Clássicos do cinema e filmusicais movimentam as plataformas de streaming durante o Carnaval

Foto: “O Açougueiro”, de Claude Chabrol

Por Maria do Rosário Caetano

Nos cinemas, os antifoliões, aqueles que querem mesmo fugir da alegria ruidosa do Carnaval, encontrarão os principais títulos da Safra Oscar. Muitos dos indicados estão disponíveis em plataformas de peso como a Netflix (“A Sociedade da Neve”, “Rustin”, “Maestro”, “Nyad”, “American Symphony” e “Nimona”), na Apple TV (“Assassinos da Lua das Flores”), na Amazon (“Oppenheimer”) e na Paramount (o chileno “A Memória Infinita”).

Quem, porém, for um ‘voyeur’ da folia — ou seja, integrante do time dos que amam o Carnaval, mas preferem prestigiá-lo no conforto doméstico — poderá assistir à Seleção Especial de Carnaval da plataforma Sesc Cinema em Casa, gratuita e acessível sem nenhuma complicação. O Itaú Play recomenda documentários sobre grandes momentos do samba, entre eles, um dedicado ao saudoso Geraldo Filme. A Spcine Play, por sua vez, apresentará a Mostra Fevereiro no Fervo, mas só a partir do dia 15 de fevereiro.

Já os espectadores radicalmente avessos ao Carnaval poderão usufruir de ótimos títulos no Belas Artes à la Carte, na Reserva-Imovision, na Mubi, no Globoplay e no Curta! On. E arriscar-se navegando em duas plataformas culturais: a SulFlix, do Rio Grande do Sul, e a AruandaPlay, da Paraíba.

O distribuidor, exibidor e programador da plataforma Belas Artes à la Carte, André Sturm, recomenda quatro clássicos e três títulos “a serem descobertos” no espaço digital. Na primeira categoria está “O Açougueiro” (1970), para muitos o maior dos filmes de Claude Chabrol (estrelado por Jean Yanne e Stéphane Audran, musa do cineasta).

O prolífico Chabrol, integrante do núcleo duro da Nouvelle Vague, realizador de mais de 50 filmes, gostava de dialogar com o drama policial. E este é o caso de “O Açougueiro”. Numa pacata cidade do interior da França, uma amizade incomum e inesperada se forma entre uma professora local (a bela Stephane Audran), e o homem do açougue (Yanne), de natureza reclusa e taciturna, que lutou nas guerras da Indochina e da Argélia. O cotidiano da cidadezinha será abalado por uma série de assassinatos, estranhos e violentos. O principal suspeito será o açougueiro.

André Sturm indica, também, o documentário brasileiro “Cabra Marcado para Morrer”, de Eduardo Coutinho, prêmio Tucano de Ouro no FestRio, e duas produções realizadas ainda nos tempos da União Soviética – “Stalker” (1979), ficção científica existencial de Andrei Tarkowski, e “Vá e Veja” (1984), de Elem Klimov, que figura na lista dos maiores (e mais influentes) filmes de guerra do mundo. Até Steven Spielberg confessou que o viu e reviu ao preparar o seu “O Resgate do Soldado Ryan” (1998). Além de imagens de imenso impacto (do diretor de fotografia Alexei Rodianov), de trama complexa e atores soberbos (incluindo o jovem protagonista interpretado por Alexei Kravchenko), o filme conta com trabalho de som arrebatador e revolucionário.

Como Sturm é também cineasta e cinéfilo, ele sugere que os amantes do cinema busquem pelo menos três títulos que “realmente merecem ser descobertos” em sua plataforma. Caso do japonês “A Coletora de Impostos” (1987), de Juzo Itami (1933-1997), o mesmo realizador da comédia “Tampopo, os Brutos Também Comem Spaghetti”. Itami, vale lembrar, pôs termo à sua vida, aos 64 anos, jogando-se do oitavo andar de um prédio em Tóquio. As outras indicações inseridas no campo das “descobertas” propostas por Sturm chegam do Leste Europeu, ambas oriundas da antiga Tcheco-eslováquia: “Trens Estreitamente Vigiados” (1966), de Jiri Menzel, e “O Baile dos Bombeiros” (1967), de Milos Forman. Este realizador, que fará 82 anos depois do carnaval, sequenciou sua carreira, de grandes êxitos, nos EUA. Lá, dirigiu uma pequena obra-prima (o subversivo e obrigatório “Procura Indomável”) e os oscarizados “Um Estranho no Ninho” e “Amadeus”.

