois filmes cuja estreia mundial aconteceu na 12ª edição do festival, realizada em São Paulo no mês de junho. “Escute: A Terra foi Rasgada”, de Cassandra Mello e Fred Rahal Mauro, retrata uma aliança histórica entre três povos indígenas em defesa de seus territórios. “Cinzas da Floresta”, de André D’Elia, mostra a importância das brigadas voluntárias de combate a incêndios florestais no Brasil no contexto de mudanças climáticas e descontrole dos incêndios na Amazônia.
A luta dos povos indígenas tem forte presença nos filmes da programação. “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge, vencedor dos prêmios de júri e de público na 12ª Mostra Ecofalante, retrata a maior expedição das últimas décadas na Amazônia realizada pela Funai para tentar encontrar e estabelecer o primeiro contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubos, em estado de vulnerabilidade.
“Lavra”, de Lucas Bambozzi, também foi premiado pela escolha do público na 11ª edição do festival. O documentário híbrido investiga as consequências do maior crime ambiental do Brasil: o rompimento da Barragem do Fundão na cidade de Mariana, em 2015.
A questão racial também está presente em diversos filmes do evento. “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato, foi escolhido como o melhor filme da Competição Latino-Americana pelo público da 12ª Mostra Ecofalante e também premiado no Festival do Rio e na Mostra Internacional de São Paulo. Neste longa-metragem, um professor nigeriano e sua comunidade lutam para provar que seu deus Exu não é o diabo, frente aos ataques à liberdade de culto e ao racismo sistêmico no Brasil. “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente, traça uma cinebiografia daquela que inaugura a existência de atrizes negras em palcos, televisão e cinema no Brasil. Por sua vez, o carioca “Rolê – Histórias dos Rolezinhos”, de Vladimir Seixas, retrata o movimento de ocupações nos shoppings que escancarou as barreiras impostas pela discriminação racial e exclusão social.
Entre os filmes internacionais, destaca-se “Filhos do Katrina”, de Edward Buckles Jr. O documentário aborda a questão do racismo ambiental, dando voz a jovens expulsos de suas casas pelo Furacão Katrina e abandonados pelo governo.
O evento conta ainda com curtas-metragens que receberam prêmios de júri e de público na 12ª Mostra Ecofalante: “Quem de Direito”, de Ana Galizia, que mostra a organização popular pelo acesso à terra no território do vale do Guapiaçu (Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro) e as mobilizações recentes contra um projeto de barragem na região; “A Febre da Mata”, de Takumã Kuikuro, uma denúncia contra as queimadas na Amazônia; e “Paulo Galo: Mil faces de um homem leal”, de Iuri Salles e Felipe Larozza, um retrato do ativista que ganhou destaque com o movimento dos entregadores antifascistas.
Para o público infanto-juvenil, a mostra exibe três animações francesas. Em “Vanille”, de Guillaume Lorrin, uma pequena parisiense embarca numa aventura cheia de mistérios em Guadalupe e faz as pazes com suas origens. “A Viagem do Príncipe”, dirigida por Jean-François Laguionie e Xavier Picard, mostra as aventuras e os preconceitos enfrentados por um príncipe numa terra estrangeira, de cultura e hábitos diferentes e que se construiu em oposição à natureza. Já “Zarafa”, de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie, traz a história da amizade entre Maki, de apenas 10 anos, e Zarafa, uma girafa órfã.
Dirigida por Chico Guariba e realizada pela OSC Ecofalante, a Mostra Ecofalante de Cinema já alcançou um público de mais de 880 mil pessoas desde sua primeira edição, em 2012. Mais informações sobre o festival e a programação podem ser acessadas no site do evento.
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