Curta-metragem brasileiro “Amei te Ver” inaugura a 22ª edição do Festival Oberá en Cortos

“Amei te Ver” (foto), curta dirigido por Ricardo García, vencedor do Concurso Entre Fronteiras da edição 2023 do Oberá en Cortos, na Argentina, foi a abertura oficial da vigésima segunda edição do festival. O filme, uma história de amor entre um menino com deficiência auditiva e uma menina cega, foi escolhido para abrir o evento por sua temática inclusiva, em sintonia com a orientação do OEC deste ano, que tem o ateliê de comunicação audiovisual para pessoas surdas como um dos vários exemplos. A cerimônia de abertura foi traduzida para a Língua de Sinais por uma intérprete.

A presença brasileira no OEC 2025 não se limitou à abertura. “Baile da Curva”, de Bruno Autran, compete na Mostra Internacional de Curtas-Metragens. Híbrido entre ficção e documentário, o filme mostra adolescentes de uma escola secundária montando uma peça teatral sobre a ditadura. A pesquisa sobre o tema os faz reviver a história de jovens que morreram por motivos políticos. Será a primeira vez que o curta será exibido na Argentina. Autran também é coprodutor de “Vinchuca”, coprodução argentino-brasileira que concorre na Mostra Internacional de Longas-Metragens. “Vinchuca” acompanha a história de Nelson, um adolescente que abandona a escola para se dedicar ao contrabando de celulares, e acaba sendo preso pela polícia e forçado a trabalhar como informante.

Também competem na Mostra Internacional de Curtas “Bijupirá”, de Eduardo Boccaletti, protagonizado por um menino que vive com um pescador, e “Morto Não”, curta de animação de Alex Reis. Outro curta animado, “La na Frente”, de Márcio Andrade, representará o Brasil no programa Primeira e Segunda Infância, enquanto na Mostra Juvenil será exibido “Descamar”, do realizador Nicolau de Oliveira Aráujo.

O documentário “Cine Globo: uma Vida de Cinema”, dirigido por Christian Gafas e Carlos Roberto Grün, também representa o Brasil na Mostra Internacional de Longas-Metragens. O filme documenta a história e o presente do Cine Teatro Globo, no município de Três Passos — um raro cinema de rua que ainda está em funcionamento —, localizado no noroeste do Rio Grande do Sul, e sua relação com a comunidade local.

“Cascarón Azul”, curta sobre um casal de agricultores em processo de luto, dirigido por Sarahi Vivas e Alejandra Ramírez, participa da categoria Universitários Entre Fronteiras.

Na categoria Curtas Entre Fronteiras, será exibido o filme “El Semáforo Amarillo”, de Guilherma Carravetta de Carli, sobre a comoção gerada em uma família do interior após a queda de um semáforo em Camacuã. Na mesma categoria, poderá ser visto “Manoel e Betinha”, curta dirigido por Marta Haas, sobre a militância na clandestinidade durante a ditadura.

A diretora, produtora e roteirista Gladys Dreyer representará o Brasil no júri, na categoria Longas Entre Fronteiras, e dará uma palestra em Ponto de Indústrias: Os desafios de uma região sem fronteiras, com propostas de colaboração mútua entre o Brasil e os países de língua espanhola em termos de alianças de coprodução.

A mesma seção incluirá o encontro Ferramentas de fomento de organismos da Argentina, Paraguai e Brasil, um espaço de debate entre instituições públicas do audiovisual, onde Sofia Ferreira, diretora do IECINE (Instituto Estadual de Cinema do Rio Grande do Sul), representará o Brasil.

Como parte do Panorama Internacional Não Competitivo, será apresentado “A Bolha”, curta de Caio Baú sobre a liga nacional de equipes LGBTIQ em São Paulo.

A mostra coletiva Festivais Entre Fronteiras apresenta obras programadas por diversas mostras e festivais de cinema da região. Nesta edição, o Brasil estará representado pelas mostras Santa Maria Vídeo e Cinema, Mostra de Cinema das Missões, Festival Três Margens, Festival Internacional da Fronteira e Festival de Três Passos, que exibirão, respectivamente, “Esporas”, de Marcos Oliveira; “Arame Farpado”, de Gustavo de Carvalho; “Experimento Margana”, de Natalia Vega; “Entre Aulas”, de Mariezele Garcia; e “Neuroses”, de Henrique Marinelli.

Esta edição do festival contará com várias subsedes em diferentes partes da região. O Brasil terá sua subsede do OEC 2025 em Foz do Iguaçu: o Cineclube Nuestra Sala.

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