“De Volta à Córsega”, de Catherine Corsini

Jean-Thomas Bernardini e sua equipe, que comandam a plataforma Reserva-Imovision, recomendam “De Volta à Córsega”, de Catherine Corsini, drama francês ambientado na bela ilha mediterrânea; o alemão “Afire”, de Christian Petzold, que se passa em pequena casa de veraneio junto ao mar Báltico, “Ballroom Love”, de Danielle Lessovitz, parceria entre EUA e França, e “Climax”, de Gaspar Noé, argentino radicado na França. Estes dois filmes são recomendados a maiores de 18 anos.

A indicação brasileira da equipe da Reserva-Imovision é “Tatuagem”, de Hilton Lacerda, drama protagonizado por Irandhir Santos, Jesuíta Barbosa e Rodrigo Garcia. Realizado em 2014, o filme se passa no final da década de 1970, durante a ditadura militar, quando floresce, na periferia de uma cidade nordestina, um teatro-cabaré, o Chão de Estrelas. Nesse espaço, um grupo de artistas provoca a moral estabelecida com seus espetáculos de postura homoafetiva. Empreendem, juntos, sua resistência ao poder autoritário a partir do deboche e da anarquia.

A plataforma do Sesc – Sesc Cinema em Casa – somou filmes ligados ao Carnaval, sem esquecer os clássicos. E que clássicos! Durante os feriados da Folia, os cinéfilos poderão apreciar três filmes de Louis Malle (1932-1995): “Ascensor para o Cadafalso” e “Os Amantes” (ambos de 1958), e “Zazie no Metrô” (1960). Todos imperdíveis. Mesmo que, para muitos, as obras-primas do discreto provocador francês sejam “O Sopro do Coração”, com incesto no centro da trama, e “Lacombe Lucien”, este, a anatomia da trajetória de um colaboracionista.

Para quem é de festejar o Carnaval na frente da telinha da TV, o Sesc Cinema em Casa reuniu vários documentários brasileiros, todos relacionados aos festejos da carne. Sob a rubrica Especial Carnaval foram programados “Candeia”, de Luiz Antonio Pilar, sobre o compositor e fundador da Escola de Samba Quilombo, de vida efêmera, mas seminal, “Vai-Vai: 80 Anos nas Ruas”, de Fernando Capuano, sobre a agremiação paulistana, “Memória em Verde e Rosa”, de Pedro Von Krüger, sobre a Estação Primeira de Mangueira, e “Fevereiros”, de Marcio Debellian,que mostra o triunfo (da Mangueira!), quando a escola carioca homenageou Maria Bethânia. A cantora é amante assumida do carnaval carioca (e baiano, claro!). E apaixonada pelo samba, que tem presença marcante e garantida no repertório da santo-amarense. Registre-se, aqui, que o filme, um documentário, levou quase 30 mil espectadores aos cinemas, já que Bethânia mobiliza fã-clube marcado por alto índice de fidelidade.

O Sesc Cinema em Casa, considerado a plataforma mais desburocratizada do país – pois é daquelas que não criam empecilhos nem aos leigos internéticos – conta com um segmento de filmes apresentados sob a convocação Não Perca!. O dessa semana carnavalesca é o documentário “Antonio Lopez 1970: Sex Fashion & Disco”. O filme apresenta um dos ilustradores de moda mais influentes dos anos 1970, que circulava por Paris e Nova York, ao lado de amigos e colaboradores como Jerry Hall, Jessica Lange, Grace Jones e Karl Lagerfeld. Trata-se de atração exclusiva do Sesc Digital. “Sex Fashion & Disco” continuará disponível até 14 de março. Um lembrete aos espectadores interessados em ver os filmes do Sesc digital: eles permanecem por poucas semanas na plataforma. Então, fiquem atentos.

