Documentário “Leite e Ferro” de Cláudia Priscilla tem pré-estreia hoje

Premiado como melhor documentário e melhor direção de documentário, no Festival de Paulínia em 2010, o filme registra com delicadeza a maternidade na prisão e tem como cenário o Centro de Atendimento Hospitalar à Mulher Presa.

“Leite e Ferro” retrata o cotidiano do CAHMP, uma instituição em São Paulo que abrigava mulheres em fase de aleitamento após darem a luz. Mães e bebês ficam juntos atrás das grades, mesmo que por pouco tempo. Já que depois de quatro meses, a criança vai para outra pessoa da família, a uma instituição ou é adotada, às vezes até de maneira ilegal.

O documentário também discute a contradição das emoções. Por um lado a maternidade é vista como um momento de plenitude na vida das mulheres, por outro  a situação limite do encarceramento e da exclusão. Nesta narrativa uma personagem se destaca e conduz a história. Trata-se de Daluana, apelido que recebeu após se envolver e ter um filho com o “famoso” traficante Da Lua.

Traficante desde dos 10 anos, Daluana, hoje na casa dos 40 anos, cresceu na rua e passou por diversas instituições carcerárias.  Aos 14 anos teve sua primeira filha, e esta é a segunda vez  que está  no CAHMP para amamentação, a primeira foi em 2000.

Daluana e suas colegas são registradas de uma forma diferente pela diretora, com uma intimidade de roda de comadre. Assim surgem relatos e discussões, muitas vezes ditas com bom  humor, sobre o prazer de amamentar, sexo, fidelidade, violência policial, amor, tráfico, drogas e religião.

“Leite e Ferro” é o primeiro longa da diretora Cláudia Priscilla, com produção de Kiko Goifman (“Filmefobia”) e tem estreia prevista para o dia 25 de novembro.

A pré-estreia hoje, 21, em evento fechado, será no Cine Livraria Cultura, no Conjunto Nacional, às 19h30, seguido de debate com a diretora Cláudia Priscilla, a cineasta Tata Amaral e mediação do cineasta Francisco César Filho.

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