Mostra celebra centenário de Mazzaropi
Em homenagem ao centenário de um dos maiores ícones do cinema nacional, Amácio Mazzaropi, a mostra especial “Mazzaropi – O Jeca Fez 100 Anos!”, que ficará em cartaz até o dia 20 (domingo), apresenta filmes do carismático ator, diretor, roteirista e produtor brasileiro, na Caixa Cultural Rio de Janeiro, a partir da próxima terça-feira (8). Paralelo à mostra, haverá também um debate, duas palestras e um curso de capacitação, sobre o homenageado, ministrado pela pesquisadora Silvia Oroz.
Durante 12 dias, a mostra exibirá a cinematografia marcada pelo riso caipira de um apaixonado pelo cinema. Ao todo, serão exibidos 26 filmes – cinco deles em 35mm – com títulos como: “Jeca Contra o Capeta”, “O Puritano da Rua Augusta” e “Jecão, um Fofoqueiro no Céu”, produzidos nos estúdios da Produções Amácio Mazzaropi (PAM) Filmes, em Taubaté (SP).
A obra de Mazzaropi é, atualmente, estudada e discutida por críticos e universidades. Nos 32 filmes que possui em seu currículo – 24 produzidos pela PAM Filmes –, ele deixou registrado o seu carisma e competência, falando “a língua do povo”. Com seu olhar especial para as questões que incomodavam a sociedade, por intermédio da comédia, Mazzaropi conseguiu abordar assuntos sérios de um jeito incomum.
Confira os filmes que fazem parte da mostra:
A Banda das Velhas Virgens, de Amácio Mazzaropi (1979, 100′, ficção, DVD, livre)
O Caboclo Gostoso (Mazzaropi) é o maestro de uma banda feminina formada unicamente por mulheres idosas e beatas. Orgulho da pequena cidade, a banda é mantida pelos donativos recolhidos pela igreja. Porém, Gostoso se mete em confusões após encontrar um pequeno saco com jóias.
As Aventuras de Pedro Malasartes, de Amácio Mazzaropi (1960, 90’, ficção, DVD, livre)
Pedro Malazartes (Mazzaropi), ao chegar em sua casa na fazenda, recebe a notícia de que seu pai havia falecido. Caipira humilde e inocente, Pedro é enganado pelos irmãos na partilha da herança. Um deles toma posse de todo o gado e dinheiro, enquanto que o outro fica com a fazenda. Sem nada do que reclamar, Pedro deixa a fazenda levando somente um ganso, um tacho velho e umas poucas roupas. Pelo caminho, acaba sendo acompanhado por uma porção de crianças abandonadas. Atrapalhado e de coração mole, começa a aplicar pequenos golpes para conseguir dinheiro.
Betão Ronca Ferro, de Geraldo Affonso Miranda (1970, 100’, ficção, DVD, livre)
O empregado de um cirquinho mambembe (Mazzaropi) tem seu emprego ameaçado depois que sua filha se casa e deixa o espetáculo.
Casinha Pequenina, de Glauco Mirko Laurelli (1963, 95′, ficção, DVD, livre)
Um rico fazendeiro, na época do Brasil Império, é chantageado por uma dama. Para se livrar dela, envolve os pobres colonos em trama diabólica.
Chofer de Praça, de Milton Amaral (1959, 97′, ficção, DVD, livre)
Zacarias (Mazzaropi) e a mulher vão à cidade para ajudar o filho que quer ser médico. Lá ele resolve trabalhar como chofer de táxi.
Jeca contra o Capeta, de Amácio Mazzaropi e Pio Zamuner (1975, 95’, ficção, DVD, livre)
Jeca tem de enfrentar uma rica fazendeira que faz de tudo para ter o seu amor.
Jeca e Seu Filho Preto, de Pio Zamuner e Berilo Faccio (1978, 104′, ficção, DVD, livre)
Tímido, desajeitado e simplório, Zé (Amácio Mazzaropi) é pai de Antenor (Everaldo Bispo), um rapaz misteriosamente negro que namora a filha de um rico fazendeiro.
Jeca Tatu, de Milton Amaral (1960, 95′, ficção, DVD, livre)
Jeca Tatu é um caipira preguiçoso e simplório que tem sua propriedade ameaçada pela ganância de um latifundiário.
Jecão… um Fofoqueiro No Céu, de Amácio Mazzaropi e Pio Zamuner (1977, 105’, ficção, DVD, livre)
Jecão (Mazzaropi) e seu filho Martinho (Paulo Greven) vão a São Paulo receber o dinheiro que ganharam na loteria esportiva e quando regressam à cidadezinha onde moram são festivamente recebidos. A fortuna desperta a cobiça de um fazendeiro da região, Chico Fazenda (Dante Ruy), que com seus capangas assalta Jecão e acaba por matá-lo. Por suas boas ações, Jecão vai para o céu, mas por duas vezes ludibria seu anjo protetor e volta à Terra para ajudar a prender seu assassino.