“Ascensor para o Cadafalso”, de Louis Malle

A equipe de programadores do Itaú Play destaca cinco filmes que têm o samba como fonte geradora. A começar pelo documentário “Geraldo Filme: Crioulo Cantando Samba Era Coisa Feia”, de Carlos Cortez. Realizado em 1998, como média-metragem (53 minutos), o filme desenha sólido perfil do artista que veio do interior de São Paulo para a capital, onde se dedicou ao samba de raízes rurais.

Além dos amigos batuqueiros, Geraldo Filme (1927-1995) teve no dramaturgo Plínio Marcos um parceiro dos mais atuantes. Juntos participaram de shows, cordões carnavalescos e do movimento que fortaleceu as escolas de samba paulistanas. “Crioulo Cantando Samba Era Coisa Feia” recebeu o prêmio de melhor filme no É Tudo Verdade e o Especial do Júri no Festival de Gramado.

“O Mistério do Samba” (2008), de Carolina Jabor e Lula Buarque de Hollanda, também disponível no Itaú Play, dedica-se a retratar a vida cotidiana da Velha Guarda da Portela, grupo musical organizado, no início da década de 1970, por Paulinho da Viola. O criador de “Foi um Rio que Passou em minha Vida” quis que os veteranos da tradicional Portela mostrassem ao público o muito que sabiam do samba. A cantora e compositora Marisa Monte conduz o documentário, resgatando antigas canções do passado, casos pitorescos e histórias de sambas esquecidos.

Outra atração do Itaú Play é “Afoxés: Entre o Sagrado e o Profano”, de Angela Machado (2009, 53′). A documentarista mostra os afoxés, organizações culturais nascidas da afro-religiosidade baiana, também conhecidos como “candomblé de rua”. O filme conta com a participação do compositor Gilberto Gil, de antropólogos e representantes dos coletivos de afoxés baianos. Trechos encenados somam-se às entrevistas e dão conta da riqueza e da importância política do afoxé na luta contra o racismo.

Completam a lista de sugestões da equipe do Itaú Play os documentários “Arruma um Pessoal pra Gente Botar uma Macumba num Disco” (2023, 20′), de Chico Serra, e “Fevereiros” (2017, 74′), de Marcio Debellian, protagonizado pela cantora Maria Bethânia.

Lúcio Vilar, idealizador e programador da plataforma Aruanda Play – implantada em 2022 pela produtora Bolandeira, em parceria com a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Paraíba, Fapesp-PB e Secretaria de Cultura – recomenda dois clássicos do cinema nordestino: o curta “Aruanda” (1960), de Linduarte Noronha, e o longa “O País de São Saruê” (1971), de Vladimir Carvalho. Ambos integram o segmento Cinemateca Paraibana.

No campo dos filmes contemporâneos, Lúcio Vilar, que é professor da UFPB, recomenda os curtas “Vão das Almas”, de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape, “Abrição de Portas”, de Jaime Guimarães, e “Flora, a Mãe do Rei” (no caso, Jackson do Pandeiro), exibidos na décima-oitava edição do Festival Aruanda do Audiovisual Brasileiro.

O Aruanda Play se propõe a ser uma plataforma guiada pelo slogan “Do Nordeste para o Mundo”, já que – esclarece seu criador – “é a primeira a se estruturar na região”. Seu acesso é gratuito e de alcance nacional.

