Elvis e Madona

Os festivais e mostras de cinema continuam se multiplicando pelo país. Nascem de dois a três novos por mês. O Fórum dos Festivais conta com 80 associados, mas a quantidade deles já se aproxima dos 300. Haja filmes para tantas vitrines. A carreira comercial da “gaychanchada” Elvis e Madona, de Marcelo Laffitte, nos leva a perguntar: vale a pena mostrar um filme em dezenas de festivais? O cineasta, que esperava para seu filme carreira de produção média (de 200 mil a 500 mil ingressos), acabou decepcionando-se com menos de 15 mil espectadores. Durante 20 meses, Laffitte mostrou seu filme em 50 festivais brasileiros e internacionais. Arrancou gargalhadas e elogios por onde passou. Os atores Simone Spoladore (Elvis) e Igor Cotrim (Madona), um egresso de “A Fazenda”, causaram sensação. Por que, então, o filme, que tem humor e capacidade de dialogar com o público, não chegou a 100 mil espectadores? As causas são muitas. O filme não teve dinheiro para campanha de divulgação, foi distribuído por uma microempresa (a Pipa), não ultrapassou o festivo circuito dos festivais, não saiu das páginas de artes e espetáculos (aliás, mal se colocou nelas). Laffitte acredita que o filme foi melhor (ou menos pior) em cidades que o mostraram em seus festivais. Será? Tudo parece confirmar tese cara ao distribuidor Bruno Wainer e ao exibidor Adhemar Oliveira: badalação em festival não costuma levar público ao cinema.

One thought on “Elvis e Madona

  • 13 de março de 2012 em 19:11
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    o prêmio maior foi a reação do público em festivais e mesmo nas parcas exibições, , uma pena a Globo filmes não se interessar num produto como esse que além das qualidades comprovadas em vários ensaios críticos mais apurados,a aceitação nos festivais nacionais e também nos internacionais, tem a relevãncia social de dar voz a pessoas geralmente invisíveis na sociedade. um abraço
    Igor Cotrim

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