“O Auto da Compadecida 2” inicia suas filmagens
Foto © Laura Campanella
A divertida amizade de Chicó (Selton Mello) e João Grilo (Matheus Nachtergaele) começa a ser filmada no próximo dia 20 de agosto. “O Auto da Compadecida 2”, uma aventura que renova a já clássica adaptação da peça teatral do paraibano Ariano Suassuna, dirigida para o cinema pelo pernambucano Guel Arraes, tem estreia nos cinemas prevista para o ano que vem. O novo filme tem direção de Guel Arraes, desta vez ao lado de Flávia Lacerda, e conta com a produção da Conspiração e da H2O Films, que também fará a distribuição. O filme orginal “O Auto da Compadecida” foi um sucesso de público no cinema e na TV.
Quase 25 anos depois do sucesso, “O Auto da Compadecida 2” reflete o prazer em ser brasileiro – um sentimento perdido por parte da sociedade nos últimos anos, como comenta o diretor: “Achamos interessante fazer um filme sobre amizade neste momento do Brasil”.
Para Guel Arraes, o maior desafio da continuação foi o novo roteiro, uma história original, construída a partir de alguns personagens da peça “O Auto da Compadecida”. O roteiro é de Guel Arraes e João Falcão com a colaboração de Adriana Falcão e Jorge Furtado. “Não se passaram 25 anos somente na vida real, mas na própria narrativa fictícia. Mesmo que seja um filme de época, temos que falar de assuntos de hoje, assim como Ariano foi extremamente atual em 1955 ao escrever sobre a religião e a sobrevivência dos mais pobres”.
Além de Taís Araujo interpretando Nossa Senhora, outras novidades são Eduardo Sterblitch, no papel de Arlindo, um comerciante e radialista poderoso; Humberto Martins, como Coronel Ernani; Fabiula Nascimento, como Clarabela; Luis Miranda, como Antônio do Amor; Juliano Cazarré, como Omar; Luellem de Castro, como Iracema; e Virginia Cavendish, que permanece como a icônica personagem Rosinha, e Enrique Diaz, que dará vida mais uma vez a Joaquim Brejeiro.
As escolhas estéticas da direção também se modernizaram. Assim como a obra de Ariano é extremamente visual, a escolha dos diretores para a nova versão é levar o universo de Suassuna de forma ainda mais fabular para as telonas. A produção virtual vai recriar a cidade de Taperoá nos anos 1950, 25 anos depois da história original.
Mas a essência dos personagens e do mundo ao mesmo tempo real e farsesco criado por Ariano Suassuna vão permanecer intactas.
Para Matheus Nachtergaele, o envelhecimento dos personagens provoca algumas mudanças em seus arquétipos, mas a trama não perde a delicadeza: “há uma homenagem ao primeiro, muita coisa vai ser revisitada e o público quer isso, mas há novidades. Éramos trintões, jovens atores, agora somos cinquentões. No que isso vai atingir e transformar os personagens, não sei, mas alguma coisa deve acontecer. O novo roteiro é muito bonito”.
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