No Rio Grande do Sul, a Sulflix, plataforma mantida com apoio do Governo do Estado, através do Iecine (Instituto Estadual de Cinema), continua apresentando a produção local. Criada em 2021 como uma “cinemateca digital do cinema gaúcho”, a Sulflix conta com filmes de Jorge Furtado (os curtas “Ilha das Flores” e “O Dia em que Dorival Encarou a Guarda”, este em parceria com José Pedro Goulart, e o longa “Houve uma Vez Dois Verões”), com animações de Otto Guerra, longas de Ana Luiza Azevedo, Lilian Sulzbach, Cristiane Oliveira, Gustavo Spolidoro, Hique Montanaro, Gilson Vargas, Paulo Nascimento, Boca Migotto, entre muitos outros. Sem esquecer o clássico pampeano “Anahy de las Misiones”, de Sérgio Silva (1997), inspirado em “Mãe Coragem”, de Bertolt Brecht.

No campo da memória cinematográfica, a Sulflix exibe, como não poderia deixar de ser, os filmes protagonizados pelo cantor Teixeirinha (1927-1985). O acervo da plataforma reúne mais de 500 títulos, pois abrange, também, registros audiovisuais de espetáculos de teatro.

A Globoplay, plataforma brasileira de grande porte – situada no ranking da Ancine como aquela que mais espaço dedica à produção nacional – tem dezenas de filmes ficcionais e documentais em sua lista de ofertas. Até porque engloba filmes apresentados pelo Canal Brasil, projeto que une a própria Globo a um grupo de sócios-cineastas (entre eles Luiz Carlos Barreto, Zelito Viana e Aníbal Massaini). Os dados recém-apresentados pela Ancine mostram que a plataforma da Globo dedica 35,2% de sua programação ao audiovisual brasileiro, contra 3,8% da Netflix e 1,3% da Disney. “Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho”, de Pedro Bronz, pode ser visto no Canal Brasil Play. E “Soldado Estrangeiro”, de José Joffily e Pedro Rossi, na Globoplay.

O CurtaOn, que pode ser acessado como “selo” da Prime Video, tem excelente oferta de documentários para seus espectadores. Por tratar-se do braço digital do Canal Curta! (TV por assinatura), ele permite a quem não consegue assistir a um filme em horário fixo, resgatá-lo no streaming no dia e momento que desejar. A programação, de mais de 1.500 títulos, inclui clássicos de Leon Hirszman (como o curta “Nelson Cavaquinho”) e produções contemporâneos (“Alceu – Na Embolada do Tempo”, de Paola Vieira, “O Desmonte do Monte”, de Sinai Sganzerla, “Clara Estrela”, de Susana Lira e Rodrigo Alzuguir, “Espero Tua (Re) Volta”, de Eliza Capai, e o imperdível “Garoto – Vivo Sonhando”, de Rafael Veríssimo, este por sua raridade. Único longa documental brasileiro dedicado ao resgate da trajetória do virtuose do violão, Aníbal Augusto Sardinha (1915-1955). E, vale um lembrete, que os espectadores fiquem atentos ao importante documentário “Noite e Dia: Lima Barreto, Obra & Vida”, de Rodrigo Grota, sobre o autor de “Policarpo Quaresma” e “Clara dos Anjos”.

O CurtaOn também oferta joias estrangeiras, como a série “Minha Viagem pelo Cinema Francês”, de Bertrand Tavernier, e “Império dos Sentidos”, documentário de 52 minutos, dirigido por David M. Thompson, sobre o maior clássico erótico de todos os tempos, uma ousada criação de Nagisa Oshima. No Brasil e em outras partes do mundo (inclusive no Japão) “Império do Setido” causou escândalo. A censura da ditadura militar o interditou. Quando foi liberado, levou quase 6 milhões de brasileiros aos cinemas. Bilheteria jamais vista por um filme japonês em nosso circuito.

