Cine PE 2016, por Maria do Rosário Caetano

Começaram os debates do Festival do Audiovisual de Pernambuco. Os dois primeiros curtas apresentados – NÃO TEM SÓ MANDACARU, da recifense Tauana Uchôa, de 22 anos, e PAULO BRUSCKY, do cineasta e fotografo pessoense-carioca Walter Carvalho, 68 – foram muito bem recebidos pelo público que lotou o Cine São Luiz.

Tauana, que participa da competição com outro curta, A VIDA EM UMA VIAGEM (programado para esta quinta-feira), registra a paixão dos moradores de São José do Egito pela poesia, em especial pela obra de Lourival Batista, o Louro do Pajeú. Já o filme de Walter Carvalho mergulha no fluxo criativo do artista plástico pernambucano, Paulo Bruscky. O curta, uma produção de CLAUDIO ASSIS, aplaudidíssimo quando citado amorosamente por Walter, é parte de uma série sobre criação plástica no poderoso Estado nordestino.

Além de Cláudio Assis, que desta vez não ganhou uma mínima vaia que fosse, os aplausos explodiram em dois outros momentos: aquele em que a apresentadora do Festival, GRAÇA ARAÚJO, lembrou a todos que KLEBER MENDONÇA vai representar o Brasil, com Aquarius, em CANNES, e um outro, em plena projeção de MANDACARU, portanto dentro do filme de TAUANA, quando foram declamados versos de grande potência criativa do centenário LOURO DO PAJEÚ: “Alguém disse a Louro/ Que era muito triste ser POBRE/ Louro respondeu: Para mim é um mal perene/ Trocando o P pelo N/ É muito alegre ser NOBRE/ Sendo pelo C de COBRE/ Cobre figurado é ouro/ Botando o T fica TOURO/ Como a carne e vendo a pele/ O T sem o traço é L/ Termino só sendo LOURO”.

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