Ajuda ao iniciante
Alguns livros vêm cumprido bem a função prática de introduzir o iniciante no mundo da realização audiovisual, tendo como parâmetro a linguagem do cinema. Essa estética cinematográfica, com sua abordagem e enquadramento, tem sido a principal ferramenta de aprendizado para quem pretende realizar desde um simples clipe caseiro a um evento de casamento ou um filme, curta ou longa, ficção ou documental. Dois livros têm cumprido bem esse papel. Um para o enquadramento da cena na ficção, “O Olhar do Cineasta”, de Gustavo Mercado, e outro sobre como fazer um documentário, “Como Fazer Documentários”, de Luiz Carlos Lucena. O que seria apenas algo para amadores, pode ser muito mais importante do que parece.
O “Olhar do Cineasta” é um livro que introduz o mundo da composição e da narrativa cinematografia através do enquadramento da cena, que serve tanto para o iniciante quanto para reciclar os “velhos” cineastas que acham que o improviso ainda é arte e não amadorismo. O livro faz mais do que isso. Consegue coletar os melhores ângulos dentro das infinitas possibilidades de se colocar uma câmera diante dos atores, e revela com detalhe a riqueza de uma cena. É um dos livros mais completos sobre a formatação do enquadramento, com suas medidas e profundidades de campo, no âmbito da estética e do científico. O livro se utiliza de cenas de filmes clássicos, como “O Poderoso Chefão” e “Cidade de Deus”, cujas fotos ilustram os detalhes que existem no interior de cada enquadramento, por exemplo, onde por a câmera e que lente usar. Um manual que tem um grande valor para qualquer diretor que pretende entender como se faz um filme a partir da direção. Faltava algo assim em forma de livro-guia para diretores que ainda teimam em se formar somente pelo roteiro.
“Como Fazer um Documentário”, como o próprio nome diz, visa buscar o leitor usuário da internet, mas pode ir mais além. Faz uma análise do surgimento do cinema como documento da realidade, e de como durante um século sua forma de captação e formatação foi mudando, de acordo com as inovações de cada momento. O som direto foi o mais importante deles, surgido nos anos 50. E mais recentemente os equipamentos digitais com qualidade de imagem e som em equipamentos simples, antes encontrado em câmeras caríssimas. Outra parte é dedicada ao realizador, sobre como se organiza uma história e um plano de filmagem, como formatar um roteiro e que tipo de linguagem narrativa escolher, se de entrevistas ou apenas com a documentação do factual, ou reconstituindo uma cena usando encenação. E, por último, é óbvio, como divulgar o seu documentário na internet.