A Mubi, plataforma que abre espaço para o cinema de empenho artístico oriundo de diversas geografias, merece ser vasculhada pelos que desejam conhecer filmes novos ou clássicos. Até dia 12 próximo, a plataforma apresenta a décima-quarta edição do My French Film Festival, com produções de expressão francesa (vindas da Bélgica, Canadá-Quebec, Suíça, África magrebiana e a da França, claro). O festival digital propõe-se a mostrar filmes (15 curtas e nove longos) de jovens realizadores. E de pelo menos um nome consagrado. Neste ano, a escolhida é a grande, imensa, realizadora franco-belga Agnès Varda (1928-2019), de quem será apresentado o documentário “Jane B. de Agnès V.”. Ou seja, a atriz e cantora Jane Birkin vista pela diretora de “Cleo de 5 às 7” e “Os Catadores e Eu”.

E há outros biscoitos finos na plataforma Mubiana. O mais saboroso deles é a Mostra Retrospectiva de Aki Kaurismaki, montada na esteira do imenso sucesso de “Folhas de Outono”, o filme mais amado do finlandês, fecho de sua Tetralogia Proletária. Ninguém pode perder esta viagem por mais de vinte filmes do originalíssimo (e perturbador) realizador nórdico.

Outra proposta da Mubi merece conferência: a mostra dedicada aos primeiros filmes de realizadores hoje consagrados. Os escolhidos incluem “De Punhos Cerrados”, do mestre Marco Bellocchio, a “A Batalha de Solferino”, da francesa Justine Triet (que está causando furor com “Anatomia de uma Queda”); “Gosto de Sangue”, dos Irmãos Coen, a “Corpo Celeste”, de Alice Rohrwacher; “Seguinte”, de Christopher Nolan, a “Chocolate”, de Claire Denis; “Desordem”, de Olivier “Carlos” Assayas, a “O Guardião”, do argentino Rodrigo Moreno (não percam, do mesmo realizador e na Mubi, o instigante e recente “Os Delinquentes”).

Há outros estreantes no cardápio da plataforma: “Uma História de Amor Sueca”, de Roy Anderson, “Tempos de Decisão”, de Noah Baumbach, “Frances Ha”, de Greta Gerwig, “The Guitar Mongoloid”, do amado-odiado Ruben Östlund, detentor de duas Palmas de Ouro, “Remédio para Melancolia”, de Barry “Moonlight” Jenkins, e “Adorável Rita”, de Jessica Hausner. O brasileiro Kleber Mendonça comparece com três curtas (“Noite de Sexta Manhã de Sábado”, “Eletrodoméstica” e “Recife Frio”).

“Folhas de Outono”, de Aki Kaurismaki

A Spcine Play, plataforma mantida pela Secretaria Municipal de Cultura e pela São Paulo Cinema (Spcine), responsável pelo fomento ao cinema paulistano, organizou, para festejar o Carnaval, a Mostra Fevereiro no Fervo. O programador Cristiano Rivero avisa que foram escolhidos “filmes prá sair do chão, com recortes curatoriais do cinema e da música brasileira”.

Ele detalha: “Começamos com os videoclipes, o formato popular por excelência que aposta na mistura de linguagens”. O programador destaca como “estrela da mostra o criador MC THA”. Foram escolhidos, também, “diversos documentários musicais brasileiros, com foco na música negra nacional, do funk ao rap, da MPB ao brega, tudo com muito brilho, confete e serpentina”. Foram escolhidas produções de novos realizadores e o curta-metragem “Brazil”, de Rogério Sganzerla (ver programação abaixo)

Mostra Fevereiro no Fervo

Quinta-feira, 08/02 – “MC Tha – Renascente” (11′, 2021, de Rodrigo de Carvalho) – Renascente é o nome dado à trilogia visual de músicas do álbum Rito de Passá. Concepção artística de Vitor Nunes, o ato apresenta “Onda”, “Oceano” e “Despedida”, além de “Último Recado”, trecho de Despedida interpretado por Jaloo, interligadas pelas narrativas pessoais de encontro, desencontro e reencontro + “MC Tha – Rito de Passá” (4′, 2019, de Rodrigo de Carvalho ). Rito de Passá”, composição de MC Tha, produzida por Tide DJ + “MC Tha – Coração Vagabundo” (2′, 2020, de Rodrigo de Carvalho) + MC THA – Clima quente show (25′, 2022, de Rodrigo de Carvalho), entre outros.