Mazzaropi, de Celso Sabadin (2013, 105’, documentário, DVD, livre)
A vida e a obra de Amácio Mazzaropi. Tido como o maior cômico do cinema brasileiro, ele foi o único artista que conseguiu ficar milionário fazendo cinema no Brasil e transformou em realidade o sonho da indústria cinematográfica nacional com produções que foram fenômeno de público por mais de três décadas.
Meu Japão Brasileiro, de Glauko Mirko Laurelli (1965, 102′, ficção, DVD, livre)
Numa comunidade japonesa no Brasil, Fofuca (Mazzaropi), um modesto agricultor, enfrenta um poderoso intermediário que insiste em explorá-lo comercialmente.
No Paraíso das Solteironas, de Amácio Mazzaropi (1969, 95′, ficção, DVD, livre)
Um caboclo do interior resolve tentar a vida na cidade. No hotel onde se hospeda, é alvo de olhares indiscretos de algumas solteironas. Envolve-se em uma intriga com a dona do hotel, é colocado às voltas com uma quadrilha e um grupo de ciganos, mas tudo termina bem para ele.
O Corintiano, de Milton Amaral (1967, 98’, ficção, 35mm, livre)
Manuel (Mazzaropi) é um torcedor fanático do Corinthians. Barbeiro por profissão e obcecado pelo Timão, ele vive tendo problemas com os vizinhos e a família por conta de sua paixão descontrolada pela equipe.
O Grande Xerife, de Pio Zamuner (1972, 95′, ficção, DVD, livre)
O carteiro de uma cidadezinha do Oeste se envolve com uma quadrilha durante um assalto. O grupo mata o delegado e, por troça, nomeia o carteiro xerife. Mas este faz tantas trapalhadas que acaba desmascarando o chefe do bando e prendendo todos os malfeitores
O Jeca e a Égua Milagrosa, de Pio Zamuner (1980, 102′, ficção, DVD, livre)
Na caça aos votos, dois fazendeiros fazem de tudo para se elegerem prefeito numa cidade do interior. Os coronéis, Libório e Afonso, possuem terreiros de umbanda e candomblé e utilizam os espaços para influenciar os moradores, arrebanhando fiéis para seus cultos e votos nas próximas eleições. Libório tem como atração de seu terreiro uma égua, a quem os fiéis atribuem poderes de cura. Os milagres feitos pela égua correm pela cidade e contribuem para indispor Afonso e Libório.
O Jeca e a Freira, de Amácio Mazzaropi (1968, 102′, ficção, DVD, livre)
Numa fazenda do interior do Brasil no século XIX, um senhor de terras se responsabiliza pela educação da filha de um dos seus colonos, a ela se afeiçoando como se fosse sua própria filha. Anos mais tarde, quando a jovem regressa do colégio em companhia de uma freira, o despótico fazendeiro tudo faz para que ela não reconheça seus verdadeiros pais. Culta, educada e bonita, a moça atrai naturalmente a atenção dos rapazes da vizinhança, provocando a fúria do senhor. A freira é obrigada a intervir nos acontecimentos, tentando solucionar o problema criado entre as famílias do lugar.
O Jeca Macumbeiro, de Amácio Mazzaropi e Pio Zamuner (1975, 87’, ficção, DVD, livre)
Pirola (Mazzaropi) é um pobre caboclo que vive na fazenda do patrão, coronel Januário (Jofre Soares), morando num casebre com o filho Zé (José Mauro Ferreira). Um dia Pirola recebe surpreso a visita de um velhinho amigo, que, sentindo-se na hora da morte, leva-lhe de presente um saco cheio de dinheiro. Ingênuo e transtornado, Pirola não sabe o que fazer e acaba confiando a fortuna ao patrão. Januário, que secretamente está às portas da falência, finge ser um pai de santo para tentar se apropriar do dinheiro do pobre Pirola.
O Lamparina, de Glauko Mirko Laurelli (1964, 104’, ficção, 35mm, livre)
Bernardino Jabá (Mazzaropi), sua esposa, Marcolina (Geny Prado), e os filhos do casal são confundidos com cangaceiros do bando de Zé do Candieiro. Bernardino ajuda a polícia a identificar os verdadeiros bandidos, mas acaba se perdendo da família. Um ano se passa e ele, considerado morto por todos, acaba retornando para casa, onde é confundido com uma alma penada.
O Puritano da Rua Augusta, de Amácio Mazzaropi (1965, 102’, ficção, 35mm, livre)
Rico Industrial, puritano e rígido, apegado às convenções e aos escrúpulos, entra em choque com os próprios filhos, visto que estes contrariam suas idéias antiquadas, levando uma vida à folgaça, entre jogos, danças e passeios. Sua esposa também passa os dias entre reuniões fúteis e chás beneficentes, descuidando da casa. Essa situação leva o puritano a um trauma psíquico e um ataque, depois do qual o velho passa a agir estranhamente.
