TV Brasil lança série documental “Violadas e Segregadas”, sobre a segregação de trans no sistema carcerário

A TV Brasil estreia a série documental gaúcha “Violadas e Segregadas”, nesta quinta (1º de maio), às 23h. Com cinco programas de 26 minutos, a atração independente retrata o universo de mulheres trans e travestis encarceradas.

A obra revela o cotidiano de personagens femininas que são mantidas em unidades masculinas em um sistema carcerário que reproduz exclusões. O lançamento ocorre no mês em que é celebrado o Dia Internacional de Luta Contra a Homofobia, a Transfobia e a Bifobia, em 17 de maio.

Cada episódio acompanha a rotina de travestis e transexuais em presídios do Rio Grande do Sul para discutir aspectos da vida dessas mulheres. Em comum, elas possuem uma identidade de gênero diferente do sexo atribuído no nascimento e passaram por traumas causados por violências e abusos diversos.

A produção apresenta depoimentos de mulheres que relatam experiências nas ruas e dentro das prisões. As detentas denunciam episódios de transfobia e opressão. O sistema prisional, por vezes, as isola ou as coloca em celas com autores de crimes sexuais.

Com direção de Tatiana Sager e roteiro de Renato Dornelles, “Violadas e Segregadas” foi realizado pela Falange Produções e tem distribuição da Panda Filmes.

O episódio de estreia da série acompanha Dara Dandara, que cumpre a condenação de 16 anos de reclusão por um homicídio cometido em 2016. No presídio de Carazinho, no Rio Grande do Sul, ela foi estuprada por presos. Transferida para o Presídio Central, em Porto Alegre, passou por violência semelhante, desta vez, por policiais militares. Dara Dandara recebe apoio de seu fiel companheiro, que viaja quase 600 km para visitá-la.

No segundo programa, o seriado destaca Fabiula. No período em que esteve presa, conheceu Rodrigo, com quem se casou. Ao deixar a prisão, ela passou a ser visitante do companheiro, que seguiu encarcerado. Rodrigo morreu dois meses depois. Fabiula sonha com a cirurgia de mudança de sexo, enquanto sofre com as consequências do vício no crack.

O terceiro conteúdo acompanha Raffaela, que mantém um padrão de vida mais elevado na comparação com outras trans e travestis que já passaram pelo sistema prisional. De família estruturada, ela enfrentou, nas ruas, o preconceito quando descobriu sua identidade de gênero.

Robby é a personagem do quarto episódio do seriado. Ela mora em uma casa humilde, na periferia de Porto Alegre. O último programa mostra Karol, que está em situação de rua e sofre com os traumas do abuso infantil na escola.

O seriado “Violadas e Segregadas” será exibido pela TV Brasil às quintas, às 23h. A produção documental é um dos conteúdos audiovisuais selecionados pela linha de fomento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), através do Prodav TVs Públicas, do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.