Festival negro de cinema Nicho Novembro chega à 6ª edição
São Paulo recebe, entre 9 e 16 de novembro, a sexta edição do festival negro de cinema Nicho Novembro. Realizado pelo Nicho 54, instituto que apoia a carreira de pessoas negras em posições de liderança criativa, intelectual e econômica na indústria cinematográfica, o evento acontece mais uma vez em dois tradicionais espaços culturais da capital paulista — o CCSP (Centro Cultural São Paulo), na Rua Vergueiro, e o Instituto Moreira Salles, na avenida Paulista.
A programação tem início com a cerimônia de abertura, que acontecerá no jardim suspenso do CCSP, seguida de exibição ao ar livre do filme “Ernest Cole: Achados e Perdidos” (foto), do cineasta haitiano Raoul Peck. Vencedor na categoria de melhor documentário no Festival de Cannes, em 2024, a obra conta a história do fotógrafo sul-africano Ernest Cole, o primeiro a expor a uma ampla audiência global os horrores da política de apartheid, trabalho que o levou ao exílio pelo resto de sua vida nos Estados Unidos e na Europa.
Além da mostra de filmes, que terá a presença dos seus realizadores, a programação conta com um ambiente de mercado, com painéis com convidados nacionais e internacionais, rodadas de negócios e pitching show. O evento se encerra com apresentação da cantora e compositora baiana Xenia França, na sala Adoniran Barbosa.
Pela primeira vez, Fernanda Lomba, diretora executiva do NICHO 54, assume a direção artística do evento com o desafio de conectar as duas áreas da programação: Mostra e Mercado.
O festival terá 7 dias de atividades gratuitas com Mostra de filmes, com exibição às 19h, seguida de bate-papo com realizadores, equipe curatorial e convidados. As reprises acontecem no dia seguinte, às 17h, sempre na Sala Circuito Spcine Lima Barreto do CCSP.
Também pela primeira vez, foi montada uma equipe curatorial composta por Milena Manfredini, Lucas Honorato e João Rêgo.
Com foco na diversidade da produção nacional, a Mostra conta com curtas e longas contemporâneos e antigos, de ficção e documentários, de realizadores de diversas partes do Brasil. Um destaque é a homenagem a Rogério de Moura, cineasta falecido este ano, com a exibição do seu filme “Bom dia, Eternidade”, de 2006. A Mostra também dará a oportunidade dos espectadores assistirem a filmes que manipulam acervos como “Othelo, o Grande” e “Um É Pouco, Dois É Bom” nas telonas.
A retirada do ingresso gratuito deve ser feita na bilheteria de cinema no CCSP com 1h de antecedência da sessão.
Já no Instituto Moreira Salles, a programação acontece entre 13 a 16 de novembro, com um foco de mercado, conectando fazedores de cinema e oportunidades de mercado.
Durante os dois primeiros dias acontecem atividades fechadas como oficinas, rodadas de negócios e pitching show, voltadas para produtores, roteiristas e diretores. As inscrições já estão encerradas e selecionaram previamente projetos de documentário e ficção com oportunidades exclusivas e premiação internacional.
Já os dias 15 e 16 serão dedicados a painéis abertos ao público e gratuitos, com foco em conversas relevantes para realizadores negros em cinema. O destaque do dia 15 é o painel com a francesa Laurence Lascary, produtora, entre outros títulos, do novo filme de Raoul Peck, “Ernest Cole: Lost and Found”. O painel terá tradução para português.
Já no dia 16, os destaques ficam por conta dos encontros com Grace Passô e Julia Alves, compartilhando o work in progress do primeiro longa-metragem dirigido por Grace, “Amores”, e Lucas H. Rossi compartilhando o processo do filme “Othelo, o Grande”, programado na Mostra deste ano.
As senhas serão distribuídas a partir das 13h no hall de entrada do 3° andar.
Fechando a programação geral da sexta edição do festival, haverá no dia 16 apresentação de Xenia França para um show de celebração do festival e de novembro negro na Sala Adoniran Barbosa, do CCSP. Os ingressos são gratuitos estarão disponíveis na Bilheteria (online e física). A atividade é realizada em parceria com a área de música do CCSP.
A programação completa do festival pode ser conferida aqui.