Prêmio Almanaque: José Miguel Wisnik

O Prêmio desta edição vai para José Miguel Wisnik, “um polaco democrático do litoral”, dedicado por inteiro à literatura, à música e ao magistério (na USP). Um paulista nascido em São Vicente, terra do craque Robinho e, como não podia deixar de ser, torcedor do Santos. A relação deste “polaco litorâneo” com o cinema é esporádica. Aparece num ou noutro filme. Destaque para suas participações recentes nos documentários “Palavra EnCantada”, de Helena Solberg, e “Tropicalismo Now!”, de Ninho Moraes. Sua inteligência e humor finos resultariam num belo filme, no qual pudesse falar de muitas paixões: o Brasil, o futebol, a canção, a literatura, o prazer do pensamento (complexo, mas nunca pedante). A motivação deste prêmio deve-se ao mais original dos textos escritos sobre o filme “Gonzaga – De Pai para Filho”, de Breno Silveira. Em sua crônica semanal em “O Globo”, o “polaco vicentino” analisou a “invenção cancional” de Luiz Gonzaga (1912-1989), lembrando que ele foi o criador do trio sanfona-zabumba-e-triângulo, “a melhor solução para a decantação dessa rítmica sertaneja desidratada”. Decantação desidratada de tamanha serventia prática quanto, no entendimento de Tom Zé, carregar “carne seca e farinha” na matula.

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