Daniel Dreifuss
Há brasileiros nos créditos de dois importantes filmes latino-americanos, ambos indicados por seus países para disputar uma vaga no Oscar de melhor filme estrangeiro: o mineiro Daniel Dreifuss, coprodutor de “No”, de Pablo Larraín, e Marcelo Muller, que escreveu o roteiro de “Infância Clandestina” com o cineasta argentino Benjamin Ávila. Os dois filmes são dramas com pano de fundo histórico. O chileno mostra o plebiscito que disse “no” a Pinochet. “Infância Clandestina” registra a luta de montoneros contra a ditadura militar argentina, nos anos 70. Tudo visto pelos olhos de uma criança. Daniel é filho do sociólogo René Dreifuss (1945-2003), uruguaio-brasileiro, autor de um clássico da nossa ciência política: o livro “1964 – A Conquista do Estado”, lançado em 1981, pela Editora Vozes. O jovem mineiro, que hoje vive nos EUA, cresceu e estudou em BH. Apaixonado por cinema, resolveu buscar novos desafios no Rio e trabalhar com Steve Solot na MPA – América Latina (Motion Pictures Association). Até partir para os EUA, formar-se no AFI (American Film Institute) e começar a atuar como produtor independente. Foi num pitching, nos EUA, do qual participavam 28 produtores da Espanha e América Latina, que ele conheceu Juan de Diós Larraín e juntos levantaram recursos para o vitorioso projeto de “No”. Aportes significativos vieram da Participant Media, empresa interessada em filmes vocacionados a ações sociais. Caso de “Uma Verdade Inconveniente”, com o Al Gore , que ganhou o Oscar de melhor documentário, de “The Cove”, sobre a matança de golfinhos, e da ficção sobre domésticas negras, “Histórias Cruzadas”.