Circular

Cinco jovens diretores, todos eles formados em cinema pela FAP/Escola Superior Sul Americana de Cinema e TV, na capital paranaense, que passaram por diversas funções em seus curtas-metragens resolveram se unir na realização do primeiro longa das produtoras que mantêm juntos, a Grafo Audiovisual e a Processo MultiArtes. Nasceu assim o conceito de Circular: cinco histórias que se entrelaçam; cada uma dirigida por um realizador. A unidade entre elas foi mantida pelo tripé roteiro, montagem e fotografia, essa última assinada por Carlos Ebert.

Adriano Esturilho, Aly Muritiba, Bruno de Oliveira, Diego Florentino e Fábio Allon, em 2007, imaginaram que, com a experiência que tinham em curtas, poderiam partir para o primeiro longa, mas com a estrutura de filmes pequenos, que se interligassem. Construíram o argumento coletivamente e definiram os personagens que protagonizariam a história, e que se encontrariam no ônibus que dá nome ao filme. A próxima etapa: cada diretor/roteirista tinha que escrever seu filme curto, que seria unido aos outros quatro.

Quando se reencontraram e mostraram seus enredos aos outros, perceberam alguns pontos comuns. “Havia nas histórias vários elementos em comum, como a incidência de remédios e relações paternais (ou maternais) nas histórias. Identificados esses pontos, tratamos de desenvolvê-los e criar os cruzamentos, essenciais para dar a Circular uma cara de obra única e não uma coletânea de curtas”, afirma Aly Muritiba, um dos diretores.

Com o edital de longa-metragem de baixo orçamento do Ministério da Cultura conquistado, partiram para a filmagem. O longa foi rodado, grande parte em Curitiba e também em Pinhais e Piraquara, cidades da região metropolitana. Não estão lá pontos turísticos óbvios da capital, mas pontos familiares de quem mora ali. Como a película a linha de trem que cruza a cidade, a Praça Tiradentes, o Moinho Rebouças, o Paço da Liberdade.

Em Circular, acompanhamos a história de Carlos (Cesar Troncoso), que se vê preso a uma chantagem e, por causa dela, seu filho virou moeda de troca. Ele entra no ônibus bastante nervoso e querendo ter o seu pequeno de volta a qualquer custo. Samuel (Marcel Szymanski) é um pastor que se vê às voltas com a filha pequena sofrendo pela ausência da mãe, por causa da recente separação entre eles, o irmão, sem trabalho e que vive na rua, e a mãe com quem vive conflituosamente.

Gengivas Podres (Bruno Ranzani, Luiz Bertazzo, Débora Vecchi, Gustavo Pinheiro) é uma banda de punk que, às vésperas de começar uma turnê, vê um de seus integrantes se acidentar e ficar preso a uma cama de hospital. Eles discordam sobre continuar ou não. Já Cristina (Letícia Sabatella) é uma artista plástica que propõe questionamentos a respeito da própria arte e da indústria farmacêutica. Ela mesma faz uso abusivo de remédios, o que impede a fluência de sua vida. Lourival (Santos Chagas), o cobrador que estava naquela linha para cobrir a falta de um amigo, tem um casamento já não muito feliz, um filho com deficiência motora e, nas horas vagas, vai para o ringue para tentar expurgar sua tediosa rotina.

Todos esses personagens se encontram no Circular em algum dia, em alguma hora. Há histórias entre eles, mas poucos conseguem perceber algo além de suas próprias vidas.

Circular será lançado em São Paulo e em Curitiba no dia 12 de outubro.

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.