Festival de Gramado inaugura nova edição nessa sexta-feira com “O Último Azul” e estende o tapete vermelho para cinco mostras competitivas

Foto: “O Último Azul”, de Gabriel Mascaro © Guillermo Garza

Por Maria do Rosário Caetano

Ano passado, em edição de emergência, devido a enchentes catastróficas, o Festival de Gramado se fez acompanhar de ideais como “solidariedade e reconstrução”. E revelou um filme – “Oeste Outra Vez” – vindo dos empoeirados sertões goianos. A repercussão do western crepuscular de Erico Rassi foi imensa, pelo menos junto à crítica e aos festivais. O filme foi parar até na cabeçuda Mostra de Tiradentes, avessa a filmes que costumam encher de glamour o tapete vermelho do festival gaúcho.

Haverá algum título capaz de repercutir, este ano, como o longa do cerrado, um híbrido de espetáculo e contenção, com atores famosos e revelações tardias (caso do cearense Rodger Rogério)?

Como todos os longas selecionados para a disputa dos Troféus Kikito são inéditos, torna-se arriscada qualquer previsão. A festa gaúcha começa nessa sexta-feira, 15 de agosto, com sessão especial de “O Último Azul”, do pernambucano Gabriel Mascaro. À frente do elenco, Denise Weinberg e Rodrigo Santoro. A entrega dos prêmios acontecerá dia 23, com transmissão ao vivo pelo Canal Brasil.

A competição brasileira reunirá “Papagaios”, de Douglas Soares, “Querido Mundo”, de Miguel Falabella (ambos do Rio de Janeiro), dois filmes femininos – “A Natureza das Coisas Invisíveis”, da brasiliense Rafaela Camelo, e “Nó”, da paranense Laís Melo, “Cinco Tipos de Medo”, do matogrossense Bruno Bini, e “Sonhar com Leões”, de Paolo Marinou-Blanco, de São Paulo.

“Papagaios”, longa de estreia de Douglas Soares, teve, em seu nascedouro, o ator Humberto Carrão, como parceiro de roteiro. Novos projetos do astro de tantas novelas (e de “Marighella”) — ele prepara sua estreia na direção com cinebiografia da cantora Aracy de Almeida — acabou por afastá-lo desta ficção.

O filme de Douglas Soares, autor do roteiro, tem os “papagaios de pirata” como razão de ser. Seu elenco é encabeçado por Gero Camilo e Ruan Aguiar, intérpretes de personagens ficcionais que convivem com assinaturas reais (Leo Jaime, Baby Xavier, Claudete Troiano e Eduardo Grillo).

Os protagonistas Tunico e Beto são inspirados nos ‘papagaios’, que fazem suas performances em praças e ruas das metrópoles brasileiras de olho em uma câmara de TV. Douglas pretende, com “Papagaios”, construir “sátira social sobre os limites éticos da fama”. E o faz somando “suspense, marcado por mistérios, e temperado com pitadas de comédia”.

Miguel Falabella, que já competiu em Gramado com o ambicioso “Veneza” (2018), volta agora com “Querido Mundo”. Trata-se de comédia dramática, que investiga “encontro improvável ocorrido às vésperas do Ano Novo”. A queda de uma ponte em noite de tempestade une os mundos de Elsa (Malu Galli) e Oswaldo (Eduardo Moscovis). Ela, casada com Gilberto (Marcelo Novaes), homem inescrupuloso, sofre angústias íntimas, vivendo sem sonhos ou expectativas.

O vizinho de Elza, o engenheiro Oswaldo, enfrenta problemas em seu relacionamento com Odília (Danielle Winits). Enfrenta, também, problemas profissionais. Os dois insatisfeitos, Elza e Oswaldo, acabam por se encontrar nos escombros de prédio abandonado por seus construtores. Terão, então, oportunidade de unirem seus mundos e viverem experiências novas. O filme baseia-se em peça teatral escrita pelo próprio Falabella, em parceria com Maria Carmen Barbosa.

“Querido Mundo”, de Miguel Falabella

“A Natureza das Coisas Invisíveis”, de Rafaela Camelo, foi rodado em Brasília, e participou do segmento ‘Generation’, no Festival de Berlim. E, também, dos festivais de Guadalajara, no México, Cartagena, na Colômbia, e Seattle, nos EUA. A trama acompanha a história de Glória, uma menina de 10 anos, que passa as férias no hospital onde sua mãe, enfermeira, trabalha. Lá ela conhece Sofia, que está convencida de que a piora na saúde da bisavó é causada pela internação no hospital. Unidas pelo desejo de sair dali, as crianças encontram conforto na companhia uma da outra. No elenco, estão Laura Brandão, Serena, Larissa Mauro, Camila Márdila e Aline Marta Maia.