O Vendedor de Linguiças, de Glauko Mirko Laurelli (1962, 95′, ficção, DVD, livre)
História de um vendedor de linguiças (Mazzaropi), um homem simples às voltas com problemas de ordem familiar, adaptação ao meio e outros “bichos”. Flora (Ilena de Castro) é empregada e rouba roupas de sua patroa para aparentar rica e conquistar um namorado da elite social. No entanto, ela e sua família são presos e vão parar na delegacia. O rapaz rico, Pierre (Amilton Fernandes), trama um passeio para Santos (SP) no intuito de encontrá-la, e sua mãe tenta impedir o casamento, mas acaba aceitando. Por causa das diferenças de classe cada vez mais postas em evidência, a união é rompida. Todavia, arrependido, o jovem rico novamente desfaz a confusão e a harmonia volta a imperar.
Portugal Minha Saudade, de Amácio Mazzaropi (1974, 100’, ficção, DVD, livre)
Sabino, português de nascimento, radicado no Brasil desde criança, tem um irmão gêmeo residente em Lisboa que escreve convidando-o a ir a Portugal. Sabino, muito pobre, vive na casa de um filho casado, de favor, mas esconde essa situação do irmão e vai levando sua vidinha em companhia da mulher, vendendo frutas em um carrinho nas ruas de São Paulo. Seu jeito simples e suas maneiras de homem sem instrução irritam Dona Pacheca, sogra de seu filho, que também mora na casa. Os dois têm constantes atritos, o que, com o tempo, cria uma situação insustentável. O filho, aconselhado pela mulher e pela sogra, interna seu pai em um asilo. Agostinho, o irmão de Sabino, chega inesperadamente e não se conformando com o internamento leva-o para Lisboa.Mas a saudade de tudo o que tinha aqui, inclusive de sua netinha, faz com que Sabino retorne ao lar.
Tristeza do Jeca, de Amácio Mazzaropi (1961, 95’, ficção, DVD, livre)
Dois coronéis disputam apoio político do Jeca, que tem uma bela e ingênua filha querendo casar. Jeca faz com que pensem que ambos os políticos têm seu apoio.
Um Caipira em Bariloche, de Amácio Mazzaropi e Pio Zamuner (1973, 100′, ficção, DVD, livre)
Polidoro (Mazzaropi), um fazendeiro ingênuo e dono de muitas terras, é persuadido por seu genro e pela filha para vender a fazenda e mudar-se para a cidade. Acaba vendendo-a para um amigo do genro, Agenor, pessoa sem escrúpulos e vigarista, cuja esposa também é vítima de suas negociatas. Por meio de um ardil, Polidoro é levado a viajar para Bariloche em companhia de Nora, enquanto sua fazenda é vendida a terceiros por intermédio de um negócio ilícito. Avisado a tempo, Polidoro regressa para desmascarar o genro.
Uma Pistola para Djeca, de Ary Fernandes (1969, 90′, ficção, DVD, livre)
Gumercindo trabalha em uma fazenda e tem uma filha chamada Eulália. Esta é seduzida pelo filho do fazendeiro coronel Arnaldo, Luiz, que a engravida. Nove anos depois, a criança com o nome de Paulinho é alvo de fofocas dos colegas por não ter pai. Gumercindo pressiona seu patrão, coronel Arnaldo, para que exija o casamento de Luiz com Eulália, afim de resolver o problema do neto. Mas o fazendeiro é um homem sem escrúpulos, ladrão de gado e expulsa Gumercindo de suas terras. Este, então, une-se a fazendeiros vizinhos para o ajuste de contas.
Luiz, prestes a se casar com a filha do coronel Bezerra, é assassinado, recaindo as suspeitas sobre Eulália.
Zé Do Periquito, de Amácio Mazzaropi e Ismar Porto (1960, 100’, ficção, 35mm, livre)
Pobre jardineiro de colégio secundáro grã-fino se apaixona por uma das estudantes. Esse romance impossível será o responsável pelas mais variadas encrencas e situações engraçadas.
Tapete Vermelho, de Luiz Alberto Pereira (2006, 102’, ficção, 35mm, livre)
Quinzinho (Matheus Nachtergaele) mora em uma roça bem distante de qualquer cidade grande. Decidido a cumprir uma promessa, ele decide levar seu filho Neco (Vinícius Miranda), de 9 anos, para assistir a um filme estrelado por Mazzaropi em uma sala de cinema, assim como fez seu pai quando era garoto. Desejando cumprir a promessa a qualquer custo, Quinzinho, sua esposa Zulmira (Gorete Milagres), Neco e o burro Policarpo viajam pelas cidades em busca de um cinema que possa exibir o filme.
A programação completa da mostra está disponível no site www.caixa.gov.br/caixacultural.
Mostra Mazzaropi, o Jeca fez 100 anos!
Data: de 8 a 20 de outubro de 2013 (terça-feira a domingo)
Local: Caixa Cultural Rio de Janeiro – Cinemas 1 e 2 – Av. Almirante Barroso, 25 – Centro (Metrô: Estação Carioca) – Telefone: (21) 3980-3815
Ingressos: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia) – além dos casos previstos em lei, clientes Caixa pagam meia
Bilheteria: de terça-feira a domingo, das 10h às 20h
Lotação: Cinema 1 – 78 lugares (mais 3 para cadeirantes), Cinema 2 – 80 lugares (mais 3 para cadeirantes)
Acesso para pessoas com deficiência