Itaú Cultural Play apresenta mostra de filmes sobre moda

O Itaú Cultural realiza duas programações ligando os segmentos da moda e do audiovisual, em sinergia com a exposição Artistas do vestir: uma costura dos afetos, que abre no dia 27 de novembro. Uma delas é o Encontros IC Play, que acontece presencialmente no dia 26 (terça-feira), às 19h, com o título O figurino vestindo histórias. No dia seguinte, entra em cartaz na plataforma Itaú Cultural Play a mostra Uma costura dos afetos, com cinco produções nacionais sobre o tema, que ficam disponíveis no catálogo até 2025.

O Encontros IC Play, programação do Itaú Cultural voltada à difusão e ao debate sobre o audiovisual brasileiro, tem a participação das figurinistas Paula Iglecio e Chris Garrido em conversa aberta ao público. No encontro, elas falam sobre o figurino como uma ferramenta usada para construir a personalidade de personagens, fazendo o espectador acessar aspectos da sua subjetividade.

Paula Iglecio atua no setor audiovisual e já trabalhou com diretores como Fernando Meirelles, Juliana Rojas, Anna Muylaert, Viviane Ferreira, Maria Farkas e Carlos Alberto Riccelli. Chris Garrido, por sua vez, é figurinista e mestre em moda, e atua desde 1994 em diferentes segmentos dentro do audiovisual, com figurinos feitos para longas-metragens como “Tatuagem” (2013) e “O Melhor Amigo” (2024), o curta “O Sertão Vai Vir ao Mar” (2024), e de séries de TV a exemplo de “Lama dos Dias 2” (2024).

A mediação do bate-papo é de Cris Rose, figurinista e mestre em moda, com experiência de mais de 20 anos em criação e desenvolvimento de figurinos para TV, cinema e teatro.

Na plataforma Itaú Cultural Play (www.itauculturalplay.com.br), a moda ganha luz com a mostra Uma costura dos afetos, que reúne uma seleção de filmes sobre o tema, feita pelas curadoras Carol Barreto e Hanayrá Negreiros.

As produções jogam olhares diversos sobre o tema – do que é visto nas passarelas e o fazer manual dos “looks às histórias de vida contadas a partir do vestuário e o posicionamento político a partir da moda.

O documentário “A Costura do Invisível” (2005) leva às telas os bastidores do desfile de mesmo nome apresentado no São Paulo Fashion Week de 2004 pelo premiado estilista Jum Nakao, que assina a direção com Kiko Araujo. Inovadora e impactante, a performance virou um marco na história da moda brasileira e mundial, chegando a ser considerada pelo Museu de Moda de Paris como um dos maiores desfiles do século.

“O Ponto Firme”, de Laura Artigas (2022) vai além das passarelas e mostra o fazer da moda a partir do Projeto Ponto Firme. Criado em 2015 pelo estilista recifense Gustavo Silvestre, consiste em dar aulas de crochê a homens condenados pela justiça e internos da unidade prisional Adriano Marrey, em Guarulhos, na Grande São Paulo, fazendo-os se desprender dos clichês e se aprofundar em um aprendizado criativo. O filme ganhou menção honrosa no Berlin Indie Film Festival, na Alemanha, e foi exibido na Argentina, Suécia, Estados Unidos e México.

Ainda sobre os bastidores, a mostra traz “Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar” (foto), de 2019, e premiado no 24º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários do mesmo ano. Dirigido por Marcelo Gomes, trata da expectativa pelo período do Carnaval, único momento de pausa dos trabalhadores da indústria têxtil da cidade de Toritama, no semiárido pernambucano. A localidade é considerada “a capital do jeans”. Nela, são produzidas mais de 20 milhões de peças por ano, em um regime interminável de horas trabalhadas.

O documentário carioca “Favela é Moda” (2019), dirigido por Emílio Domingos, narra a história do ex-porteiro Julio César, morador da favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, que criou a agência de modelos Jacaré Moda. Com a proposta de quebrar as barreiras impostas pelo mercado e pelo racismo, ele começou a dar aulas para jovens negros interessados em seguir esse caminho, combinando estilo, valorização da identidade negra, conscientização estética e política e fortalecimento da autoestima.

Por fim, “Ôrí”, filme de Raquel Gerber (1989), apresenta um panorama histórico, cultural e político dos movimentos negros no Brasil, entre as décadas de 1970 e 1980. O ponto de partida é o olhar e a trajetória da intelectual, historiadora, poeta e militante Beatriz Nascimento (1942-1995), ativista na luta pelos direitos de negros e mulheres, cuja voz e reflexões costuram essa obra levando o espectador para um movimento de reflexão e transformação.

 

Encontros IC Play – O figurino vestindo histórias
Data:
26 de novembro (terça-feira), às 19h
Local: Avenida Paulista, 149 – Sala Vermelha (Piso 3), 60 lugares
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: Livre
Entrada gratuita: na plataforma INTI – acesso pelo site do Itaú Cultural www.itaucultural.org.br

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