“Cinco Tipos de Medo” leva o matogrossense Bruno Bini à competição de Gramado pela primeira vez. Em sua nova ficção, o realizador mostra cinco vidas aparentemente desconectadas colidindo num caminho sem volta. Murilo, jovem músico que vive um luto, se envolve com Marlene, enfermeira que vive relacionamento abusivo com um traficante. Suas histórias se cruzam com as de Luciana, policial movida por vingança, e de Ivan, advogado com intenções ocultas. O elenco reúne Rui Ricardo Diaz, Bárbara Colen, João Vitor Silva, Bella Campos e Xamã. O filme, produzido pela Plano B Filmes, terá distribuição da Downtown, empresa de Bruno Wainer.

“Nó”, da paranaense Laís Melo, traz a grife da produtora Grafo, de Antônio Gonçalves Jr, o criador e diretor do festival Olhar de Cinema. A trama gira em torno da operária Glória, que atravessa divórcio conturbado e é obrigada a mudar-se com três filhas para um prédio no centro de Curitiba. Como suas condições financeiras são difíceis e ela se vê ameaçada pelo ex-marido (ele exige a guarda integral das filhas), o jeito é conseguir salário melhor. Por isso, ela se verá obrigada a disputar vaga de supervisora com sua melhor amiga e com outros colegas na fábrica onde trabalha. À frente do elenco, Saravy, Sali Cimi, Antonia Saravy, Clarice Carvalho e Fernanda Silva.

“Sonhar com Leões” representa São Paulo na competição gramadiana. Dirigida por Paolo Marinou-Blanco, o filme se propõe como “tragicomédia surreal que explora a temática da eutanásia”. Gilda (Denise Fraga), imigrante brasileira radicada em Lisboa, tem apenas um ano de vida pela frente após o diagnóstico de doença terminal. Seu único desejo é morrer enquanto tem sua dignidade e ainda é ela mesma. No elenco, estão, também, João Nunes Monteiro, Joana Ribeiro e Sandra Faleiro. A distribuição é da Pandora.

Além da mostra de longas brasileiros, Gramado conta com mais duas competições no formato. Uma de documentários, com quatro títulos. Um deles – “Lendo o Mundo” – já chega cercado de curiosidade e emoção, pois registra (pelo olhar de uma cineasta norte-americana, Catherine Murphy, e de uma brasileira, Iris de Oliveira) a seminal experiência de Paulo Freire (1921-1997), na minúscula Angico potiguar. Lá, antes do golpe militar de 1964, ele testou seu revolucionário método de alfabetização.

Os outros longas documentais que disputarão o Kikito são “Para Vigo me Voy”, de Lírio Ferreira e Karen Harley, sobre vida e obra de Carlos Diegues (1940-2025), “Avós”, de Ana Lígia Pimentel, sobre mulheres de 30 e poucos anos que ganham seus primeiros netos, e “Até Aonde a Vista Alcança”, de Alice Vilella e Hidalgo Romero, registro das lutas de guerreiro Kariri-Xocó por terras imemoriais de seu povo.

A terceira mostra de longas é dedicada à produção gaúcha (ficções e documentários). Os melhores filmes do estado farão jus ao Troféu Kikito. A Sedac-Iecine (Secretaria de Estado da Cultura-Instituto Estadual de Cinema) promove a competição, em parceria com o comando do Festival de Gramado.

Ano passado, o Gauchão de longas mostrou ótima programação, e premiou “A Transformação de Canuto”, de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto Carvalho. Premiou, também, “Memórias de um Esclerosado”, de Rafael Corrêa e Thais Fernandes, que vinha de triunfo no Cine PE, em Recife.

Da edição desse ano, dois filmes são conhecidos, pois foram exibidos em grandes festivais. O primeiro deles é “Rua do Pescador Nº 6”, de Bárbara Paz, atriz de origem gaúcha, que regressou a seu estado natal para registrar os problemas trazidos pelas enchentes. O fez, junto com o fotógrafo Bruno Spolidoro, em delicado preto-e-branco, colhendo memórias de vidas marcadas pela violência das águas. Após a ‘baixa’, a equipe do longa saiu em busca de histórias e memórias dos moradores da Rua dos Pescadores, comunidade ribeirinha que foi profundamente afetada. O filme participou da competição oficial do Festival É Tudo Verdade.

“Rua do Pescador Nº 6”, de Bárbara Paz

“Bicho Monstro”, exibido na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e também fotografado por Bruno Polidoro, mostra vilarejo rural onde a pequena Ana se impressiona com peça sobre o misterioso Thiltapes, animal extinto e, por isso, lendário. Ao mesmo tempo, o filme volta duzentos anos no tempo, para mostrar um botânico alemão, que ouve história sobre esse mesmo animal. Enquanto lidam com dilemas distintos, ambos perseguem a mesma criatura. Parece que o filme, por sua sinopse, dialoga com “O Espírito da Colmeia”, de Victor Erice, não?

