Jovens Polacas

O cineasta carioca Alex Levy-Heller assina a direção de Jovens Polacas, longa de ficção que joga luz sobre uma história real, que até hoje é cercada de tabus: a das jovens mulheres, judias e pobres do Leste Europeu, que no início do século passado eram trazidas ao Brasil sob a promessa de uma vida melhor, mas, na verdade, eram exploradas em meretrício. O filme estreia nos cinemas de todo o Brasil no dia 27 de fevereiro, com produção da Afinal Filmes e distribuição da Pipa Produções.

Alex traça de forma lúdica um retrato da vida à qual eram submetidas, no Rio de Janeiro, estas estrangeiras, obrigadas a se prostituir para sobreviver. Na época, eram conhecidas como ‘Polacas’, apesar de terem vindo de diversos países da Europa.

Livremente adaptado do livro homônimo de Esther Largman, o filme ilustra as memórias quase apagadas de Mira (Jacqueline Laurence), filha de uma “Polaca” que passou parte da primeira infância num Lupanar, vendo sua mãe e as outras mulheres – a quem chamava de tias – sendo exploradas sexualmente pelos cafetões.

Jovens Polacas se passa em dois tempos. Nos dias atuais, o jornalista Ricardo (Emilio Orciollo Netto) está em busca de detalhes dessa história para sua tese de doutorado e, em conversas com Mira, ele, aos poucos, resgata o cotidiano de dificuldades destas mulheres, desde sua chegada até o fim de suas vidas. Renegadas pela própria comunidade judaica, foram obrigadas a construir sua própria sinagoga e seu próprio cemitério, conhecido como “Cemitério das Polacas”, localizado em Inhaúma, onde a produção foi autorizada a rodar trechos do filme. O local, que ficou por anos abandonado, foi tombado pela Prefeitura do Rio e, hoje, é mantido pela sociedade comunal israelita. No elenco, também estão Berta Loran, Flavio Migliaccio e Lorena Castenheira.

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