Astro peninsular
O cinema italiano parece estar em busca de seu espaço perdido. Depois de fascinar o mundo com o Neo-Realismo (encabeçado por Rossellini-Zavattini-De Sica) e com a Geração dos Anos de Ouro (soma dos talentos de Fellini, Visconti, Monicelli, Pasolini, Risi, Scola, e de atores da grandeza de Sordi, Gassman, Tognazzi, Sophia Loren, Mastroianni e Claudia Cardinale) a Península viu seu espaço definhar. É mais que chegada a hora de reagir. São Paulo, a maior cidade da América do Sul, tem sido um dos alvos do cinema italiano. Nos meses de outubro e novembro, três astros peninsulares passaram pela cidade: Claudia Cardinale, Sophia Loren e Giancarlo Giannini. Fonte de inspiração de Lina Wertmuller, Giannini foi apresentado pelos organizadores do Festival Pirelli de Cinema Italiano como “o maior astro vivo da Itália”. Aos 72 anos, culto e bem-humorado, ele conversou com jornalistas e apresentou-se como herdeiro de um respeitável quinteto de grandes atores (Nino Manfreddi, Sordi, Gassman, Tognazzi e Mastroianni). O protagonista de “Pasqualino Sete Belezas” tem como seu melhor papel cinematográfico o camponês Antonio Soffiantini, o Tunin, protagonista de “Amor e Anarquia”, da amiga e sócia Wertmuller, hoje uma senhora de 86 anos. O papel do anarquista lhe valeu nada mais nada menos que uma Palma de Ouro, em Cannes, em 1973.