E que o diretor Germano Oliveira dialoga com o cinema de horror, vertente que vem motivando a imaginação de nosso tempo.

No elenco de “Bicho Monstro” estão Kamilly Wagner, Décio Worst, Aracy Esteves, Daniel Tonin Lorenzon, Pascal Berten, Geraldo Souza e Alex Pantera. O longa é fruto de parceria entre a Vulcana e a Casa de Cinema de Porto Alegre.

Os outros três longas gaúchos são “Passaporte Memória”, de Decio Antunes, “Quando a Gente Menina Cresce”, de Neli Mombelli, e “Uma em Mil”, de Jonatas e Tiago Rubert.

“Passaporte Memória” acompanha um emigrante brasileiro que vive em Paris. Após a morte da mãe, ele retorna à sua cidade natal e se defronta com lembranças da infância durante a ditadura militar no Brasil, repensando sua própria história. O filme, uma ficção, marca a estreia de Decio Antunes na direção em longas. Ele é diretor artístico da JogoDeCena Companhia Teatral e filmou em Pelotas, cidade de 336 mil habitantes, e mobilizou alunos e professores do Colégio Municipal Pelotense, além de contar com apoio da Pelotas Film Comission. No elenco, estão Stephane Brodt, Gabriel de Souza Ferreira, Raquel Karro, Lara e Thuerry Trémouroux.

“Quando a Gente Menina Cresce”, é um documentário dirigido pela montadora e produtora cultural Neli Mombelli, e representa a cidade de Santa Maria, de 261 mil habitantes. A realizadora registra um grupo de meninas que vive a transição da infância para a adolescência em escola pública na periferia do município. As garotas têm entre 9 e 12 anos e, ao longo do ano letivo, sentem mudanças no corpo, medos, desejos e vivem a expectativa da chegada da primeira menstruação.

“Uma em Mil”, dos irmãos Jonatas e Tiago Rubert, representa Canoas, município da Grande Porto Alegre, com 345 mil habitantes. O mais jovem dos realizadores é portador de Síndrome de Down, condição que o documentário explora a partir da ideia de que “uma em mil” são as chances de uma pessoa nascer downiana. Juntos, os dois diretores tentam entender por que um deles nunca trocou uma lâmpada na vida e acabam descobrindo o que “a invenção do rádio tem a ver com a invenção da escada”. Isso mesmo, pois” , garantem, “este não é um filme normal”.

Além das três mostras competitivas de longas-metragens, Gramado apresentará duas competições de curtas-metragens: uma brasileira, com 12 títulos, e uma gaúcha, com 18.

E a maratona serrana contará com atividades extras, entre elas, a exibição de duas séries: uma do pernambucano Marcelo Gomes (“Máquinas de Oxigênio Não Cairão Automaticamente”) e a outra, de Rogério Rodrigues (“Comer, Beber e Aprender”).

A série de Gomes destina-se a público adulto e é ambientada na década (de 1980) em que a Aids tornou-se uma epidemia. À frente do elenco estão Bruna Linzmeyer, Johnny Massaro, Ícaro Silva, Hermila Guedes e Eli Ferreira. Serão exibidos dois dos cinco episódios. O público brasileiro poderá assistir a “Máquinas de Oxigênio Não Cairão Automaticamente” na HBO Max, a partir do dia 31 de agosto.

“Comer, Beber e Aprender” é um híbrido de live action, animação e documentário, destinado ao público infantil. Dois episódios (de apenas 13 minutos) serão exibidos no Palácio dos Festivais (dia 15 de agosto, no começo da manhã, 8h30). A estreia, na grade de programação do Canal Futura, acontecerá no dia 22 de agosto.

No centro da narrativa de “Comer, Beber e Aprender” está Helena, a menina mais curiosa do mundo. Ela percorre o Vale do Capão, na Bahia, visitando famílias e aprendendo receitas deliciosas. Com a ajuda de Estrela e Gravatinha, ela montará um caderno de receitas e, através da comida, revelará a rica cultura de sua terra. Ao todo, a série é composta por 13 episódios.

Gramado vai movimentar seu tapete vermelho com atores que integram os elencos dos filmes e convidados especiais. Entre eles estão Denise Fraga, Malu Galli, Eduardo Moscovis, Adanilo, Denise Weinberg, Gero Camilo, Rui Ricardo Diaz, Bárbara Colen, Bella Campos, Xamã, Aracy Esteves, Camila Márdila, Ícaro Silva,  Johnny Massaro, Bruna Linzmeyer, Aracy Esteves, Danielle Winitz e Edson Celulari. E os curadores Camila Morgado e Caio Blat, que somam forças com o jornalista e crítico Marcos Santuário.

