Canal Brasil exibe mostra sobre Cinema Marginal

Nos dias 15 e 16 de julho, a partir das 22h, o Canal Brasil exibe a Mostra Cinema Marginal, com seis produções icônicas do movimento que também ficou conhecido como Cinema de Invenção: “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla, “A Margem” (foto), de Ozualdo Candeias, “Meteorango Kid”, de André Luiz Oliveira, “Matou a Família e Foi ao Cinema”, de Júlio Bressane, “Bang Bang”, de Andrea Tonacci, e “À Meia-Noite Levarei sua Alma”, de José Mojica Marins.

Um dos marcos do movimento Cinema Marginal, o filme “Matou a Família e Foi ao Cinema”, dirigido por Júlio Bressane, abre a mostra. A trama relata o assassinato dos pais pelo seu filho que, depois, vai ao cinema assistir ao filme “Perdidos no Amor”. Em paralelo, surgem outras histórias de assassinatos no interior, entre elas, a de um preso político torturado. Selecionado como o 38º na lista dos 100 melhores filmes brasileiros pela Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), o clássico foi refilmado em 1991, pelo diretor mineiro Neville D’Almeida.

Pioneiro do cinema marginal paulista da Boca do Lixo, em 1967, “A Margem”, do diretor Ozualdo Candeias, também faz parte da programação. O filme é ambientado nas margens do rio Tietê e no centro de São Paulo, e retrata histórias de dois casais que se sustentam de diversas formas, como pela prostituição. Apesar do período de repressão às artes e da falta de recursos para os cineastas, esse foi um dos longas-metragens do Cinema Marginal que recebeu prêmios como a Menção Honrosa de Melhor Música e Melhor Atriz (Valéria Vidal) do Festival de Brasília (1967); e Melhor Direção, Melhor Atriz Coadjuvante (Valéria Vidal) e Melhor Música do extinto Instituto Nacional de Cinema (1968), responsável legislativamente pelo fomento, incentivo e fiscalização de filmes brasileiros até o decreto do Ato Institucional Número Cinco (AI-5). “A Margem” também integra o ranking de melhores filmes brasileiros da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

O Cinema Marginal, que se consolidou entre os anos de 1960 e 1970, tinha como principais características mostrar a realidade de grupos marginalizados e toda a violência e censura da ditadura militar, a partir de paródias, denúncias, sarcasmos, erotismos e violências. Além disso, o movimento tinha o intuito de modificar as estruturas do cinema brasileiro em relação ao modelo de produção, à construção narrativa, à linguagem visual, entre outros aspectos.

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