Documentários Musicais (programados para o pós-Carnaval, com estreia 15 de fevereiro)

. “Sua Majestade, o Passinho”, de Mannu Costa e Carol Correia (22′, 2022) – Entre os morros e as vielas das periferias do Recife ecoam gritos de crianças, música gospel, pontos de orixás e batidas de brega funk. E é no ritmo do “passinho dos maloka” que jovens periféricos estão transformando a cena artística da cidade e fazendo-se conhecidos nas redes e no mundo.

. “Herdeiros”, de Thais Nepomuceno (81′, 2022) -Documentário ambientado no Morro da Serrinha, em Madureira, registra o legado cultural e musical deixado por africanos escravizados. Com depoimentes de Flávio França, Kadu Rodrigues, Fernandinho da Serrinha, Quitéria Chagas, Mestre Careca, Celso Marinho do Beco Novais e Mestre Faíscca.

. “Rap – Revolução Através da Palavra”, de Washington Deoli (21′, 2021) – Thaíde, MC Soffia, Rappin’ Hood mostram o rap como espaço de fortalecimento da construção de narrativa e instrumento de registro para a trajetória da população negra. Com participação, também, de Leci Brandão, King Nino Brown, Sharylaine e Ba Kimbuta.

. “As Cancões de Amor de uma Bixa Velha”, de André Sandino Costa (22′, 2020) – Enquanto se prepara para seu novo espetáculo, Marcio Januário reflete sobre a condição de homem negro, gay e de terceira idade.

. “Arruma um Pessoal pra Gente Botar uma Macumba num Disco”, de Chico Serra (20′, 2023) – Filme-ensaio sobre Getúlio Marinho, uma das principais figuras do mundo do samba. Com imagens raras, discos antigos e depoimentos pessoais de pesquisadores e descendentes, o filme investiga os primeiros discos de macumba, introduzidos por Marinho no início da indústria fonográfica brasileira, e a influência das religiões afro-brasileiras no samba e na cultura popular do final da década de 1920 em diante. Com testemunhos de Mingo Silva, Babalawô Ivanir dos Santos, Luiz Antonio Simas, Reginaldo Prandi, Godô Quincas, Phelipe Ornellas e Leo Fernandes.

. “Orquestra Invisível Let’s Dance”, de Alice Riff (20′, 2016) – História de Seu Osvaldo Pereira, o primeiro DJ do Brasil.

. “Brasil”, de Rogério Sganzerla (13′, 1981) – Registro dos bastidores da gravação do disco “Brasil”, de João Gilberto, com a presença de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia no estúdio. Dorival Caymmi, Ary Barroso, Grande Otelo e Eros Volúsia, em performances raramente registradas, e Orson Welles, no carnaval do Rio, compõem o quadro visual desse curta que apresenta uma imagem singular do país.

. “Uma Breve História sobre o Sound System”, de Thiago Nascimento (107′, 2023) – O Sound System, criado na Jamaica, com raízes africana, se estendeu pela Europa e EUA. Chegou ao Brasil pelo Nordeste, para tomar conta de São Paulo.  Neste documentário, contado por quem faz parte do movimento, estão os bastidores de sua ascensão até os dias atuais. Com participações de André “Orange”, Carol Afreekana, Camilo “Fyahman”, Dani Pimenta, Dada Yute, Diego “Jahman”, Diego “Fyah”, Luiz Cláudio “Fumaça”, Henrique Yoshioka, Jai Mahal Jimmy “The Dancer”, Alex “”Jurassico””, Marcelo “Knomoh”, Lei Di Dai, Laylah Arruda, Monkey Jhayam, Mis Ivy, Miguel Salvatore, Marina Peralta, Mr. Ites, Ng Coquinho, Sabrina Paschini, Sergio “Dazrua”, Tiago Yaacov e Yellow P.

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