Será que se repetirá, esse ano, o rebuliço de 2024,? Algo parecido com frisson causado pela trupe de “Barba Ensopada de Sangue”, que além dos astros Gabriel Leone e Tainá Duarte, levou o cão de estimação do filme à passerelle rouge?

Haverá um pelotão artístico com a quantidade de estrelas de “O Clube das Mulheres de Negócios”? E choro coletivo no debate, como o deflagrado por testemunho da atriz Cristina Pereira?

E uma representação regional do tamanho da potiguar, que carregou até a bandeira do estado nordestino na passagem (pelo longo tapete vermelho) da equipe de “Filhos do Mangue”?

O festival vai festejar, como faz anualmente, os laureados com seus prêmios especiais, que este ano serão entregues a Marcélia Cartaxo (Troféu Oscarito), Rodrigo Santoro (Kikito de Cristal) e Mariza Leão (Troféu Eduardo Abelin).

Quem receberá Trofeu Cidade de Gramado? Ou, em nome da síntese das longas noites do Palácio dos Festivais, ele entrou em recesso?

Confira os selecionados:

LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS

– “A Natureza das Coisas Invisíveis”, de Rafaela Camelo (Brasília)
– “Nó”, de Laís Melo (Paraná)
– “Cinco Tipos de Medo”, de Bruno Bini (MT)
– “Papagaios”, de Douglas Soares (RJ)
– “Querido Mundo”, de Miguel Falabella (RJ)
– “Sonhar com Leões”, de Paolo Marinou-Blanco (SP)

LONGAS DOCUMENTAIS BRASILEIROS

– “Lendo o Mundo” (RN), de Catherine Murphy e Iris de Oliveira
– “Os Avós” (AM), de Ana Ligia Pimentel
– “Para Vigo Me Voy!” (RJ), de Lírio Ferreira e Karen Harley
– “Até Onde a Vista Alcança” (SP), de Alice Villela e Hidalgo Romero

LONGAS-METRAGENS GAÚCHOS

– “Passaporte Memória”, de Decio Antunes
– “Quando a Gente Menina Cresce”, de Neli Mombelli
– “Uma em Mil”, de Jonatas e Tiago Rubert.
– “Rua do Pescador Nº 6″, de Bárbara Paz
– “Bicho Monstro”, de Germano de Oliveira

CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS

– “Jeguatá Xirê” (RS), de Ana Moura e Marcelo Freire
– “Aconteceu a Luz da Lua” (RS), de Crystom Afronário
– “Jacaré” (BA), de Victor Quintanilha
– “Na Volta Eu Te Encontro” (BA), de Urânia Munzanzu
– “Cabeça de Boi” (SP), de Lucas Zacarias
– “FrutaFizz” (SP), de Kauan Okuma Bueno
– “Réquiem Para Moïse” (RJ), de Caio Barretto Briso e Susanna Lira
– “Samba Infinito” (RJ), de Leonardo Martinelli
– “Boiuna” (PA), de Adriana de Faria
– “O Mapa Em Que Estão Meus Pés” (AL), de Luciano Pedro Jr.
– “As Musas” (PE), de Rosa Fernan
– “Quando Eu For Grande” (PR), de Mano Cappu

CURTAS-METRAGENS GAUCHOS

– “Bom Dia, Maika!” (Santa Cruz do Sul), de Eddy Ramos
– “O Correspondente” (Santo Antônio da Patrulha), de Thali Bartikoski e Bruno Barcelos
– “E Depois de Fevereiro” (São Leopoldo), de Crystom Afronário
– “Enfim S.O.S.” (Porto Alegre), de Zaracla
– “Estudos Sobre a Vida em Rede” (Lajeado), de Tuane Eggers
– “Fuá – O Sonho” (Canela), de Viviane Jag Fej Farias e Amallia Brandolff
– “Gambá” (Teutônia), de Maciel Fischer
– “Imigrante/Habitante” (Porto Alegre), de Cassio Tolpolar
– “O Jogo” (Pelotas), de Alexandre Mattos Meireles e Chico Maximila
– “Mãe da Manhã” (Porto Alegre), de Clara Trevisan
– “Nhemongarai” (Porto Alegre), de Jorge Morinico e Hopi Chapman
– “Perro!” (São Leopoldo), de Aleksia Dias e João Pedro Fiuza
– “O Pintor” (Santa Cruz do Sul), de Victor Castilhos
– “Quando Começa a Chover o Coração Bate Mais Forte” (Porto Alegre), de Mirian Fichtner
– “Roxo Lilás Violeta” (Porto Alegre), de Theo Tajes
– “Safira, o Mar e a Vida” (Porto Alegre), de Luiz Fonseca
– “A Sinaleira Amarela” (Porto Alegre), de Guilherme Carravetta De Carli
– “Trapo” (Uruguaiana), de João Chimendes

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