Mostra de Cinema de São Paulo deste ano prima pelo ineditismo dos filmes estrangeiros

Começa dia 21 de outubro (a 3 de novembro) a 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, exibindo cerca de 250 títulos dos mais variados países e cinematografias, em 22 salas, entre cinemas, museus e centros culturais espalhados pela capital paulista. A seleção é um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial está produzindo e quais as tendências, temáticas, narrativas e estéticas estão predominando ao redor do mundo, com destaque para “Fausto”, de Alexandre Sokurov, vencedor do Leão de Ouro do Festival de Veneza.

Já estão confirmados os filmes “O Amor Não Tem Fim” (Late Bloomers), de Julie Gavras; “Habemus Papam”, de Nanni Moretti; “O Futuro” (The Future), de Miranda July; “A Ilusão Cômica” (L’Illusion Comique), de Mathieu Amalric; “Low Life”, de Nicholas Klotz e Elisabeth Perceval; “Como Começar seu Próprio País” (How to Start Your Own Country), de Jody Shapiro; “As neves do Kilimanjaro” (The Snows of Kilimanjaro) , de Robert Guédiguian; “Era uma vez na Anatolia”, (Once Upon a Time In Anatolia), de Nuri Bilge Ceylan, que ganhou o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2011; “Os contos da Noite”, (Les Contes De La Nuit), de Michel Ocelot, “Caverna dos Sonhos Esquecidos”, (Cave Of Forgotten Dreams), documentário em 3D de Werner Herzog; “Sleepless Nights Stories”,  de Jonas Mekas; “Pater”, de Alain Cavalier; “Cisne”, da portuguesa Teresa Villaverde; “Mundo Misterioso”, de Rodrigo Moreno; e “Sorelle Mai”, do italiano Marco Bellocchio.

Destaques documentários e ficções nacionais

Entre os filmes brasileiros, a 35ª Mostra apresenta os documentários “Canções”, de Eduardo Coutinho; “Construção”, de Carolina Sá; “Vou Rifar meu Coração”, de Ana Rieper; “Marighella”, de lsa Grinspum Ferraz; e “Vai-Vai 80 Anos nas Ruas”, de Fernando Capuano, sobre a Guerrilha do Araguaia. Na ficção destacam-se “O céu sobre os Ombros”, de Sérgio Borges; “Olhe pra mim de novo”, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla; “O Palhaço”, de Selton Mello; “Teus Olhos Meus”, o primeiro longa de Caio Sóh. Na mostra Perspectivas Internacionais, destacam-se os filmes “Sudoeste”, de Eduardo Nunes; “O Homem que Não Dormia”, de Edgar Navarro, e “Soldados a Caminho do Puteiro – Memórias de uma Guerra Quase Imaginária”, do documentarista Hermes Leal (editor da Revista de CINEMA).

Retrospectivas com Elia Kazan, Paradjanov e Aleksei German

Em retrospectiva, estarão cerca de dez filmes de Elia Kazan, com a presença da viúva do cineasta, a escritora Frances Kazan. Nascido em 1909, em Constantinopla, atual Istambul, o diretor foi um notório nome do teatro da Broadway na década de 1940 e mais tarde desenvolveu também uma bem sucedida carreira no cinema, ambas como diretor. Trabalhou em diversos filmes com Marlon Brando, como “Uma Rua Chamada Pecado”, baseada no conto do Tennesse Williams e “Sindicato de Ladrões”. Kazan foi agraciado com dois Oscars de Melhor Diretor, em 1948 com “A Luz é para Todos”, e 1955 com “Sindicato de Ladrões”, e um Oscar Honorário, pelo conjunto da obra, em 1999.

Sergei Paradjanov (1924-1990) é um dos grandes nomes do cinema soviético tem retrospectiva de seus filmes e uma exposição no MIS. O diretor foi aclamado como um dos maiores cineastas soviéticos que surgiram após a época de ouro de Sergei Eisenstein e Alexander Dovzhenko e é considerado, hoje, um dos nomes mais criativos e originais da história do cinema mundial. Outro diretor russo, Aleksei German, também terá uma retrospectiva com seis filmes do cineasta. Seus filmes, censurados pelo regime stalinista, abrangem as décadas de 70 a 90 com narrativas históricas e antibélicas premiadas em vários festivais internacionais.

Júri, homenagens e exibições especiais

Neste ano, a Mostra apresenta uma grande seleção de clássicos do cinema em cópias restauradas, entre elas, “Taxi Driver”, de Martin Scorsese; “1900”, de Bernardo Bertolucci; e “Laranja Mecânica”, de Stanley Kubrick. A Mostra homenageia o centenário do nascimento de um dos maiores compositores italianos, Nino Rota, com a apresentação de “La Dolce Vita”, de Fellini e “O Leopoldo”, de Lucchino Visconti. E o canadense Atom Egoyan com o prêmio Humanidade. Egoyan é diretor de um dos episódios de “Mundo Invisível”, filme produzido pela Mostra que faz sua avant première no evento. Ao lado de Frédéric Boyer, Mahamat Saleh Haroun, Jorge Furtado e Elisabeth Perceval, Atom Egoyan integra o júri da 35ª Mostra.

Os filmes premiados são selecionados por um júri composto por profissionais distintos do cinema brasileiro, cujos nomes serão definidos pelo Itamaraty. Concorrem ao prêmio todos os filmes brasileiros exibidos dentro da programação do evento:

a) Melhor Curta-Metragem: R$ 15.000,00 (quinze mil reais)

b) Melhor Longa-Metragem de Documentário: R$ 30.000,00 (trinta mil reais)

c) Melhor Longa-Metragem de Ficção: R$ 45.000,00 (quarenta e cinco mil reais)

Clique aqui para ver a programação completa da Mostra listada por filmes.

Filmes brasileiros selecionados